T20 - Odisseia: Espada e Magia (Fechada)

Parte 1: O Chamado

Alastor

- Ainda acho que devia esperar mais alguns dias antes de seguir com essa loucura.

Cardus dividiu um pedação de pão quente entre você e ele, e encheu suas canecas com com mais um pouco de cerveja, observando-o com uma expressão preocupada. Enquanto pegava sua caneca, você não pode deixar de pensar o quanto aquele tipo de expressão não incomum nas pessoas que você encontrava pelos lugares por onde passava, mas de certa forma era de se esperar vindo do velho sacerdote responsável pelo Templo do Panteão de Pedra Alta.  

O sacerdote fora um dos poucos habitantes do vilarejo que não o olharam com medo quando você chegou, alguns dias atrás, chegando a lhe oferecer abrigo no templo quando ninguém mais quis hospedá-lo, mesmo depois de você ter declarado abertamente que estava ali para ajudá-los a resolver o problema que os afligia. Não era fácil ser diferente, mas o comportamento dos aldeões talvez fosse compreensível considerando o que o reino havia passado recentemente.

Você chegou a Pedra Alta a cerca de três dias, mas não para lidar com as feras que estavam ameaçando aquela terra pacata, e sim para investigar um laboratório arcano perdido no tempo, a Torre de Agrivar. Foi por acaso que você topou com a história da Agrivar, um mago recluso que viveu nessas terras muitos anos atrás, antes mesmo de Vectorius, e que havia desaparecido tão misteriosamente quanto viveu. Sua morada, no entanto, ainda continua em pé no interior da floresta, abandonada por décadas graças à superstição dos aldeões.

Era difícil imaginar que o torre não fora saqueada durante todos os anos de abandono, mas ainda assim você rumou para Pedra Alta para investigar o lugar, talvez com a ajuda de outros aventureiros dispostos a enfrentar os perigos da floresta, que, infelizmente, pareciam estar ligados à torre. Mas ninguém na cidade estava disposto a lhe ajudar, apesar de todo o mal que as feras de floresta estavam causando, e nenhum aventureiro havia aparecido para responder ao chamado. Cansado de esperar, você decidiu ir até a torre no dia seguinte, para avaliar os perigos sozinho.

-É muito perigoso ir sozinho - o sacerdote continuou, como se tivesse lido a sua mente. - Peço mais uma vez que reconsidere. Espere mais alguns dias. Já enviamos mensageiros para todos os cantos do reino a procura de aventureiros. Alguém há de chegar logo...

Talvez alguém viesse, mas podia demorar. A maioria dos aventureiros e mercenários estavam ocupados trabalhando para os novos senhores que se tornaram os governantes que fragmentaram Samburdia em uma infinidade de Repúblicas.

Repúblicas.

A palavra ardia em sua mente porque era a mudança ainda não havia alcançado todos os cantos de Celeiro do Mundo.

Depois do fim da Guerra Artoniana, Samburdia havia se dividido em uma miríade de estados menores dominados por grandes proprietários de terras e mercadores que haviam extinto os velhos títulos da nobreza. Não haviam mais barões, condes ou duques em Samburdia, apenas reis, como os lordes haviam se denominado como forma de reforçar a igualdade que havia entre eles (e também para escarnecer os antigos costumes). Há quem diga que aquela não era a intenção dos comerciantes quando se chamaram assim, mas o nome pegou e logo o antigo reino havia se fragmentado em algumas centenas de reinos menores, dominados por rei e príncipes mercantes. Quando o sacerdote havia dito reino, se referia ao velho feudo de Diran, do qual Pedra Alta fazia parte.

Você argumentava com Reverendo Cardus quando as palavras proféticas do sacerdote subitamente se tornaram.

-Um viajante está chegando! - disse um servos do templo, de modo apressado, depois de pedir permissão ao velho sacerdote. - Está vindo pela estrada oeste, a cavalo, vestindo armadura e espada... Deve ser um aventureiro, por andar sozinho por essas estradas...

