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T20 - Cinzas da Guerra - Parte 1: Uma Estrada tem Dois Destinos

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Mensagem por Aquila Qua Mar 27, 2024 7:49 pm

T20 - Cinzas da Guerra - Parte 1: Uma Estrada tem Dois Destinos Terren10

Luna 3 sob Pomo, 1420

Nossa história começa com os aventureiros descansando na Taverna do Prego, uma pousada no entreposto de viajantes chamado Pedra da Bigorna (ou simplesmente Bigorna, para os moradores da região), a meio caminho entre os vilarejos de Hamon e Varim, no interior da região noroeste de Tyrondir.

Cai um chuvisqueiro fino nesse momento, mas o clima começa a melhorar após alguns dias de chuva abençoada. O céu ainda está nublado, mas o Sol pode ser visto vagando por entre as nuvens sombrias que cobrem a região, empurradas lentamente para o norte pelo fresco vento oceânico, vindo do sul.

O Prego é onde os viajantes e os habitantes da região se reúnem para ouvir notícias dos vilarejos ermos e cidades do interior do reino, escutar histórias de terras longínquas, tanto no tempo quando na distância, ou para procurar trabalho entre os anúncios fixados no quadro de avisos, no salão principal. A maioria, no entanto, se reúne no velho salão sombrio simplesmente para conversar e esquecer, nem que seja por alguns momentos, dos problemas que os afligem.

A comida não é considerada realmente boa pelos desafortunados viajantes vindos de terras distantes, que por ventura acabam passando pelo lugar, mas a bebida forte equilibra as coisas, dadas as condições em que a região se encontra.

A queda da Flecha de Fogo fora devastadora para Tyrondir, causando mudanças físicas e políticas que jamais poderão ser reparadas. O que realmente acabou com o reino, após a concretização da antiga profecia, porém, não foi o caos criado pela devastação, mas sim os anos de fome e as guerras internas que dominam a região desde essa época. Tyrondir nem mesmo é chamado de reino além de suas velhas fronteiras, para tristeza de seus habitantes.

Infelizmente, os anos que sucederam o cataclismo da Flecha de Fogo não passavam de um prenúncio do que ainda estava por vir. As sombras da fome e da guerra voltaram a paira sobre Tyrondir, ameaçando não apenas o futuro do reino arruinado, como também o de todo o Reinado.

* * * * *

Sawavu

De todos os vilarejos da região, Pedra da Bigorna é de longe o mais tolerante. Enquanto em outros lugares de Tyrondir a presença de goblinoides se tornou no mínimo desagradável, nos últimos meses, no entreposto comercial, as leis do Reinado ainda imperam, e a autoridade do senhor da vila, um cavaleiro veterano chamado Bonnar, é inquestionável.

Bonnar, um devoto fiel de Khalmyr, ficou conhecido por jamais fazer pré-julgamento de alguém, mesmo antes de ser nomeado como chefe do entreposto, e sua visão e forma de administração influenciam os vilarejos sob a sombra de sua torre, para descontentamento de seus opositores.

Sawavu não teve problema para entrar no vilarejo cercado por uma forte muralha mista de pedra e madeira, sendo recebido bem pelo povo local (embora talvez tolerado seja uma expressão mais precisa). Ao chegar no vilarejo, ele foi diretamente para o Prego, para descansar um pouco e conseguir algumas notícias com os habitantes do lugar.

Felizmente, o motivo que levou o Sacerdote de Thwor ao entreposto era um dos assuntos mais falados entre os morados e comerciantes do lugar. Não foi preciso perguntar muito para que o velho estalajadeiro, chamado Sinko, e outros viajantes falassem sobre o boato acerca da presença cada vez mais comum de bandoleiros duyshidakk na região.

Grupos de bandidos, principalmente humanos e goblinoides, eram comuns em toda Tyrondir. Isso havia se tornado tão normal que os habitantes do reino estavam acostumados ao fato, fosse isso bom ou mau. Infelizmente, a crescente presença de bandos de assaltante goblinoides formados por guerreiros ditos duyshidakk, tão longe do centro do reino, era um assunto que estava incomodando não apenas as autoridades locais, como também as lideranças das verdadeiras tribos duyshidakk, cujo desejo de guerra havia ressurgido mais uma vez.

Os brados de guerra sobre a retomada do avanço para o norte e a concretização do "Mundo Como Deve Ser" eram ouvidos com cada vez mais frequência nos grandes salões das cidadelas duyshidakk que dominavam o centro de Tyrondir, e seus ecos começavam a reverberar muito além das fronteiras do reino. O simples boato sobre isso, por si só, estava criando tensão entre as várias facções que controlavam o reino (e mesmo além de sua fronteira), mas a presença de bandos armados perambulando pela região podia deixar a situação ainda mais instável.

Sawavu estava ali para descobrir se os grupos de assaltantes goblinoides da região eram mesmo duyshidakk, e lidar com as consequências do que viesse disso.

* * * * *

Max

Max estava sentado em um canto sombrio da taverna, comendo um ensopado de repolho, alho e cebola, acompanhado de pão seco, algumas fatias de queijo e bebendo um grande caneco de vodka de batata, quando o hobgoblin entrou no salão, atraindo a atenção de todos. A figura do grande hobgoblin não causava estranheza ao guerreiro de Nova Malpetrim, acostumado a todo tipo de gente diferente. Ainda assim, ele sabia o quanto a situação entre humanos e goblinoides era um tanto quanto conturbada naquela região.

De todos os lugares possíveis onde ele poderia começar suas aventuras, Tyrondir certamente não estava no topo da lista de Max. O reino, se ainda podia ser chamado assim, não figurava entre os lugares mais comuns onde iniciar uma grande jornada. As grandes sagas do mundo começavam ou em Nova Malpetrim, a Cidade dos Aventureiros, ou então em Valkaria, a Capital do Mundo, jamais em um lugar miserável como Tyrondir, lembrado apenas por alguns antigos contos fantasiosos de terror, histórias que por anos alimentaram apenas o riso e o escárnio em conversas de taverna por todo o Reinado.

Infelizmente, a história mais desprezada originária de Tyrondir, acabou se revelando mais real do que seria possível imaginar. Os fragmentos do que um dia foi a Aliança Negra dominam as ruínas do reino devastado de Tyrondir, uma força militar selvagem que se mostrou não apenas tão real quanto os grandes fatos que abalaram o mundo nos últimos anos, mas de certa forma é ainda mais impactante, pois sua presença é a certeza de que as histórias de terror não eram apenas contos.

Quis o destino que Max fosse parar em Tyrondir, durante sua viagem para o centro do Reinado. O navio que ele tomou para percorrer a última parte da viagem, o levou até Ilyria, no extremo sul de Ahlen, de onde ele planejava pegar algum transporte para o norte, para Forte Shiarydom, Forte Jharydanshar, Colamar, e então para Deheon, possivelmente trabalhando em uma das inúmeras caravanas que partiam da cidade.

A situação na fronteira entre Ahlen e Tyrondir, no entanto, acabou se revelando muito mais complexa do que o guerreiro ouvira falar. Grandes forças militares se movimentavam pela região, tomando as grandes cidades muradas e reforçando os fortes e bastiões ao longo da fronteira, da mesma forma que haviam feito anos antes.

Max acabou juntando-se a uma caravana que seguia para o interior de Tyrondir, levando mantimentos para as cidades do Vale de Dornhall e vilarejos no interior da região noroeste do reino, um lugar onde o preço da vida se tornava a cada dia mais barato. Com a fragmentação da caravana na cidade de Dornhall, Max foi levado para o interior de Tyrondir, chegando por fim ao vilarejo de Torre da Bigorna.

* * * * *

Vladimir

Vladimir estava sentado em uma das mesas do lado de fora do Prego, bebericando um caneca de vodka, quando o hobgoblin cruzou o portão leste do entreposto.

Encoberto pelas sombras do telhado da área externa da taverna, erguida um pouco distante da entrada do estabelecimento, escura naquele momento por causa do amontoado de caixas e barris que estavam sendo descarregadas pelos trabalhadores da caravana de mantimentos que chegara há poucas horas, o caçador ficou observou o viajante seguir para a taverna, acompanhado pelos olhares desconfiados dos habitantes do vilarejo.

Torre da Bigorna era um vilarejo muito tolerante, comparando com outras vilas e cidades da região, Vladimir sabia, mas isso não diminuía em nada a coragem do hobgoblin. Muitos goblins ainda viviam em Torre da Bigorna e nos vilarejos ao redor, mas hobgoblins, mesmo, eram cada vez mais raros naqueles dias, e a aparição de um deles geralmente significava problemas.

Por baixo das sombras de seu capuz, Vladimir ficou observando a movimentação dos guardas enquanto o forasteiro seguia para a taverna, embora o próprio parecia não ter percebido. Os sentinelas sobre a muralha apertaram firmemente seus arcos, enquanto os guardas no pátio retesaram os músculos sob as armaduras acolchoadas, mas nenhum deles fez qualquer movimento para deter o viajante. O pensamento tolerante de Bonnar, o chefe do entreposto, felizmente ainda era compartilhado por muitos de seus habitantes.

O povo de Bigorna podia até ficar desconfiado de estranhos, Vladimir sabia bem disso, mas eles jamais faziam pré-julgamento de quem quer que fosse. Possivelmente tenha sido por isso que o caçador se sentiu estranhamente tão a vontade quando chegou no lugarejo. Por mais que sempre tente ocultar sua aparência por baixo de sua capa pesada, sua natureza acaba ficando evidente mais cedo ou mais tarde, e mais de uma vez ele se viu tendo que sair às escondidas de um vilarejo, para evitar maiores complicações. Vermelho era uma cor perigosa naqueles tempos.

O povo de Bigorna, no entanto, não deu bola para isso. Eles precisavam de um caçador para lidar com as pestes que atacavam as fazendas e trilhas da região, principalmente lobos e ratos gigantes, e Vladimir se mostrou tão eficiente quanto barato, conquistando um espaço ainda que informal no vilarejo.

