Forja de Heróis

por **Maelstrom** Sex Dez 11, 2020 11:33 am

As armas do reino de Zakharov são famosas em toda Arton por sua qualidade incomparável, talvez rivalizando apenas com o trabalho anão. Porém, o que poucos sabem, é que a origem da eficiência zakharoviana vem, além do trabalho dos excelentes ferreiros, do minério especial encontrado no reino principalmente na região oeste.

A aventura começou em Yuvalin, a segunda maior cidade de Zakharov. Lá é onde vivem os maiores especialistas em minérios, cultuando uma tradição secular de forja e extração. Sua impressionante e estranha arquitetura chama atenção dos forasteiros, pois é composta por um conjunto de grandes muros em formato de anéis concêntricos, parecendo uma colina artificial. Além disso, enormes pilares de aço sustentavam trilhos aéreos, ligando o distrito central às minas além da cidade, podendo serem vistos de longe. O som constante e ritmado da fundição central dava a impressão de que a cidade estava viva. Mesmo os forasteiros já ouviram falar de seu apelido: Coração da Forja.

A cidade era conhecida por ser voltada exclusivamente para a extração, o transporte, a fundição e o comércio de metais e minérios. Yuvalin, expandida de maneira ordenada graças ao forte controle da Guilda dos Mineradores, adaptava a engenharia anã de tempos remotos quando havia amizade entre Doherimm e Zakharov. Hoje, a Guilda controla todas as atividades, ou a maior parte delas com mãos de ferro.

Os cinco aventureiros novatos estavam na cidade uma semana antes do processo anual do Exame de Admissão de Aventureiros, o objetivo principal de sua estadia em Yuvalin. Cada um tinha suas motivações para angariar suas licenças para poderem oferecer seus serviços a quem precisasse. Afinal, um aventureiro não licenciado era proibido de atuar por lei em Yuvalin, sob pena de prisão ou até mesmo exílio.

Durante essa semana na cidade, os aventureiros aprenderam um pouco mais sobre ela. Yuvalin apresentava uma vida agitada, onde suas ruas fervilhavam de transeuntes em quase todas as horas do dia e da noite, graças ao rigoroso funcionamento de três turnos impostos pela Guilda dos Mineradores. Isso era possível graças à arquitetura única com um intrincado sistema de dutos de água quente que permeava a cidade, permitindo que ela operasse até nas noites mais frias do inverno.

Yuvalin parecia um enorme círculo dividido em três “anéis” pelo sistema de aquedutos que percorria a cidade. O primeiro anel, o Distrito da Forja, abrigava a Fundição Central, a sede da Guilda dos Mineradores, residências luxuosas e o esplêndido Jardim Eterno. O segundo anel, o Distrito da Bigorna, era composto por prédios comerciais e residenciais e é o mais populoso dos três. Já o terceiro anel, o Distrito do Carvão, concentrava atividades portuárias e agrícolas, além das residências mais pobres. Yuvalin projetou a cidade como uma fonte, drenando água do Rio do Panteão até o Fundição Central, onde é aquecida e redistribuída pela rede de canais, tornando o clima mais ameno para seus habitantes. Porém, como a água do sistema perde calor conforme se afasta do centro, a periferia de Yuvalin era mais fria.

Nem mesmo a ameaça da Tormenta ao norte, ou a recente ocupação purista abalaram o funcionamento metódico e as atividades incessantes de Yuvalin. Composta por maioria humana, Yuvalin ainda apresentava uma das maiores concentrações de anões em todo o Reinado. Além deles, os refinados elfos artesãos e os irreverentes goblins inventores também faziam da cidade sua morada. Como o metal que escavavam, os yuvalinenses eram um povo robusto e duro, moldados pelo trabalho pesado e o clima difícil. Apesar disso, normalmente se apresentavam bem-humorados e hospitaleiros, principalmente por causa do aumento exponencial de visitantes que passam pela cidade em busca de bons negócios.

Introdução

Cada distrito possuía suas particularidades e os aventureiros espalhavam-se por eles, aguardando seu esperado encontro na Sede da Guilda, localizada no Distrito da Forja, no dia do Exame de Admissão de Aventureiros.

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Adrian e Elian ainda não se conheciam, mas estavam no mesmo anel externo, o maior deles em termos de espaço. Grande parte do chamado Distrito do Carvão era tomado por grandes porções de terras preparadas para atividades agrícolas, usando o calor do sistema de aquedutos para cultivar fazendas-estufas, produzindo alimento o ano todo. Outra parte era tomada para as atividades do Porto Varhim, um ancoradouro construído na margem leste do Rio do Panteão. Operando dia e noite, era possível ver dezenas de navios indo e vindo, dia e noite.