O sacerdote dispensa o rapaz e se vira para você.

- Não lhe disse que alguém apareceria, Alastor? Nossas preces foram atendidas. Parece que talvez você não precise ir até a torre sozinho. Talvez, porque não sabemos o que traz essa viajante à nossa vila...  - Ele pensa por um momento, antes de continuar. - Acho que você deve ir falar com ele, ver se é realmente um aventureiro, e se está disposto a ajudar...


Arthur Woodcastle

O dia estava quase terminando quando você avistou o pequeno vilarejo de Pedra Alta, no centro do vale do Rio Petra. O vento forte que soprava sobre os campos sacudiu violentamente a sua capa quando você deixou as sombras das árvores para trás e seguiu pela rua úmida e sulcada que levava à vila, encravada no fundo do vale, inconfundível por causa de sua peculiaridade.

O pináculo rochoso que dava nome à cidade despontava do meio do vale como uma enorme torre cinza-escura, tão destoante da paisagem ao seu redor quanto o clima sombrio que fez seu coração arder de ansiedade pelo desafio. Nuvens negras cobriam o céu, chegando a tocar oo topo do rochedo, e uma neblina fraca ofuscava as florestas distantes. Parecia que ali o verão havia ido embora mais cedo, e o inverno começava a exercer seu domínio. Ao ver aquele clima, você sabia que sua intuição estava certa, e instintivamente tocou no medalhão que pendia em seu peito.

O medalhão.

Enquanto descia pela trilha, você observou mais uma vez o objeto que havia encontrado no dia em que recebeu o chamado para ser um Campeão da Justiça. O brilho do medalhão, que estava jogado entre as pedras da fortaleza arruinada onde você viu a imagem de Oliver, havia chamado a sua atenção. Naquele momento, você julgou que fosse apenas uma peça de metal esquecida pelo tempo, mas quando o desenterrou e limpou, você reconheceu o símbolo de Khalmyr praticamente imaculado pelo tempo e soube que seu juramente estava consolidado.


Havia alguns dias que você havia ouvido os relatos dos viajantes sobre os perigos que estavam afetando Pedra Alta, e imediatamente decidiu seguir para a vila para ajudar a combater aquela ameaça. Conforme se aproximava, os viajantes que encontrava relatavam o aparecimento de lobos selvagens nas matas ao redor da vila, acompanhados por revoadas de monstros demoníacos que carregavam qualquer criatura que avistassem para às profundezas da floresta, além de outras histórias que algumas vezes não faziam sentido, mas serviam para reforçar o perigo da maldição que afligia a vila.

O sol da tarde espiava por sob as nuvens quando você alcança os limites da vila. A grande rocha que deu nome ao vilarejo domina a região norte do povoado, parecendo um castelo arruinado sob a luz do crepúsculo. Assim que se aproxima da entrada da vila, dois guardas vestidos com armaduras acolchoadas e o tabardo do feudo de Diran, armados com arco longos, espadas curtas e pequenos escudos, se aproximam de você.

- Bem-vindo a Pedra Alta, viajante - diz um dos guardas, em um tom mais de curiosidade do que de hostilidade. - O que o traz ao nosso humilde vilarejo? Não vemos muitos visitantes por essas bandas..?

- Nolan, veja o medalhão... - diz o outro guarda, olhando para os símbolos sagrados estampados em suas vestes.

- Pelos deuses! És um servo de Khalmyr? - diz o primeiro guarda, surpreso. - Sagrado seja! Sua chegada é mais do que oportuna, guerreiro, mais do que oportuna...


Introdução

Nossa história começa em um pequeno vilarejo chamado Pedra Alta, no interior de Samburdia, no verão de 1420. Pedra Alta foi erguido aos pés de um imenso pináculo, uma marcação natural que pode ser vista a quilômetros de distância, e que no passado era o centro de uma antiga cidadela anã cujas ruínas ainda podem ser vistas ao redor do vilarejo e nas fazendas próximas.