Enquanto observava o hobgoblin cruzar o pátio, Vladimir também não pode deixar de pensar nos boatos que circulavam entre os viajantes do entreposto, rumores cada vez mais frequentes sobre guerras e monstros medonhos que começavam a surgir nos vilarejos no interior do reino, e que pareciam se aproximar cada vez mais.

Algo estava acontecendo no interior de Tyrondir, e Vladimir sentia que logo podia estar apontando seu arco para outras coisas além de lobos famintos e pestes de fazenda.

* * * * *

Nyx

Nyx estava olhando pela janela da loja quando o estranho chegou no vilarejo.

Enquanto se preparava para voltar ao trabalho, após seu período de almoço, a jovem goblin ficou olhando por um momento para o pátio do forte, sorrindo ao ver que a chuva começava a parar. Ao contrário da maioria dos habitantes do vilarejo, no entanto, ela certamente não estava contente ao ver que o Sol voltava a brilhar por entre as nuvens cinza-fumaça que cobriam a região, mas sim porque aquela seria uma noite clara, perfeita para observar as estrelas.

Há alguns dias que ela não tinha a chance de subir até o topo do penhasco ao lado do vilarejo, para ir até o antigo observatório, de onde era possível avistar o céu noturno com uma clareza que a fazia lembrar, mesmo que por um momento, de seu período vivendo em Sternachten.

Por anos, Nyx esquecera um pouco desse período de sua vida, sobrevivendo da maneira que podia nas cidades arruinadas de Tyrondir, vendendo seus talentos de inventora e alquimista em troca de um pouco de segurança e um prato de comida.

Após o caos que tomou o reino depois da queda da Flecha de Fogo, Nyx acabou seguindo para o norte, sem saber exatamente por que, alcançando, depois de um bom tempo, a nova fronteira da guerra, que naquele momento começava a tomar forma mais uma vez no coração do Reino Arruinado.

A peregrinação de Nyx acabou levando-a para o noroeste de Tyrondir, até o entreposto do Forte da Bigorna, onde ela acabou ficando, para sua própria surpresa. Mas foi realmente uma surpresa ela ter ficado ali? Bigorna ficava no meio do caminho entre as possibilidades de uma vida melhor além de Tyrondir, para lugares onde sua cor e crenças seriam apenas meras peculiaridades, e o retorno para a vida entre os duyshidakk, onde sua natureza seria apenas parte de um todo muito maior do que ela mesmo.

De alguma forma, a jovem inventora sentia que, ao escolher um caminho, estaria abrindo mão do outro. O que ela deveria fazer? Ela orava para Tenebra todas as noites, esperando por uma resposta, por um sinal.

Ao ver o hobgoblin entrar no forte, Nyx sentiu que era hora de tomar uma decisão.

Personagens

Sawavu:
Vladimir:
Nyx:
Max:

Detalhes

Pedra da Bigorna:


Última edição por Aquila em Qui Abr 04, 2024 5:47 pm, editado 7 vez(es)
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Mensagem por Aldenor Qui Mar 28, 2024 10:18 am

Max seguiu comendo seu ensopado, embora seus olhos deslizassem para o hobgoblin. A tigela erguida por uma mão para beber o líquido e mastigar seus legumes servia como um disfarce enquanto perscrutava o ambiente.

Ele ponderou sobre o tamanho daquele sujeito, viu o símbolo de Thwor e sorriu. Torcia, secretamente, para que ele arranjasse confusão, buscasse problemas. E então ele teria uma desculpa para brigar. Como era um hobgoblin, infelizmente, talvez tivesse que usar sua espada. Não queria.

Max queria apenas trocar socos e depois estender a mão para saber o nome do sujeito. Afinal, fazia tempo que ele não tinha disputas interessantes para provar-se. O treino diário servia de alimento para seu corpo e espírito, mas o tempo desgastava o ardor. Estava, na verdade, entediado.

Sua jornada até Tyrondir não foi fácil. Não por perigos ou criaturas hostis em seu caminho, que até justificariam canções bárdicas sobre seu feito. Max torceu muito para ser atacado por orcs em Lomatubarius (ele tinha dificuldade de lembrar dos nomes antigos antes do domínio Táurico), mas nem isso deu certo. Uma viagem tranquila. Todos no navio tinham expressões de cansaço, ou de medo. Todos eram frágeis como papel.

Suspirou ao terminar de mastigar a cebola, esboçando um sorriso com a vitória triunfal sobre o ensopado desagradável. Max buscou a espada montante encostada na parede, atrás de si e alojou em suas costas. Sua mochila, largada na mesa, estava aberta com suas coisas saindo pra fora, com total desleixo.
Max
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A comida é uma merda, mas acho que tu tá acostumado a comer entulho, não é, hobgoblin? Me chamo Max Reilly e este lugar está sob minha proteção, beleza?
Torcia que o hobgoblin respondesse de maneira violenta. Sorriu, de pé. A mão buscou o grande caneco de vodka de batata e sorveu um longo gole.
Max
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... e a bebida realmente é boa, devia provar.

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Mensagem por Lord Seph Dom Mar 31, 2024 7:06 am

Quanto tempo desde a queda? Desde que voltou a superfície? Desde que abraçou sua devoção a Tenebra?

A escuridão sempre foi uma aliada nas cavernas e masmorras que cruzava em buscas de tesouros desconhecidos e foi em uma masmorra que encontrou sua salvação.

Nyx já não era propensa a viver diante do sol, mas tinha que peregrinar durante o dia para achar um lugar para dormir e comer enquanto ia para o norte.

Destino? Não tinha ideia ainda, observava as estrelas esperando respostas, mas não tinha o dom da astrologia como os outros membros do culto a Thyatis. Aquele pensamento trouxe uma lembrança de tudo que perdeu.

Então surgiu o Hobgoblin, o símbolo de Thwor, esperava que não fizesse a ladainha de sempre sobre Thwor e tudo mais, estava cansada daquela pregação e principalmente das fúteis tentativas de mudar sua fé.

Então um humano, sempre um pelo visto, tentava arrumar confusão.

Nyx terminou sua comida, logo voltaria ao seu ofício, mas preferiu ficar um pouco mais ali. Uma curiosidade mórbida ou mesmo inspiração divina, não tinha ideia, mas queria ver o que iria ocorrer ali.

Mas não deixou de colocar suas vestimentas para não ficar exposta ao sol caso precisasse correr, por sorte tinha uma parede atrás para fugir por cima.
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Mensagem por Padre Judas Qua Abr 03, 2024 7:54 pm

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Tyrondir era uma terra amaldiçoada como a minha terra natal, embora de modo diferente. Lá, morte e terror imperavam, o sol era um sonho distante, seu brilho visto fracamente através das pesadas nuvens que cobriam o céu.

Aqui havia sol e luz. Mas era uma região desolada, destruída por um mal divino, uma cicatriz no continente.

Não sei como meus pés me trouxeram até aqui. Mas não era um lugar ruim, as pessoas aqui pelo menos não me viam como filho do demônio ou, pior, um escravo da Tormenta. Lobos e kobolds nômades não eram nada se comparados com as criaturas abomináveis que vagavam pelas matas aslothianas.

Quando o hobgoblin chega, encaro-o por baixo do capuz. O símbolo de Thwor é visível. Continuo bebendo minha cerveja, mas fico atento. Não creio que ele vai começar uma confusão, mas é sempre bom estar preparado. Quando ele entra na taverna, escuto alguém começar uma confusão com ele lá dentro.
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Aff...
Deixo o arco de lado, ao alcance da mão, caso precise usá-lo rapidamente.

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Mensagem por Aquila Qui Abr 04, 2024 8:00 pm

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Luna 3 sob Pomo, 1420

No Interior da Taverna do Prego

Quando Max se aproximou da mesa, o hobgoblin demorou um instante para perceber que o guerreiro estava falando com ele. O hobgoblin estava comendo uma porção do mesmo ensopado de legumes que Max estava comendo, e também bebia uma jarra de vodka. Quando Max se aproximou, ele sorvia a bebida em grandes goladas, como se estivesse com muita sede, mas parou quando percebeu que o guerreiro estava falando com ele, olhando-o de soslaio por um instante, antes de depositar a jarra na mesa.

O hobgoblin estava vestindo uma pesada armadura de escamas, e ao seu lado estava um grande machado de dois gumes, cujo fio brilhante deixava claro que era bem cuidado. O fio da foice que ele trazia na cintura também era bastante afiado. O que deixou claro para Max que o sujeito era alguém acostumado a violência não foram seus equipamentos, mas sua postura e seu olhar frio.

Ainda assim, o olhar do goblinoide ao encarar Max não foi de hostilidade, mas sim de curiosidade.

- Os tempos estão difíceis para todo mundo - disse ele em uma voz rouca mas potente, claramente em um tom menor do que sua fala normal deveria ser, respondendo ao comentário de Max. - Mas essa é, sem dúvida, a melhor refeição que tenho em semanas.

Ele olha para a comida a sua frente com uma expressão estranha no olhar, algo que por um instante poderia ser entendido como tristeza, então sussurra algumas palavras em um dialeto goblinoide, quase como se fosse uma prece, antes de se voltar mais uma vez para Max, erguendo seu caneco.

- Mas a bebida realmente é o melhor - disse, os lábios contorcendo-se no que deveria ser um sorriso, sorvendo então um grande gole.

Quando terminou de tomar o gole, ele se voltou para Max.

- Tu não é daqui, não é mesmo, guerreiro? - disse, enxugando a boca. - Tua voz. Teu, como é mesmo? Sotaque, é estranho. De onde vem? O que o trás a Tyrondir?

Nesse momento, uma comoção no lado de fora da taverna chama a atenção de todos. O som de vozes exaltadas e correria calam as conversas de todos os frequentadores da taverna, que correm para a porta e para as janelas para ver o que está acontecendo.

* * * * *

Sentada no outro lado do salão, perto de uma das janelas, Nyx foi uma das primeiras pessoas da taverna a ver o que estava acontecendo do lado de fora. Ela estava observando a movimentação no pátio quando viu uma correria estranha dos soldados nas ameias da paliçada, claramente alarmados por alguma coisa.

- Vejam! Alguém está se aproximando! - ela ouviu a voz abafada de um dos vigias que estavam nas ameias, que apontava para a estrada leste, enquanto todos os demais já pegavam em armas.

- É um cavaleiro! - gritou uma arqueira, cerrando os olhos na direção para onde o companheiro apontava, segurando firmemente seu arco, pronta para disparar.

Outros guardas gritaram para os demais que estavam no pátio, mas Nyx não conseguiu entender o que estavam dizendo,

Tão logo os guardas se colocaram em prontidão, o cavaleiro entrou em disparada pelo portão do entreposto fortificado, sendo imediatamente cercado por guardas e cavalariços. Mas antes que qualquer um se aproximasse da montaria, o homem despencou da sela, claramente ferido.

Enquanto todos na taverna se agitavam para ver o que estava acontecendo, o olhar de Nyx cruzou por um instante com o do hobgoblin, que a encarava com ainda mais curiosidade do que com o guerreiro humano. O olhar do hobgoblin era frio e enigmático, porém, Nyx percebeu o que parecia um leve sorriso surgir no rosto marcado do sujeito.

* * * * *

No Lado de Fora

Na área externa da taverna, Vladimir se preparava para a confusão quase inevitável que parecia prestes a ocorrer no lado de dentro, mas foi do lado de fora do vilarejo fortificado que veio o problema.

Das sombras da área da taverna, o caçador viu o cavaleiro solitário avistados pelos vigias passar rapidamente pelo portão e cair no pátio, antes que muitos pudesse sequer entender o que estava acontecendo, mas não demorou mais do que um instante para todos imaginarem o que poderia ter sido.

Duas flechas estavam cravadas profundamente no homem, cujas palavras sussurradas se perderam em meio ao barulho das de vozes e da movimentação que o cercava.

- Abram espaço! Abram espaço! - gritou uma voz potente que Vladimir reconheceu imediatamente como pertencente a Bonnar, o chefe do forte, que vinha ao tropeços pelo pátio, pisando firme com sua perna-de-pau, abrindo espaço, com braçadas vigorosas, por entre a multidão que se aglomerava se aproximando do homem ferido. - Abram espaço e chamem Margry, imediatamente!

O guerreiro se abaixou ao lado do cavaleiro caído, amparando-o, enquanto algumas pessoas corriam para chamar a curandeira.

- Calma, rapaz, a ajuda já está vindo - disse, tomando cuidado para não mover bruscamente o homem ferido, cuja expressão era de pura dor. - Não se preocupe. Tudo vai ficar bem. A ajuda já está vindo. Agora diga, rapaz, se puder, o que aconteceu?

O homem cerrou os dentes, resistindo a uma pontada de dor.

- Emboscada - ele finalmente balbuciou, após alguns instantes. - Vieram... do floresta... flechas... ataque... hobgoblins...

E então desmaiou, incapaz de resistir a dor.

Personagens

Vladimir:
Nyx:
Max:

Detalhes

Pedra da Bigorna:


Última edição por Aquila em Ter Abr 09, 2024 1:57 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Aldenor Sex Abr 05, 2024 8:19 pm

Max estreitou os olhos, analisando o homem, a tensão percorrer os músculos. Mas o sujeito sorriu e ofertou a caneca. Max relaxou os ombros, um tanto decepcionado pra falar a verdade.
Max
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Incrível você saber diferenciar a língua humana. Eu não sei diferenciar um goblin de Petrynia de um vindo de Lamnor. Sou de Nova Malpetrim e ...
Sua atenção voltou-se para o lado de fora. Max virou o rosto incomodado com aquela comoção.

Então, ele retornou à sua mesa para pegar todas as suas armas e se preparar. Max se preparou com calma, talvez um ou dois minutos e andou tranquilamente, empurrando como se fosse nada, ignorando eventuais resmungos, abrindo espaço para ele passar.
Max
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Sou Max Reilly, aventureiro. Que porra está acontecendo aí?
Disse com certo enfado na voz, ainda decidindo se aquela comoção valeria sua atenção mais do que a sua tentativa de brigar com o devoto de Thwor.

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Mensagem por Padre Judas Sex Abr 05, 2024 8:41 pm

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A confusão nos portões imediatamente desvia minha atenção da taverna. Aquilo era sério. Não demorei a ver as flechas fincadas em seu corpo.

E então... hobgoblins.
Vladimir Stalinov
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E temos um hobgoblin na taverna...
Digo em tom sombrio para Bonnar. Podia ser uma coincidência, mas...
Vladimir Stalinov
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Precisamos nos preparar para a defesa!
Já tenho minhas armas à mão. Havia chegado a hora.

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Mensagem por Lord Seph Sex Abr 05, 2024 8:51 pm

Briga, mais adoradores do deus goblinoides provavelmente, não bastava o sujeito na taverna.

Respirou fundo e colocou de volta sua máscara, não iria se permitir deixar que Azgher lhe tocasse.

Arrumou suas armas e se preparou para qualquer problema.



Não fique sorrindo, nem todos estão aqui para evangelizar


Falou em goblinoide esperando o melhor curso de ação enquanto deixava o devoto ter seu tempo.
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Mensagem por Aquila Ter Abr 09, 2024 7:46 pm

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No Vilarejo de Pedra da Bigorna

A multidão parada diante da entrada da torre fez silêncio quando o Velho Bonnar surgiu de dentro do edifício, saindo pela porta de postigo do portão principal. Todos que estavam ali reunidos, habitantes do caravançarai murado, pessoas de um dos lugarejos próximos, que estavam por perto quando tudo aconteceu, e até mesmo alguns viajantes que estavam apenas de passagem, que até então conversavam entre si, pararam para observar o velho cavaleiro, apreensivos para saber o que realmente estava acontecendo, pois os boatos já começavam a incitar a imaginação de todos.

- Senhor Prefeito, o que está acontecendo? - gritou um homem na multidão, antes mesmo que o velho cavaleiro cruzasse o umbral, incapaz de segurar a curiosidade.

- Mestre, o que aconteceu? - gritaram duas pessoas ao mesmo tempo, enquanto outras vozes se erguiam ao redor. - Diga-nos o que houve, mestre? Dannel está...? O grupo que saiu com ele? Eles estão...? Pelos deuses! É um ataque...?

O cavaleiro, um sujeito robusto, com uma barba negra que já mostrava inúmeras manchas grisalhas, parou no topo da curta escadaria que dava para o portão principal, olhou para a multidão e ergueu as mãos, pedindo silêncio, o rosto indecifrável.

- Calma, minha boa gente, calma - disse ele, cuja voz potente denunciava alguém acostumado a dar ordens em meio ao caos, porém, naquele momento, havia um tom tranquilizador em sua palavras. - Dannel está bem. Ele sofreu ferimentos graves, mas é um rapaz forte e vai viver. Margry está com ele...

Algumas vozes se ergueram entre a multidão, mas o prefeito ergueu as mãos mais uma vez, pedindo silêncio.

- Não, não estamos sendo atacados, não precisam ficar alarmados - disse. - Já enviei alguns batedores para os vilarejos ao redor, para investigar, mas por enquanto não tive notícias de movimentação estranha na região... Hobgoblins? Sim, foram hobgoblins que atacaram os patrulheiros. Não, não sei se eram os tais duyshidakk, apenas que eram hobgoblins.  O grupo de patrulheiros foi surpreendido enquanto retornavam... Dannel foi o único que conseguiu escapar... Os demais... Não, não sei o que aconteceu com os outros, por isso estou abrindo uma missão de investigação.

As pessoas na turba se calaram, entreolhando-se, sabendo o que aquilo significava.

- Infelizmente, não posso dispor de soldados e patrulheiros para essa missão, por isso clamo pela ajuda de qualquer alma aventureira que esteja disposta a nos ajudar. Faremos o que estiver ao nosso alcance para ajudar com equipamentos e informação, além de uma recompensa adequada pelo comprimento da tarefa.

* * * * *

Parado no outro lado do pátio de terra batida, ainda enlameada por causa da chuva da manhã, Vladimir ouvira o apelo do prefeito sabendo que parte das palavras do homem tinham sido dirigida a ele.

Mais de uma vez o cavaleiro pedira sua ajuda para lidar com as pestes que atormentavam as secas lavouras da região, e mesmo estanho na região a pouco tempo, Vladimir se tornara um colaborador frequente do vilarejo, para surpresa de muitos de seus habitantes. Ainda assim, o meio-demônio sabia que era apenas uma questão de tempo até que lhe pedissem para caçar alvos muito mais perigosos.

* * * * *

Atraída pelo burburinho geral, Nyx também estava por perto quando o prefeito fez seu apelo, mas poucas pessoas notaram onde ela estava, pois Azgher também resolveu comparecer para ver o anuncio, olhando curioso por entre as nuvens cinzentas que cobriam a região, fazendo com que a alquimista buscasse instintivamente as sombras de uma área coberta, perto de uma dos estábulos, ficando não apenas fora da visão inquisidora do Deus-Sol, como também dos olhares julgadores dos habitantes do vilarejo.

Pedra da Bigorna era realmente um vilarejo tolerante, comprado com outros da região, mas havia um limite para a aceitação que um goblinoide podia receber mesmo em um lugar como aquele, praticamente na fronteira entre as terras dos homens e os domínios das tribos duyshidakk. Ser um goblin era ser visto com desconfiança pela população local.

Mais estranho do que ser goblin, no entanto, era ser hobgoblin, por isso o súbito desaparecimento do andarilho que surgira no Prego, no início da tarde, surpreendeu Nyx.