Alastor e Arthur chegaram na cidade por razões diferentes. O Mago foi para Pedra Alta para investigar a Torre de Agrivar, um arcano que viveu na região há muito anos, depois de encontrar uma anotação com o nome do feiticeiro em um velho pergaminho de Halagon, enquanto o Paladino foi atraído pelos boatos sobre os perigos que afetam a região, um desafio para suas habilidades.

Quando a aventura começa, Alastor está no Templo dos Deuses de Pedra Alta, que foi construído por anões no interior do rochedo, decidido a ir investigar a torre por conta própria, quanto Arthur está chegando no vilarejo.

Dados dos Personagens
Alastor PV: 11 Defesa: 13 PM: 10 Condição: -----.
Arthur PV: 22 Defesa: 16/18* PM: 6 Especial: Defesa +2 com Estilo de Uma Arma.

Arthur Woodcastle viajava perdido em seus pensamentos. Durante a noite, enquanto descansava próximo da estrada, a imagem de Oliver sendo assassinado por Van Houser atormentavam seus sonhos.

Não demorou muito para avistar o vilarejo dentro do vale. Pensou em como seria quente aquele lugar. E úmido. Desceu a ribanceira tomando cuidado para seu cavalo não escorregar. Seria uma péssima hora de se machucar, falhando já no seu propósito de chegar a Pedra Alta.

Cavalgando em um solo mais firme, rochoso com gramíneas, Arthur sentiu o coração bater mais forte. Seria sua primeira incursão como um paladino em uma vila que carecia de heróis. Problemas precisam ser resolvidos, heróis precisam cumprir seu papel. Ele se via como um herói, seu deus esperava que fosse o mais honesto e ordeiro possível.

Ansioso em como abordar aquelas pessoas, ficou imaginando vários cenários na cabeça. Será que perguntariam algo que ele não soubesse responder? Arthur nunca foi um estudiosos dos assuntos religiosos, embora saiba mais do que o povo comum. Mas e se fizerem uma pergunta difícil?

Parando para respirar fundo, Arthur quase podia ouvir Oliver rindo de sua ansiedade juvenil. Tinha que prestar atenção nos detalhes, não sofrer de véspera e tudo daria certo. Ele tinha as ferramentas, Khalmyr o capacitara. Tudo daria certo.

Chegando ao centro do povoado, Arthur admirou a enorme pedra que dava nome ao vilarejo. Com sorte, não precisaria dar satisfações, investigaria o mal que assolava aquele lugar, descobrir se eram lobos ou demônios, mistérios de camponeses.

Logo, dois guardas o interpelaram e reconheceram seu medalhão. Arthur, então, apeou.

Arthur

Eu sou Arthur Woodcastle, paladino de Khalmyr, como vocês perceberam. Hã... sim, vim aqui para investigar o que ouvi dos viajantes distantes. Há uma ameaça de lobos... ou de algum mal indizível por essas bandas? Bem, gostaria de falar com o prefeito ou o lorde local, pode ser?

Ele aparentava nervoso, mas ao mesmo tempo um misto de serenidade e sorrisos.

Alastor não gostava do reverendo Cardus.

A amabilidade do sacerdote causava repulsa, o mago não conseguia sentir outra coisa além de desprezo. O pão quente dividido, sua caneca com cerveja, o velho clérigo do Panteão lhe tratava com cortesia e lhe despejava preocupações, como se gostasse dele. Alastor se sentia inferiorizado.

Em sua vida, lutou por tudo que conquistou. Usou as armas que tinha e não se importou com ninguém além de si mesmo. Acostumou-se a ver todos como obstáculos ou mal necessário. Ninguém realmente gostava dele, exceto para extrair alguma vantagem. O sacerdote não, ele parecia ser genuinamente amigável. Alastor não gostava disso. O mago veio atraído pela promessa de encontrar poder no laboratório arcano perdido no tempo, a Torre de Agrivar. Fez bem em roubar o máximo de anotações dos livros de Halagon.

Você subestima meu poder, velho. Mas obrigado por sua preocupação.