O hobgoblin chamado Sawavu foi cercado pelas pessoas e pela guarda local tão logo o cavaleiro ferido entrou pelo portão do forte, sendo levado depois para ver o prefeito Bonnar. Para surpresa geral, pouco depois ele foi visto deixando o vilarejo pelo portão oeste, acompanhado do gigantesco guerreiro chamado Max, que o havia desafiado na taverna.

O que os dois viajantes haviam discutido com o prefeito durante aqueles poucos minutos, e o por que deles terem partido pelo portão oposto ao que o patrulheiro ferido entrara, eram assuntos que já instigavam a curiosidade de todos no vilarejo. Eram os boatos mais aceitos, estava um que dizia que ambos haviam recebido uma missão diferente do prefeito, mas a verdade era algo que apenas o velho cavaleiro sabia.

* * * * *

Tristan chegou no vilarejo pelo portão oeste, praticamente no mesmo instante em que o patrulheiro ferido entrava pelo portão leste cavalgando a pleno galope, por isso poucas pessoas notaram sua presença, até que ele se aproximou do pátio onde o prefeito fazia seu apelo por aventureiros.

Apesar de cansado e um pouco faminto por causa da viagem, o cavaleiro foi direto para a entrada da torre do forte, para saber notícias sobre o que havia ocorrido, talvez antecipando em seu coração o que estava por vir. Não, aquele não era o motivo que o trouxera até ali, mas o propósito era quase natural para um servo de Valkaria.

Tristan viera para Tyrondir atrás de pistas sobre o paradeiro de sua irmã, que estranhamente seguira na direção do reino, mas a realidade daquela região logo testou suas convicções. A Terra Depois do Fim, como o reino era conhecido atualmente, tinha os mesmo problemas que qualquer aventureiro deheoni estava acostumado (feras e bandidos em demasia), além de outros que felizmente não passavam de rumores no idílico Reino Capital.

Os Espectros da Fome, da Morte e da Guerra, voltavam a pairar sobre Tyrondir como abutres famintos sobrevoando uma carcaça moribundo, trazendo consigo toda sorte de problemas. Escaramuças se tornaram mais comuns nas terras no centro do país, onde algumas cidades fortificadas resistiam bravamente contra as investidas de grupos de bandidos, tribos de goblinoides e outras criaturas, transformando a região em uma terra sem lei onde apenas o mais forte conseguia sobreviver.

A escassez de terras férteis, uma consequência das disputas e das convulsões do próprio reino, trazia à tona a lembrança dos Maltrapilhos, a massa de refugiados que se formou após a queda da Flecha de Fogo, alguns anos atrás, quando por muito pouco a fronteira entre Tyrondir e Deheon não se transformou em um mar de sangue.

Conforme se aproximava cada vez mais do reino, Tristan ainda descobriu que outro medo do passado ainda vivia em Tyrondir, o temor de um novo ataque da Aliança Negra. Sim, era verdade que a Aliança Negra, como era antes, não existia mais, mas cada vez mais boatos sobre exércitos se organizando vinham das terras do sul, para inquietação das cidadelas e fortes erguidos na fronteira entre os reinos.

Ainda assim, não eram esses grandes problemas que levaram Tristan até Pedra da Bigorna, mas sim os relatos cada vez mais comuns de pessoas desaparecendo na região, nas mais diversas circunstância, e ninguém parecia disposto a investigar.

* * * * * * * *

Na Floresta, Próximo de Pedra da Bigorna

A primeira coisa que Saban percebeu foi o cheiro de sangue.

Sangue humano.

Agachado em um grande pedregulho na encosta de uma colina rochosa, coberta por árvores grossas e altas, o moreau fechou os olhos e ergueu a cabeça para sentir melhor o sabor carregado pelo vento fresco que soprava das matas do sul, tentando definir a direção de onde ele vinha, sentindo o próprio sangue começar a correr forte por entre seus músculos.

A chuva forte dos últimos dias parara de cair, restando naquele momento apenas um chuvisco fraco que deixava tudo mais enlameado do que molhado, permitindo que o vento voltasse a andar livre por entre as matas e colinas, cantando mensagens em uma voz carregada de significados, que apenas aqueles unidos à terra conseguiam escutar. E Saban descobrira há muito tempo como ouvir o vento e sentir seus sabores, aprendendo com ele não apenas como caçar e matar, mas sim como sobreviver como uma parte do todo.

Naquela região atormentada que Saban descobriu se chamar Tyrondir, a única mensagem que o vento trazia, no entanto, era de sangue...

O cheiro do sangue naquele lugar estranho era tão diferentes dos de sua terra natal que Saban parecia ter esquecido como tudo que passou, concentrando-se apenas no seu desejo. Porém, aquele súbito sabor no ar estranhamente trouxe de volta á sua mente as lembranças daquele dia amargo...

Com um salto vigoroso, o moreau se lançou da pedra em direção à fonte do cheiro de sangue, o coração pulsando, tentando a todo custo esquecer, mas sua mente estava decidida a lembrá-lo. Como ele havia chegado ao continente chamado Arton, ele ainda não conseguia entender completamente, mas o propósito era uma resposta do indomável ao desejo que queimava em seu coração.

A lembrança do ataque dos asseclas de Sabako fazia as cicatrizes que delineava o corpo de Saban arder conforme ele corria pela mata, saltando troncos e pedras. Por algum motivo desconhecido, o novo chefe do clã não se contentou em derrotá-lo e humilhá-lo, mandando seus três melhores guerreiros para matá-lo.

Como ele havia sobrevivido ao confronto? Saban não se lembrava. Tudo que ele se recordava era de correr aos tropeços pela mata, durante uma grande tempestade, sentindo o sangue escorrer pelo seu corpo, a dor quase insuportável, até que por fim ele se viu entrando em uma ruina antiga, de um tempo além do tempo, de quando o mundo era dos fortes, terminando por fim no que ele sabia em seu íntima, era um templo do Indomável, um lugar marcado pelo sangue e pelos ossos de gerações de sacerdotes.

Ali, naquele templo antigo, deitado sobre a pedra vermelha de sangue, Saban jurou dedicar sua vida ao Indomável, e então desmaiou.

Quando acordou, no dia seguinte, Sabam percebeu que ainda estava vivo, mas o que o deixou realmente surpreso foi descobrir que, quando saiu da caverna, ele não estava mais em Moreania. O Indomável respondera ao seu apelo, levando-o para um lugar onde ele poderia se tornar mais forte, levando-o para Arton.

A caverna onde Saban acordou, era uma ruina antiga, do mesmo tipo da que ele havia entrado em Moreania, erguida em pedra por mãos inumanas, as paredes cobertas de líquens, raízes e cogumelos de todos os tipos, mas de alguma forma era completamente diferente da outra, tão primal quanto ela, mas de alguma forma subjugada, e o motivo disso ele entendeu conforme explorava a região.

Tyrondir era uma reino civilizado onde a Dama Altiva tivera grande força. A selvageria primal da região há muito fora domada. Felizmente, isso parecia estar mudando...

As lembranças de Saban deram lugar aos seus sentidos aguçados quando ele finalmente chegou no lugar onde o cheiro de sangue era forte, e não foi preciso investigar muito para ele entender o que acontecera. Uma batalha fora travada ali. Entre as marcas de luta no solo, rastros de botas de ferro, cascos ferrados de cavalo, flechas espetadas nas árvores e marcas de espadas, machados e lanças, havia o sangue de muitas pessoas, a maior parte de humanos, mas também dos peles verdes chamados de goblins...

- Argh...!

O grito fraco vindo do interior da mata deixou Saban em alerta não por tê-lo surpreendido, mas sim por ter sido acompanhado do rosnado feroz de um lobo.

Correndo na direção do grito, os sentidos do moreau foram aos poucos percebendo o que sua visão confirmou quando ele chegou em uma clareira e viu uma cena que até então para ele pareceria impossível.

Um humano, um guarda do vilarejo próximo, a jugar pela cor carmim de sua roupa-armadura, estava atracado com um grande lobo cinzento que tentava a todo custo mordê-lo e arrastá-lo para a morte. O homem parecia estar no limite da morte, tamanha a gravidade dos ferimentos que tingiam sua roupa e armadura, mas ainda assim ele lutava com o lobo usando seus punhos e uma pequena adaga.

Por um instante, tudo que Saban pode fazer foi assistir aquela luta, sabendo que ela já estava decidida, os músculos prontos para julgar o vencer. Entretanto, o impossível aconteceu.

Usando as últimas forças que lhe restavam, o humano conseguiu golpear o lobo antes deste conseguir abocanhar seu pescoço, matando-o. A vitória, no entanto, não garantia nada ao vencedor, cuja vida escorria pelo chão da floresta. Foi então que o humano viu Saban, parado diante dele, e por um instante ele ficou encarando o desconhecido, porém não havia medo em seu olhar.

- Ajude-me... - o homem balbuciou, cuspindo sangue. - Minha vila... perto... Preciso... os outros...

O homem então desmaiou diante de Saban.

Personagens

Vladimir:
Nyx:
Tristan:
Saban:

Detalhes

Pedra da Bigorna:


Última edição por Aquila em Sex Abr 12, 2024 5:20 pm, editado 2 vez(es)
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T20 - Cinzas da Guerra - Parte 1: Uma Estrada tem Dois Destinos Empty Re: T20 - Cinzas da Guerra - Parte 1: Uma Estrada tem Dois Destinos

Mensagem por John Lessard Ter Abr 09, 2024 10:08 pm

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Saban conhecia muito bem o cheiro de sangue humano, mesmo naquela terra distante na qual tinha despertado. Sua memória estava em pequenos fragmentos. Depois de sua derrota para Sabaku, tinha sido exilado. Não entendia os motivos para ele ter enviado os três guerreiros em seu encalço. Sabia também que o indomável não era misericordioso. Então, o que poderia desejar dele?

De alguma forma, sentia o sangue ferver e algo mais correr com o vermelho da vida. A caverna de onde tinha despertado era sagrada e poderosa de alguma forma e aquela região tinha algo... A selvageria há muito suprimida, parecia, de alguma forma, voltar. Em seu âmago, sentia que era um lugar de força e de disputa por territórios. Saban se embrenhou pelos ermos em direção ao cheio e então, ao som. De alguma forma, se sentia mais vivo do que nunca. Aquela talvez fosse sua chance se tornar melhor. Um predador como nenhum outro.

Diminuiu o passo quando avistou a luta. Olhava o lobo com superioridade. Não iria interferir em sua caça, por mais que leão fosse superior ao lobo. No meio selvagem, porém, surpresas poderiam aguardar e foi o que aconteceu. A caça, mesmo em desvantagem, se sobressaiu. Saban se aproximou com as patas arqueadas e com um olhar predatório. Infelizmente, as forças daquele humano de pele macia desvaneceu.

Ainda não sentia fome e devotar a presa de outro, sem caçá-la, parecia um ato desesperado que ele não sentia necessidade de realizar. Ainda assim, se aquele leitão fosse um nativo, iria lhe falar sobre os costumes e sua cultura. Submeteria as histórias da região à superioridade de Saban. Sendo assim, os longos dedos garrados se fecharam em torno do tornozelo e o moreau se pôs a puxar o corpo de volta para o templo na caverna.

***

Saban largou o corpo no solo de pedra e andou impacientemente em volta. Rosnou de frustração, então esticou seu punho na direção da boca. Com os dedos cerrados, as garras perfuraram a própria carne. O sangue verteu e encontrou seu caminho por entre os dedos e punho, pingando na boca do sujeito. Aquilo era mais que um ato simbólico, era a própria essência do Indomável.

Acorde, leitão. — a voz era rouca, quase como um rosnado — Provou da dádiva do Indomável, agora responda as perguntas de Saban.

Curar Ferimentos no rapaz, 1 PM

O corpo do homem treme por um instante quando ele engole o sangue. A respiração dele, até então fraca, se torna ofegante, rápida. O corpo dele começa a se contorcer, como se algo estivesse dentro dele, querendo sair, e seu rosto se desfigura em um esgar de dor e selvageria.

Uma convulsão faz o corpo dele girar, jogando-o em uma postura quase animal, a respiração acelerada, enquanto os ferimentos de seu corpo vão aos poucos se fechando. Após um instante, tudo que resta dos ferimentos são as manchas de sangue em sua pele e na grossa armadura de roupa que ele usa.

Quando a cura finalmente se completa, ele cai de costas contra a escada de pedra do altar, arfando, os olhos fixos em Saban.

- O que...? Quem é você? - ele balbucia, encarando o moreau.

- Onde estou? - ele diz, olhando para a escuridão da imensa caverna ao redor,até que parece lembrar de algo - Meus amigos... eles... preciso avisar os outros...

Ele tenta se levantar, mas ainda não parece forte e cai mais uma vez sobre a larga escada de pedra.

Saban caminhou calmamente até o sujeito e pisou em seu peito.

— Quieto, leitão. Saban faz as perguntas por aqui. O que são essas terras que chamam de Tyrondir?

O homem arfou quando Saban pisou em seu peito. Ele tentou afastar o pé do moreau, mas não conseguiu.

- Tyrondir? - ele disse, surpreso, encarando Saban. - Tyrondir é o nome do reino em que estamos, que ainda é um reino, apesar de tudo que possam dizer em outros lugares.

- Eu... eu me chamo Garin - o homem diz, olhando com desconfiança para Saban, ainda fazendo força para afastar o pé do moreau. - Preciso... preciso avisar o vilarejo sobre os hobgoblin. Eles nos atacaram de surpresa. Eu tentei lutar contra eles, mas eram muitos. Não consegui... Fui ferido demais e eles me deixaram para morrer, mas levaram os outros como prisioneiros...

— Hob-goblins? Hummm... diga a Saban, Garin, seu povo fraco teme essas criaturas?

- Temer? - o homem diz, os olhos subitamente faiscando de raiva. - Não! Jamais! Nós nunca vamos temer esse povo maldito. Nunca! Eles não são nada! Nada! Eles...

O homem então suspira, como se aquele arroubo tivesse consumido toda a sua raiva.

- A verdade é que sim, nós tememos os hobgoblins, e os outros goblinoides. Mas não por serem quem são, e sim pela forma como podem se organizar. O povo deles é... mais forte.

O homem suspirou de alívio quando Saban tirou o pé de seu peito. Ele ficou parado olhando para Saban por um momento, massageando o peito.

- Quando te vi pela primeira vez, achei que fosse um bugbear - ele diz. - É um tipo de hobgoblin, mas muito maior e peludo. Muito forte. São os mais fortes deles... O líder do exército deles era um bugbear, até que se tornou um deus.

Ele cospe no chão quando diz isso, levantando-se do chão.

O druida o encarou então sinalizou para que mostrasse o caminho.


Última edição por John Lessard em Qua Abr 10, 2024 5:02 pm, editado 1 vez(es)
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T20 - Cinzas da Guerra - Parte 1: Uma Estrada tem Dois Destinos Empty Re: T20 - Cinzas da Guerra - Parte 1: Uma Estrada tem Dois Destinos

Mensagem por Aldenor Qua Abr 10, 2024 3:28 pm

T20 - Cinzas da Guerra - Parte 1: Uma Estrada tem Dois Destinos Qkxo0OX

Tristan observava o próprio elmo, deixando seu rosto respirar.

Sentado curvado, o símbolo de Valkaria deformado pelas dobras do tabardo sobre sua cota de malha. As ombreiras arranhadas, o rosto cansado. Tristan havia viajado por muito tempo sem parar, por algum tipo de impulsividade. Estava novamente na caça por sua irmã Serena, mas dessa vez a inconveniente verdade prevalecia sobre seu otimismo.

Ser um devoto de Valkaria era crer no otimismo sempre. Por isso, Tristan inevitavelmente lutava contra o azedume na boca, mascarado pela cerveja aguada da taverna. Tristan estava em território despedaçado, abandonado pelas leis e pelos deuses. Sua irmã podia estar aqui e, as chances de ter sido capturada por um senhor de guerras da antiga Aliança Negra, ou os duyshidakk como se chamavam naqueles dias, era enorme.

Tristan reagiu tardiamente à comoção daquele vilarejo, erguendo-se quando conseguiu distinguir das gritarias algo como um clamor por ajuda. O prefeito, um cavaleiro antigo, queria heróis. O paladino afastou o temor de seu coração. Este era o momento de sua fé ser testada.

***

Estava diante de todos, destacado com seu tabardo ostentando o símbolo de Valkaria. Vestia uma armadura pesada, uma mochila cheia de apetrechos, armas. O elmo, acomodado na mão, lhe dava um ar cavalheiresco.

Senhor prefeito, sou Tristan de Pégaso, paladino de Valkaria. Apresento-me neste momento de necessidade para ajudar ao senhor e ao vilarejo de Pedra da Bigorna.

As pessoas do vilarejo se viraram e olharam para Tristan com surpresa e admiração, quando ouviram sua voz. Tristan percebeu alguns murmúrios do tipo: "quem é ele?", "um paladino?", vindo da multidão, mas não conseguiu identificar de onde vinha. Tristan acenou brevemente com um sorriso amigável e confiante. Ninguém sabia dos receios dentro de sua cabeça. Esperava que nem mesmo Valkaria soubesse.

O prefeito, no topo da curta escada que levava à entrada da torre, encarou Tristan por um instante, mas um leve sorriso encrespou seus lábios endurecidos.

Louvada seja os deuses, e acima de todos, Valkaria, por ter-nos enviado um de seus cavaleiros em um momento de tanta necessidade - ele diz. - Não temos como expressar nossa gratidão por sua coragem e presteza. Sei que chegaste agora ao nosso vilarejo, e ainda assim não hesita em nos ajudar. Bem-vindo e obrigado.

Tristan meneou a cabeça recebendo os dizeres do prefeito. O paladino alisava os dedos da mão esquerda sobre o elmo, agora colado em seu abdômen com a mão direita em seu interior.

Valkaria provém forças além do imaginado. Não estou cansado, embora talvez com um pouco de fome. Se não for incômodo, também queria saber algo do senhor... — o paladino deu um passo adiante e logo subiu a curta escada da torre, ficando a um degrau apenas do prefeito — ... e do povo de Pedra da Bigorna: soube rumores de desaparecimentos de gente daqui. Imagino que este ataque seja relacionado, embora tudo seja suposição a essa altura. Queria saber de você, prefeito e povo de Pedra da Bigorna, se ouviram falar de uma jovem de cabelos castanhos, olhos determinados... uma bielefeldense de nome Serena.

As pessoas do vilarejo se entreolharam, perguntando umas as outras, mas ninguém parecia lembrar de qualquer coisa. O prefeito, no entanto, após refletir por um instante, cofiando a ponta grisalha da barba, se voltou para Tristan.

Serena? Sim, uma mulher chamada Serena passou por aqui, algum tempo atrás. Não ficou mais que um dia, então partiu para o leste, para Varim.

O coração do paladino acelerou imediatamente.

Varim? Onde fica isso? — Disse com rapidez, encarando os olhos do prefeito em sua posição mais alta na escada.

O prefeito olhou para Tristan, surpreso.

Olhos determinados, disseste? - ele disse, encarando Tristan com um sorriso. - Sim, agora lembro realmente dela. Varim fica à leste daqui, seguindo a estrada. É uma das últimas fortalezas do condado.

A vontade do paladino era sair dali o mais rápido possível. Correr pela estrada, qualquer desculpa serviria. Mas existia seu dever e ele iria cumpri-lo. Afinal, "algum tempo atrás" era tempo demais. Serena, se fosse mesmo sua irmã, poderia estar viva, afinal. Uma fortaleza. Tristan se recompôs da ansiedade, respirando fundo e olhando de volta para a multidão.

Bem, alguém mais interessado em seguir a investigação proposta?