Sabia que ele não tinha intenção de menosprezá-lo, mas Alastor não estava acostumado a ser tratado daquela maneira. Fingiu apreciar o máximo que pôde nesses três dias, mas agora sentia urgência em partir para a torre. Por ele, fazia tudo sozinho, mas não era estúpido. Sabia que precisava de alguém para sofrer por ele caso fosse preciso. Ou, no mínimo, alguém para ativar as armadilhas...

Finalmente, alguém nesse fim de mundo de Diran. Vou encontrar este homem.

Não terminou sua comida e partiu de encontro ao aventureiro. Toda refeição tinha gosto amargo para ele, uma infeliz característica de seu corpo maculado. Mas não se importava, um dia teria o poder para dominar artes arcanas inimagináveis. Se as história do tal Agrivar forem verdadeiras, muitos segredos ocultos estavam à sua espera e seriam seu primeiro passo rumo aos seus objetivos.

No caminho de encontro ao homem de espada, armadura e cavalo pode ser um guerreiro ingênuo em busca de fama e fortuna. Alguém que queria fazer seu nome matando feras, dificilmente seria por causa do laboratório arcano. A intenção deste homem não importava, na verdade, desde que servisse ao seu propósito.

Parte 1: O Chamado

Arthur

Você seguiu com os guardas até o prédio da prefeitura, que fica no lado norte do vilarejo, aos pés da torre de pedra. Quando você chegou na praça central, o vilarejo já estava escuro, mergulhado na noite, mas o topo do rochedo ainda refletia a última luz do crepúsculo.

A maior parte das casas e edifícios do vilarejo tinha apenas um único piso, mas na praça havia algum prédios com dois andares, como o armazém central, a taverna e hospedaria e a prefeitura, onde ficavam as autoridades da cidade. O que chamou sua atenção, no entanto, foi o templo do panteão, construído no interior do rochedo. Não era possível identificar das colinas, mas agora, vendo de perto, você nota que toda a base do rochedo fora esculpida em um círculo perfeito, com gravuras em alto relevo das vinte divindades que regem o mundo decorando toda a sua extensão, a maioria desgastada pelo tempo.

Ao chegar na praça, você sentiu o cheiro da comida e do calor vindos da taverna, mas seu dever vinha em primeiro lugar e assim você seguiu para a prefeitura enquanto um guarda levava seu cavalo para o estábulo.

O prefeito se levantou da escrivaninha em que estava assim que você entrou na sala.

- Então, o senhor é o viajante de que ouvi falar - disse. - Sou Urges Caliano, burgomestre de Pedra Alta.

O homem vestia um traje de tecidos finos com mangas bufantes, ao estilo dos mercadores das grandes cidades, mas seus modos e constituição robusta eram de alguém capaz de cuidar de si mesmo, embora ele já não tivesse mais a força da juventude.

- Um paladino - ele diz, quando nota o medalhão em seu peito, em um tom de surpresa e respeito. - Sua chegada é uma resposta aos nossos apelos, senhor...? Não sei se está ciente, mas estamos passando por um momento difícil, e sua ajuda seria mais do que bem-vinda... Mandamos pregar mensagens convocando aventureiros em todas os quadros de avisos da região, mas até agora apenas uma pessoa apareceu...

O prefeito fica em silêncio por um momento, olhando-o com uma expressão preocupada, mas antes que ele pudesse continuar, uma batida na porta chama sua atenção. Um instante depois, uma mulher surge à porta.

- Senhor, o mago está aqui...

- Ah, sim - o prefeito diz, interrompendo a mulher antes que ela possa continuar, mas não havia empolgação em sua voz. - Sim, mande-o entrar...U

Um segundo depois, um homem alto, trajando um manto pesado, entra na sala.

- Mestre Alastor - é tudo que o prefeito, olhando para o recém-chegado com um expressão estranha.