Ignoraria a informação sobre Serena, esperando que talvez todos esquecessem disso também. Iria procurá-la depois de cumprir o dever de sua fé.

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Mensagem por Lord Seph Qua Abr 10, 2024 9:28 pm

Não estava triste pelo sumiço do Hobgoblin, mas a possível invasão daquele lugar colocava em risco a sobrevivência de Nyx.

Deixou as sombras e se aproximou, suas roupas escondia sua face e corpo, podia até fingir ser um Hynne se quisesse.

Mas não faria isso. Mas não iria perder a chance de usar isso para ir embora dali.



Posso ajudar, sou boa em usar alquimia, apesar de não ter nenhum preparo no momento.


Sua voz era rouca e a máscara não ajudava a ser ouvida. Mas seus trajes eram reconhecidos, pois já trabalhava um tempo na cidade.
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Mensagem por Padre Judas Qui Abr 11, 2024 9:49 am

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Então os problemas haviam se tornado maiores. Não eram apenas lobos ou ursos agora, eram hobgoblins. Humanoides inteligentes e hábeis na arte da guerra.

Peguei minhas coisas e avancei até me aproximar do Velho Bonnar, acenando em um cumprimento. Não pude deixar de observar enquanto o hobgoblin e o guerreiro deixaram o vilarejo. Logo também partiria, pois minha devoção me mantinha sempre na estrada.

Então, pra onde eles foram?

Um paladino de Valkaria veio. Isso era uma agradável surpresa.

Prazer em conhecê-lo, Sir Tristan. Sou Vladimir Stalinov, um caçador. Também sou devoto da Deusa da Ambição...

Mostro a tatuagem que havia feito em Deheon, que trazia a imagem da Estátua da Deusa, no antebraço esquerdo.

Tenho passado algum tempo neste vilarejo e atuado como caçador local. Vamos resolver isso juntos.

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Mensagem por Aldenor Qui Abr 11, 2024 10:25 am

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Tristan não teve que esperar muito, uma figura pequena se destacou entre todos, ganhando espaço na multidão. Pelo comportamento deles, o pequeno era conhecido. O paladino franziu a testa, um pouco incomodado por não reconhecer a face daquela pessoa.

Não está preparado, então, com suas ferramentas? Pretendo agir por agora mesmo, acha que consegue se preparar rapidamente senhor... como se chama?

Senhorita Nyx, e posso usar minha besta, meus alquímicos faço quando tiver tempo.

A voz rouca era abafada pela máscara, mas audível. Tristan ergueu as sobrancelhas pensando que talvez esta tivesse muitos subterfúgios escondidos. Jamais cometeria a heresia de tentar barrá-la em se aventurar, mas a título de curiosidade, seguiu:

Entendo. Mas me diga, por que está toda coberta por roupas e máscara, senhorita Nyx?

Problema de pele, meio verde demais e minha religião prefere assim.

Tristan não sabia muito bem o que pensar dessa maneira estranha de falar. Mas decidiu que era o bastante. Não tentaria forçá-la a falar algo que se sentisse desconfortável e, caso seja uma pessoa suspeita dos sequestros ou do ataque aos batedores, Tristan saberia lidar com isso. Afinal, manter os inimigos mais perto do que os amigos era um bom ensinamento.

Logo, o caçador Vladimir Stalinov apresentou-se para a contenda. Tristan meneou a cabeça em cumprimento enquanto ele se aproximava.

Por favor, não sou um sir — disse com um sorriso humilde — sou apenas um paladino mesmo. É sempre revigorante encontrar mais devotos da deusa por lugares como este. Significa que a fé está sendo cumprida à risca, afinal, este é um lugar bastante... longe.

Tristan ainda aguardaria outros se voluntariarem e depois, viraria para o prefeito.

Senhor prefeito, acredito que possamos começar imediatamente a missão de investigação. Se puder nos orientar onde começar, seria de bom grado.

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Mensagem por Aquila Sex Abr 12, 2024 9:51 pm

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Luna 3 sob Pomo, 1420

Estrada da Mata Cinzenta

Era por volta do meio da tarde quando Nyx, Tristan e Vladimir deixam Pedra da Bigorna, tomando a estrada leste.

Pedra da Bigorna é um vilarejo pequeno, protegido por uma muralha alta, feita por um misto de partes de pedra e de madeira. A muralha no lado esquerdo do portão leste (vista por quem sai do vilarejo), é feita de grandes blocos de pedra cinzenta, comum na região, seguindo praticamente reta para o norte, até as bases do rochedo que dá nome ao lugarejo (o pináculo de pedra que ao longe realmente lembra uma gigantesca bigorna). No lado direito, a muralha nada mais é do que uma grande paliçada de madeira, com bases de pedra aqui e ali, fortalecendo a estrutura, seguindo colina abaixo e depois contornando a vila, até chegar no portão oeste.

Sobre a muralha, protegidos pelas ameias de pedra e troncos, os soldados do vilarejo observam atentamente os aventureiros atravessarem a ponte do portão, e então descerem pela estrada na direção da parte sul da Mata Cinzenta, a grande floresta que toma a parte central do Condado de Carddan, um dos poucos feudos da velha Tyrondir que ainda mantém seu modo de vida. Dentre os guardas está o prefeito Bonnar, que se destaca de todos pela sua constituição robusta.   

Um estreito descampado de plantações abandonadas divide o vilarejo da floresta, que fica a cerca de trezentos metros de distância. Em vários pontos dos campos, se vê algumas tentativas do povo da região de voltar a arar o solo, mas a insegurança e o medo da floresta (ou melhor, do que existe do outro lado dela), faz com que o trabalho não avance muito, deixando que a maior parte das seca lavouras da região fiquem no outro lado do rio, no lado oeste do vilarejo.

Apesar do clima seco da região, a Mata Cinzenta é muito verdejante. As copas densas das árvores e a quantidade de pequenos córregos que cortam o caminho, mantém a flora fértil, embora o mesmo não se possa dizer da fauna. Como aconteceu em praticamente todas as regiões de Tyrondir após a queda da Flecha de Fogo, a vida animal da Mata Cinzenta foi praticamente aniquilada pelos famintos sobreviventes da destruição do reino, restando na região apenas animais selvagens e monstros de todo tipo.

Felizmente, os aventureiros não encontram nenhum perigo enquanto seguem pela estrada, um caminho largo marcado com uma trilha de pedras desgastadas bem no meio, em alguns pontos tomada pela terra, que serpenteia por entre rochedos e ravinas no interior da mata, e, após cerca de duas horas de caminhada, quando as sombras da floresta se tornam uma só, o grupo finalmente chega no ponto indicado pelo patrulheiro sobrevivente, um ponto da estrada cercado por rochas e árvores bem próximas.

Um grande tronco de árvore tombado bloqueia o caminho em um ponto onde a estrada se torna mais estreita, e logo após a barreira o grupo se depara com os sinais do combate, gravados profundamente na trilha úmida por causa da chuva...

Súbito, um movimento na floresta, até então silenciosa, no lado norte da trilha, chama a atenção de todos. Quando todos se voltam para o lugar, são surpreendidos por uma visão inesperada.

Detrás de uma rocha, descendo uma trilha quase apagada, surge um soldado trajando uma armadura acolchoada tingida em um padrão quadriculado nas cores branco e laranja de Carddan (agora praticamente vermelho-sangue), acompanhado de um humanoide enorme e peludo, cuja face lembra um imenso felino.

* * * * *

Na Colina da Mata Cinzenta

Após deixar seu santuário, Saban seguiu o soldado colina abaixo, na direção da estrada que contornava os sopés das colinas rochosas que dominavam aquela parte da floresta que o homem chamara de Mata Cinzenta, um labirinto de penhascos e ravinas encobertos por árvores de troncos fortes, cada um levando a caminhos sem saída ou ao covil dos inúmeros predadores que se escondiam nas sombras, tentando sobreviver naquele ambiente hostil.

Desde que chegara naquele estranho lugar, trazido pelo misterioso santuário, Saban vira diversos animais selvagens enquanto explorava a região, principalmente lobos e alguns ursos, mas nenhum deles ousava se aproximar da caverna. Conforme ele se afastava da entrada do covil, ele sentia que as feras pareciam vencer o medo e se aproximavam dele, mas nenhuma delas até então tentara atacá-lo.

O homem também não parecia preocupado com as feras que observavam das sombras das árvores e penhascos, apesar dele estar armado apenas com uma pequena faca que trazia escondida.

- Há coisas piores na floresta do que lobos e panteras - ele disse para Saban enquanto desciam a encosta. - Nas profundezas da mata vivem criaturas bem mais perigosas, como ogros, trolls e outros tipos de monstros. Não é uma boa ideia ficar aqui a noite...

Ele virou-se para Saban.

- Se quiser, podes ficar em Pedra da Bigorna o tempo que desejar - ele disse, olhando para o moreau. - Serei-te eternamente grato por salvar minha vida, mas, infelizmente, não tenho como te recompensar de outra forma além de te oferecer abrigo. Ainda assim, tenho certeza que o velho Bonnar ficará contente em conhecê-lo, posso garantir, e ele pode te recompensar de uma forma mais generosa...

O Sol se aproxima do topo das colinas, ao leste, quando Saban e o guarda deixam as escarpas das colinas e entram em um terreno mais plano da floresta. Uma antiga trilha leva para o ponto da estrada onde Saban encontrou o guarda ferido. Após alguns minutos, ambos já conseguem ver o caminho sombrio por entre as árvores...

Saban sente o cheiro dos estranhos pouco antes do homem parar no meio da trilha, olhando assustado para a estrada.

- Há algumas pessoas ali em baixo - ele diz, segurando a adaga com firmeza, os olhos vidrados na estrada refletindo o brilho do céu crepuscular. - Acho... acho que são homens...

Saban nota que os estranhos também perceberam sua presença.

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Mensagem por John Lessard Dom Abr 14, 2024 1:43 pm

T20 - Cinzas da Guerra - Parte 1: Uma Estrada tem Dois Destinos CqNHzlF

O santuário ficava para trás e Saban espreitava nas costas do humano. Quanto mais seguiam pelos ermos, mais os filhos da Dama Altiva ousavam se aproximar, embora não atacassem. Saban tinha plena confiança de que poderia derrotar qualquer um deles, mas um desafio digno seria talvez um lobo alfa ou um urso das caverna.

Pedra da Bigorna? O que seria isso, Garin de Tyrondir? E que oferendas esse Bonnar teria para Saban? — ele perguntou com sua voz rouca.

- Pedra da Bigorna é nome do meu vilarejo - responde o homem, um pouco surpreso. - É chamada assim por causa do penhasco que fica ao norte do vilarejo, que tem mais ou menos a forma de uma bigorna. verá quando nos aproximarmos...Quanto a Bonnar, não sei o que pode lhe dar. Ouro, se quiser, embora qualquer valor vai me parecer pequeno para pagar pela minha dívida...

Uma tribo então e... ouro? Tinha dificuldades em entender aquele fascínio dos povos civilizados pelas moedas de metal. Poderia até usá-las, mas pouco do que elas compravam interessavam o devoto do Indomável. O tal de Bonnar logo então se tornou desinteressante para Saban. Não disse mais nada, quando tanto ele quanto Garin perceberam a presença de outros. Enquanto o humano contornava a pedra, o moreau surgiu em seu topo curvado, dizendo em um rosnado.

São esses os amigos que procura, Garin de Tyrondir? Dois são... diferentes de você.
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Mensagem por Lord Seph Dom Abr 14, 2024 3:32 pm

Estavam os três seguindo pela mata, daria tudo por umas armas alquímicos ali.

Mas não tinha tempo para, ainda não estavam prontos.

- Vocês podem ir na frente, vou ver se consigo uma visão por cima das árvores.

Escalar era fácil, sem dificuldades, mas sua única arma era uma adaga.

Péssimo dia, pensou, e o pensamento piorou tudo como uma praga.

- Temos companhia.

Respondeu com sua voz rouca sobre a máscara.
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Mensagem por Aldenor Ter Abr 16, 2024 5:19 pm

T20 - Cinzas da Guerra - Parte 1: Uma Estrada tem Dois Destinos Qkxo0OX

A vanguarda era o local onde se esperava que ficasse. Tristan estava lá, de escudo e mangual preparado. A visão estreitada pelo elmo estilizado com asas metálicas do Pégaso, sua figura mítica ligada aos astros, não impediam as observações de Tristan sobre a natureza arruinada da região.

As histórias de Tyrondir vinham à sua mente, gerando um retumbar em seu peito, a ansiedade crescente para o confronto com duyshidakk ou coisa pior. Apesar disso, Tristan sorria, espremendo os lábios sob o elmo.

Então, um homem, um soldado do único feudo que se tinha notícia sobreviver ao cataclismo da Flecha de Fogo, apareceu diante deles, com um tronco de árvore distanciando-os. Ao seu lado, uma fera humanoide. A voz rouca da pequena criatura verde que era seu companheiro mencionou a companhia e Tristan pensou haver mais pessoas escondidas. Olhou para os lados e não viu ninguém. Suspirou.

Alto. — Disse sob seu elmo de asas metálicas em um tom sério e apressado. — Viemos sob o comando do prefeito de Pedra da Bigorna. Quem são vocês?

Tristan sabia que o homem, pelo menos, era da vila. Mas era prudente não tomar apenas sua visão como único critério da verdade.

O homem-fera, entretanto, pareceu confuso. Sorriu, por fim.

Alto? — constatou que em cima da pedra — O que é um prefeito, homem de metal?

Sou Tristan de Pégaso e estes meus associados na missão encaminhada pelo prefeito. — Achou melhor por se apresentar, para que o outro o fizesse também.

Um resmungo.

Tristan de Pégaso, Vladimir e Nyx. Servem Prefeito, de Pedra da Bigorna. Eu sou Saban, filho do Indomável. Acompanho Garin de Tyrondir.

Tristan meneou a cabeça e observou o outro. Parecia muito ferido, mas o paladino não tinha o que fazer quanto a isso.

Acaso sabe o que aconteceu, Saban filho de Indomável?

Garin de Tyrondir foi atacado pelo o chamam de bugbear. Todos mortos, menos ele. Saban o salvou e em troca, ele mostrará onde matar as coisas. E oferendas serão oferecidas a Saban.

"Bugbears! Criaturas das mais poderosas da antiga Aliança Negra, se os relatos forem verdadeiros..." pensou ansioso. O paladino ponderou um instante ínfimo.

Tristan meneou a cabeça indicando entendimento. Com o elmo, ele precisava de mais movimento para mostrar sua expressividade. Então, virou-se para Garin.

Onde estão os bugbears, Garin?

Não, eles não estão mortos! - Garen dizia quando Saban mencionou seus companheiros. - Eles foram capturados, tenho certeza. Eu estava muito ferido, então fui deixado para trás, acho que como uma espécie de piada sádica, porque eles riam. - Seu rosto adquiriu uma expressão sombria de raiva. Tinham certeza que eu não sobreviveria ao lobo. E se não fosse por Saban, eu não teria mesmo...

O elmo de Tristan encarava o homem, que parecia ter mais a dizer.

Havia um bugbear entre eles, mas eram na maioria goblins e hobgoblins. Só não sei para onde foram. Vi que eles não atravessaram a estrada, seguiram mata a dentro - Ele aponta para o lado sul da floresta. - Mas não sei para onde foram...

Ponderou um pouco.

Bom, temos que rastreá-los, certamente, embora já saibamos mais ou menos o caminho. — Finalmente, Tristan tirou o elmo, depois de guardar seu mangual pendurado na cintura, oferecendo um sorriso amigável. — Mas está anoitecendo, melhor pararmos para acampar por aqui. Acha que aguenta, Garen? Você parece machucado, mas é um caçador experiente, estou certo? Eu irei protegê-lo enquanto estiver ferido, tem minha palavra.

Na verdade, não sou um caçador — Garen diz, um pouco envergonhado. — Sou apenas um guarda. Posso ajudá-los em uma luta, se for preciso, mas não sei rastrear. Mas ele sabe. — ele diz, após um momento, olhando para Vladimir. — É um dos caçadores de Bonnar, não é?

Não é seguro dormir aqui — Garen continua. — No entanto, sei de um lugar próximo, as ruínas de uma velha torre de vigia, alguns minutos descendo a estrada. Podemos nos brigar lá e voltarmos bem cedo...

Tristan manteve o sorriso.

Não diminua sua posição. "Apenas um guarda". Sua função é muito importante para todos. Pois bem, podemos seguir à essa velha torre de vigia e o Vladimir pode nos ajudar nisso. Estão de acordo? Isso vale para você também, Saban. Sinta-se convidado à esta contenda.

Tristan olhava para Vladimir, Nyx e, por último ao homem-leão. Não sabia suas intenções, mas se estava ajudando Garen, valeria a pena tentar conseguir sua ajuda.

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Mensagem por Lord Seph Qua Abr 17, 2024 11:20 am

Mais problemas, o humor de Nyx azedava a cada nova informações.

Se aproximou do grupo e com sua voz rouca e abafada começou a falar.

T20 - Cinzas da Guerra - Parte 1: Uma Estrada tem Dois Destinos Image

Certo, eu preferia voltar para casa e deixar os feridos descansar, mas se vamos avançar só me responda uma coisa Garen.

Esses goblinoides exibiam algum símbolo religioso? Ragnar ou mesmo Thwor?


Não tinha tempo a perder.

- Símbolos? Sim, alguns deles exibiam símbolos[i] - Garen diz, após refletir um instante. - [i]Mas não havia um padrão entre eles. O hobgoblin que enfrentei tinha o símbolo do punho gravado no escudo, mas vi pelo menos outro usando o disco negro da Aliança Negra.

Suspirou.

T20 - Cinzas da Guerra - Parte 1: Uma Estrada tem Dois Destinos Image

Certo, obrigada.

Pessoal geralmente devotos de Ragnar e Thwor não andam de mãos dadas, mas se esse for o caso o problema pode ser maior que o esperado creio.


Deixou claro a possibilidade de algo ruim acontecer com uma nova aliança goblinoides se formando.
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Mensagem por Padre Judas Qua Abr 17, 2024 12:33 pm

T20 - Cinzas da Guerra - Parte 1: Uma Estrada tem Dois Destinos ScwEaxf



Encontramos um homem-besta e um guarda que eu conhecia de vista.

Fico feliz que esteja vivo.

A noite se aproximava e era preciso encontrar abrigo.

Conheço a torre, já pernoitei nela algumas vezes. Hm... se demorarmos muito os rastros podem esfriar, mas creio que não é seguro mesmo andar por aqui à noite. Que Valkaria mantenha os rastros frescos e os caminhos abertos! Vamos indo.

Assim assumo a dianteira, levando o grupo rumo à torre.

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Mensagem por Aquila Qui Abr 18, 2024 7:25 pm

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Luna 3 sob Pomo, 1420

Estrada da Floresta Cinzenta :: Torre Arruinada

Os aventureiros deixam o local onde os patrulheiros foram atacados e seguem pela estrada no sentido leste, na direção da torre arruinada. Vladimir segue à frente do grupo, seguido por Garin, cujo olhar se voltava sempre para floresta.

- Dannel cavalgava um pouco adiante do grupo, por isso não foi pego na emboscada - disse Garin quando o grupo passou rapidamente pela armadilha na estrada, contando rapidamente o que acontecera. - Quando vimos as árvores caindo sobre nós, uma dela quase atingiu Rober, que ia na dianteira, e outra despencou bem atrás de Candro, Lianna gritou para que ele corresse, mas não consegui ver se ele tinha conseguido...