Alastor

Você deixou o templo a tempo de ver o recém-chegado entrando no prédio da prefeitura, acompanhado por dois guardas e vários olhares curiosos. A noite já cobria o mundo, mas muitas pessoas ainda estavam na rua, observando curiosamente o homem que chegara, um guerreiro, a julgar pela armadura de couro surrada que vestia e pelas armas que trazia. Ele, aparentemente, não havia percebido que se tornara o assunto das discussões da noite, mas você conseguia ver claramente os rostos nas sombras.

E tal como uma sombra, você atravessou a praça da vila e entrou na prefeitura. O aventureiro não estava no salão de entrada quando você entrou, apenas os dois guardas que o estavam acompanhavam no lado de fora, conversando com uma das assessora do burgomestre. Os guardas ficaram tensos quando o viram entrar.

- Ainda está aqui...? - um deles começou a dizer, mas a mulher o interrompeu.

- Mestre Urges pediu para chamá-lo - ela disse. - Vou avisar que o senhor está aqui...

A mulher bateu à porta do burgomestre, falou alguma coisa, e um segundo depois você entrava no gabinete, onde o prefeito o aguardava ao lado do aventureiro.

- Mestre Alastor - disse o prefeito, apresentando-o para o aventureiro que estava usava um medalhão de Khalmyr.

Dados dos Personagens
Alastor PV: 11 Defesa: 13 PM: 10 Condição: -----.
Arthur PV: 22 Defesa: 16/18* PM: 6 Especial: Defesa +2 com Estilo de Uma Arma.

Arthur estava ansioso para ouvir as palavras do prefeito da cidade, receber a missão que Khalmyr lhe colocava no caminho para testar suas habilidades, sua fé e determinação. Sentia um enorme desejo de começar a trabalhar o quanto antes, os pés formigando dentro das botas, as mãos agitadas debaixo da luva de couro.

Arthur

Eu sou Arthur Woodcastle, senhor Urges Caliano.

Cumprimentou o homem. Dessa vez sentiu um pouco de paralisia da ansiedade, tentando adivinhar o que o homem robusto tinha a dizer. Ficou surpreso com a ausência de aventureiros atendendo ao chamado, mas seu foco foi para outra direção.

Arthur

Pois não, senhor. Estou aqui para trazer a justiça de Khalmyr, eliminar as ameaças malignas deste bom povo e redimir os injustos.

Havia ensaiado esse momento inúmeras vezes. Decorou um pequeno texto a ser usado em cada rincão das repúblicas livres.

Um homem adentrou o recinto, sendo nomeado pelo prefeito por Alastor. Era um lefou, por suas marcas pelo rosto, mas Arthur há muito havia se acostumado com todo tipo de raça em Arton. Mesmo possuindo a mácula da Tormenta, Arthur não o julgaria sem conhecê-lo primeiro.

Arthur

Arthur Woodcastle, senhor.

E estendeu a mão para cumprimentá-lo.

Arthur

Então, senhor Urges Caliano. Quais são exatamente estes problemas que assolam Pedra Alta?

Alastor andou pelas sombras da noite, confiante e curioso. As sombras da noite podiam povoar a imaginação do populacho, com seus medos do irracional, do desconhecido. Mas Alastor foi criado nas sombras, seu corpo e alma possuem os "demônios dos demônios". Nada temia.

Entrou no prédio público com displicência e impaciência cultivada pelo curto caminho. Dois guardas estavam lá, um deles soltou um comentário ofensivo, mas Alastor estava acostumado com isso. Apenas o encarou com um sorriso maligno.

E então, a menina o fez entrar. O mago, então, foi anunciado por Urges Caliano. Alastor tinha o rosto comprido, os ossos protuberantes. Seus olhos eram vermelhos, marcados por uma couraça lilás ou magenta, das cores impossíveis da natureza. Vestia um robe da cor aparente de seus olhos, com mangas compridas. Na cintura carregava uma adaga.

Existe uma torre de um antigo mago, próxima da vila. As histórias desse mago retomam a época em que Vectorius era um jovem aprendiz. Um lugar que muito atiça minha curiosidade por seus mistérios arcanos ocultos. É para lá que vou ao amanhecer.

Limitou-se a dizer ao jovem guerreiro. Via com desagrado o medalhão, que denotava limitação moral. Algo que podia atrapalhar seus estudos.

Parte 1: O Chamado

Enquanto Arthur e Alastor se apresentam, Caliano chama sua secretária e troca algumas palavras com ela, antes de convidá-los a sentarem nas cadeiras estofadas dispostas diante da lareira.

- Mestre Alastor foi o único aventureiro que respondeu ao chamado, até o momento - o prefeito continua, depois de um momento. - Como ele disse, há uma antiga torre no interior da floresta que pertenceu a um feiticeiro chamado Agrivar... Um velho moinho que o mago transformou em laboratório, na verdade, mas todos chama de torre... O lugar ficou abandonada por mais de um século, mas, há cerca de dois meses, isso mudou...

- Os caçadores que ousaram se aproximar do lugar relatam terem visto luzes piscando no interior da torre, além de sons estranhos vinhos do lugar, e um deles disse ter visto uma figura de preto se esgueirando pelos campos abandonados, escondida pela neblina... Ele não conseguiu ver o que era, mas diz que quando a coisa o viu, seu sangue gelou... E como se isso não fosse o bastante, há essas criaturas que parecem ser atraídas pela torre: os lobos e os grandes morcegos vindos das profundezas da floresta... No começo eram poucos, mas todos os dias os caçadores encontram novos rastros...

A secretárias retorna depois de um momento, trazendo uma bandeja com bebidas e petiscos (vinho, queijo, salame fatiado e azeitonas).

- Durante o dia, não há muito perigo se as pessoas tiverem cautela e ficarem perto da vila - o prefeito continua, enquanto a moça serve as bebidas (disfarçando olhares para Arthur e evitando encarar Alastor), - mas ninguém pode sair durante a noite, exceto em caso de vida ou morte, e talvez nem isso... Não sabemos o que fazer, por isso pedimos ajuda de aventureiros para descobrir o que está acontecendo na torre, o que pode estar habitando o lugar e quais são suas intenções...

- Mestre Alastor chegou no vilarejo há alguns dias, disposto a nos ajudar - o prefeito diz para Arthur, olhando para Alastor com a expressão desconfiada de um velho mercador, - e teria partido imediatamente para a torre se tivéssemos encontrado alguém que quisesse guiá-lo pela floresta... Agora que o senhor chegou, acho que posso convencer um dos caçadores a ajudar...

- Pagaremos bem pelo trabalho, além de prestar todo o auxílio de que possam necessitar... O armazém e o ferreiro estão à disposição, se precisarem de alguma coisa - armas, armaduras, equipamentos... Mestre Alastor está hospedado no templo, mas vou providenciar para o senhor um quarto na hospedaria, mestre Arthur, sem nenhum custo...

Dados dos Personagens
Alastor PV: 11 Defesa: 13 PM: 10 Condição: -----.
Arthur PV: 22 Defesa: 16/18* PM: 6 Especial: Defesa +2 com Estilo de Uma Arma.

Arthur ficou espantado com o relato dos caçadores, passado pelo prefeito.

Arthur

Realmente, parece ser um problema sinistro. Mas sou um paladino, um guerreiro santo e vim aqui para trazer a tranquilidade de volta aos seus lares.

A moça retornou com petiscos e Arthur se deu conta que estava com fome. Sua mão rapidamente pegou um petisco e, sem querer, esbarrou na mão dela.

Arthur

Desculpe...

Sorriu e viu os olhos da menina iluminarem. Arthur ficou um pouco acanhado, mas depois voltou à sua postura aventureira. Olhou para o prefeito e para Alastor.

Arthur

Agradeço a hospitalidade. Acho que é mais esperto ir investigar o moinho pela manhã, talvez peguemos emprestado os auspícios de Azgher.

E então, seus olhos pararam no lefou. Não havia esquecido que ele não o cumprimentara. Era arrogante, ou mal educado.

Arthur

Diga-me o que pensa, senhor Alastor.

Tentou fazê-lo ser o mais sincero possível.