Os vestígios da luta estavam marcados na lama da estrada, ao redor. Os rastros dos cascos dos cavalos eram evidentes, mas também havia várias manchas de sangue, algumas levando para fora da estrada.

A luz do Sol tocava o topo das árvores mais altas quando o grupo deixou o local da emboscada, mas em pouco tempo tudo se tornou sombra, e logo o grupo estava andando em meio a escuridão, pois apenas sobre a estrada podia se ver ainda o brilho do céu da tarde.

Menos de meia hora de caminhada depois, o grupo avista a silhueta escura da torre de pedra arruinada, por sobre as copas das árvores, no lado sul da estrada. Um muro de pedra arruinado, coberto de arbustos e musgo, corta a estrada nesse ponto, acompanhando para ambos os lados do caminho até desaparecer em meio as árvores. Uma trilha acompanha a parte sul do muro, levando até a ruína, que fica em um pequeno rochedo a cerca de quarenta passos da estrada. Na base do rochedo, uma escada de pedra leva para o topo.

A torre não está tão destruída a ponto de não ser evidente como era a construção original. Ela era do tipo quadrada, com uma escadaria que seguia ao lado das paredes reforçadas por grossas vigas de madeira, mas apenas o primeiro piso ainda está praticamente inteiro, com as quatro paredes erguidas, fornecendo por si só abrigo para o vento da noite, ainda que nada possa ser feito sobre a chuva. Felizmente, esse não é o verdadeiro abrigo que a ruina pode oferecer.

Uma pequena escadaria aos pés da parede oeste leva para uma pequena sala subterrânea, com pouco mais de três por quatro passos de área, com as pareces marcadas por trepadeiras e raízes, protegida das intempéries do clima. Restos de velhas fogueiras podem ser vistas tanto no primeiro piso quanto na sala subterrânea, mas não parecem recentes.

- O que vamos fazer? - diz Garin, observando da penumbra iluminada apenas pela luz das estrelas.

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Última edição por Aquila em Sex Abr 26, 2024 3:19 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por John Lessard Dom Abr 21, 2024 7:05 pm

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Saban saltou da pedra contra o solo e avançou lentamente, curvado. Fez um sinal de respeito. Era bom se juntar a um bando de caça e guerra. Sendo assim, avançou com eles pela mata até a suposta ruína da torre. Apenas ao bater o olho sobre o local, era possível dizer que tinha sido usado com o mesmo intuito outras vezes. O problema era: recente?

Ele se permitiu ir um pouco mais à frente, procurando por sinais. As teias de aranha, porém, denunciava que ninguém visitava o subsolo há um tempo. O acampamento então, não era usado há pelo menos três dias. Atrás de uma pedra, encontrou um frasco com um líquido verde em seu interior. Parecia ter algo escrito, mas o tempo cobrava seu preço. Não que ele soubesse ler, de qualquer forma. Deixaria aquilo para depois, guardando o objeto entre suas vestes e apontando para a escada.

Faz um tempo que ninguém aparece por aqui, pode ser um bom covil... — disse, sorrindo. Sim poderia ser um dos bons, para eles ou para coisas que há muito não saíam do subterrâneo.
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Mensagem por Aldenor Seg Abr 22, 2024 7:45 pm

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Tristan havia recolocado o elmo para o caminho até a torre. As condições da ruína realçavam seu abandono. Parecia inútil para abrigarem, exceto pela descida ao subsolo.

O paladino parou quando Saban avançou. Observou dentro de seu elmo aos movimentos do homem-leão. Quando este retornou, avisou o que tinha encontrado. Tristan tirou o elmo em um sinal que, ao longo do tempo, seus companheiros se acostumariam.

Muito bem, para o subsolo. Alguém tem uma tocha? Talvez seja prudente para evitar surpresas aonde vamos descansar. Precisamos, além disso, ficar atentos a perigos. Valkaria pode exigir uma provação no meio da madrugada, então temos que ficar vigilantes. Faço o primeiro turno de vigia, depois pode ser você, Nyx? Em seguida Vladimir e Saban. Evitei Garen nessa vigia, pois já teve sua cota de ação por hoje. Posso contar com todos?

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Mensagem por Lord Seph Qua Abr 24, 2024 7:07 pm

Ao menos não dormiria ao relento, pensou Nyx.

- Por mim tranquilo.

Falou sem pestenejar procurando uma parede para se escorar, iria manter as vestes pesadas porém. Ainda não queria chamar a atenção para sua verdadeira aparência.

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Mensagem por Aquila Sex Abr 26, 2024 7:15 pm

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Luna 4 sob Pomo, 1420
Estrada da Floresta Cinzenta :: Torre Arruinada

A mortalha da noite finalmente cai sobre o mundo, e com isso a floresta ao redor do pequeno rochedo da torre, tão verdejante durante o dia, se transforma em um mar de trevas e sombras. Apenas o brilho fraco do imenso céu estrelado ilumina as horas arrastadas dos vigias, fora do salão escondido.

Logo após o grupo verificar que o lugar estava seguro, quando os aventureiros ainda estavam decidindo a ordem de vigília e se preparavam para cear e dormir, um fraco terremoto sacudiu o mundo. O chão tremeu sob os pés dos aventureiros, mas o eco vindo das profundezas do mundo durou mais do que a breve surpresa de todos, pois aquele efeito, por mais perturbador que fosse, já se tornara comum naquele reino ferido.

Felizmente, exceto por uma pedra desequilibrada, que despencou ruidosamente do alto de uma das paredes arruinadas, e uma nuvem de poeira que caiu sobre aqueles que naquele momento estavam na pequena sala subterrânea, ninguém se feriu.

Após o tremor, Garin acendeu uma pequena fogueira em um dos lados da sala subterrânea, cujo brilho era totalmente mascarado pelas paredes da torre arruinada.

A noite transcorreu sem maiores incidentes, e todos puderam descansar bem, apesar das condições. Talvez a única coisa notável que tenha ocorrido durante a noite, tirando os ruídos estranhos que vinham da escuridão da floresta, foi a aparição de uma luz estranha bem alto no céu, logo na primeira hora de vigília de Tristan, que assumira o primeiro turno de guarda. A luz, que seguia na direção norte, claramente não era uma estrela, mas era impossível identificar o que poderia ser.

Os turnos de Nyx e Vladimir transcorreram sem incidentes dignos de nota, se não contarmos o avistamento ocasional de algumas sombras misteriosas que passavam pela floresta, cujas formas selvagens eram indistintas em meio às sombras.

A vigília de Saban seguiu tranquilamente até a última hora antes da aurora, quando algo estranho aconteceu. Um denso nevoeiro começou a se formar por toda a floresta, o que por si só não era incomum de acontecer naquele horário, mas então o clima começou a ficar mais frio, e o som de passos ecoou da escuridão da mata. Primeiro, foi apenas um passo, lento e cadenciado, um som baixo o suficiente para fomentar a dúvida, mas evidente pra ser considerado apenas uma impressão; depois outro surgiu em algum lugar próximo, depois outro, até que, em poucos instantes, dezenas de passos se aproximavam lentamente do rochedo da torre arruinada.

E então, estranhas silhuetas começaram a surgir do interior da névoa escura, figuras pálidas cujos corpos quase totalmente descarnados vestiam restos de antigas armaduras, empunhando armas antigas e enferrujadas, mas que deixavam claro seu propósito.

Uma luz esverdeada brilhava nas órbitas vazias dos mortos-vivos que se aproximavam da ruína, pulsando fracamente enquanto surgiam das sombras, mas logo explodiam como a chama de tocha conforme eles começavam a investir na direção da ruína, brandindo suas armas e gritando brados vazios de violência e morte.

Combate

O grupo estava descansando quando Saban avistou a aproximação dos mortos-vivos, dezenas de guerreiros-esqueleto armados com espadas, machados, lanças e escudos, a maioria humanos, mas é possível ver que vários são claramente de raças diferentes, tanto por causa de seus trajes como por suas armas. A única coisa em comum entre todos eles é o desejo de morte que brilha em suas órbitas vazias.

É hora do combate, que será resolvido usando o Perigo Complexo abaixo.
Assalto dos Mortos-Vivos

Objetivo: Rechaçar a investida dos mortos-vivos.

Efeito: Os personagens precisam causar o máximo possível de dano à horda de mortos-vivos durante uma sequência de turnos. Se a quantidade de dano para afastar a horda não for alcançada, começa um novo turno.

Os mortos-vivos atacam a torre de todos os lados usando arcos e bestas, enquanto aqueles armados com armas corpo a corpo investem pela escada que sobe pelo lado do barranco rochoso. Se a escada não for bloqueada, ao final de cada turno, TODOS os personagens sofrem 2d6+2 de dano de corte. Se um dos personagens bloquear a escada, escolhendo a ação Guardião, apenas ele sofre 2d6+2 de dano de corte, enquanto os demais sofrem 1d6+1 de dano perfurante.

Durante o turno, os personagens podem escolher as seguintes ações:

    Guardião (Fortitude CD 10): um personagem (e apenas um) bloqueia a escadaria, se colocando no caminho dos mortos-vivos, impedindo que os monstros subam a torre. O personagem guardião sofre o dano total do ataque da horda, 2d6+2 de dano de corte, enquanto os demais sofrem apenas 1d6+1. Entretanto, se o personagem guardião passar no teste por 10 ou mais, ele sofre apenas metade do dano, enquanto os demais NÃO sofrem dano. É possível adicionar o bônus de defesa concedido por escudo ao teste.

    O personagem guardião também pode escolher qualquer outra ação.

    Ataque (CD 13): o personagem ataca a horda utilizando as perícias Luta ou Pontaria, causando seu dano normal.

    Usar Habilidade ou Item: O personagem usa uma magia, poder de classe ou item consumível para influenciar o combate a favor do grupo.

Durante o combate, Garin pode atuar como um parceiro Fortão Iniciante, causando +1d8 de dano a horda, OU como Guardião Iniciante, adicionando +2 ao teste de Fortitude do personagem guardião.

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