O restante da região era formada por poucos casebres populares, onde havia algumas tavernas pequenas, mercearias singelas, oficinas e lojas geralmente pobres demais. A muralha externa era quase o dobro do tamanho das internas, pontilhada por ameias e torres de vigilância. O moreau e o qareen sabiam, pois chegaram do Portão Sul, que muitas pessoas moravam desordenadamente do lado de fora dos limites de Yuvalin. O assentamento era chamado de "O Estábulo", onde os moradores se amontoavam o mais próximo possível do calor que emanava da cidade. A periferia era constantemente vigiada pela milícia.

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Agitado e barulhento, o Distrito da Bigorna concentrava a maior parte da população de Yuvalin. Edvard e Morgan vislumbravam milhares de casas, lojas e tavernas espalhadas por suas extensão. Sua arquitetura não era muito diferente de outras grandes cidades do Reinado, mas impressionava até mesmo viajantes experientes pela grande quantidade de estabelecimentos que oferecem itens de metal, dos mais comums ao mais exóticos. Era possível encontrar armas e armaduras superiores, incluindo forjados a partir de metais especiais como adamante e mitral.

O bucaneiro e o bruxo, mesmo não se conhecendo, encontraram uma estalagem adequada às suas moedas e podia conhecer outras partes do distrito, como a Oficina Beluhga, onde armas, armaduras e escudos de gelo eterno eram comercializados; a Taverna Fim do Mundo, uma pocilga goblin de divertimento fácil; ou a loja Minérios Maravilhosos, comandada por um excêntrico inventor. Tinham tempo até o exame, por que não explorar a cidade?

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O cavaleiro perambulava no menor e mais importante distrito de Yuvalin, o lugar onde os nobres das famílias mais antigas viviam. Mansões e residências distintas das famílias mais importantes da Guilda dos Mineradores espalhavam-se pelo pequeno local. Suas ruas eram pavimentadas com pedras claras e iluminadas por postes com lampiões mágicos. Havia um pequeno comércio, com alfaiates, joalheiros, armeiros de luxo e tudo que podia suprir a necessidade de um ricaço, como a Pombo de Ouro, uma grande e refinada taverna que servia os pratos mais cobiçados da cidade. Regis não comia, não bebia e nem dormia, mas era impossível não ver os vivos se deleitando.

Havia outros lugares para se conhecer, como Normandia. Era um parque coberto por uma enorme redoma de vidro, repleto de árvores e flores que desafiavam o clima gelado, possível graças aos aquedutos aquecidos. Além disso, havia a Sede da Guilda dos Mineradores, onde Regis se apresentaria ao final da semana. Era um prédio distinto, uma estrutura perfeitamente quadrada, onde uma estátua de metal era ostentada com as figuras dos fundadores de Yuvalin: Yuvan e Norman em um aperto de mãos. Menos impressionante, mas também dado ao requinte, havia a oficina especializada em joias encantadas, Artemis Joias Arcanas e Kanpeki Espadas Especiais, com sua arquitetura exótica oriental.

Nota do Mestre:
* Vocês devem descrever suas motivações para quererem a licença e atuar como aventureiros na cidade de Yuvalin, usando as informações da cidade. Usem a interação com os elementos da cidade descritos para também apresentar suas personalidades.

* Devem também interagir com a cidade, seja criando NPCs por conta própria para fazer alusão aos conhecimentos dos locais que já foram descritos nesta atualização. Caso queiram informações novas ou se aprofundar em alguns locais já descritos, busquem no telegram comigo que eu fornecerei NPCs e testes necessários para tal.

* Os jogadores que tiverem seus personagens no mesmo distrito podem combinar no telegram de se encontrarem e se conhecerem previamente.

Dados dos Personagens:

Adrian Kindermann • PV: 18 PM: 4 Defesa: 17 • Condição:
Edvard Orelov • PV: 18 PM: 4 Defesa: 17 • Condição:
Elian A. Gardner • PV: 12 PM: 9 Defesa: 15 • Condição:
Morgan Wylt Myrddin • PV: 10 PM: 10 Defesa: 14 • Condição:
Regis • PV: 22 PM: 3 Defesa: 15 • Condição:

Próxima Atualização: 18/12 sexta-feira

por **Padre Judas** Qua Dez 16, 2020 2:10 pm

Edvard acordou tarde em seu quarto e olhou pela janela, observando o movimento do público. Ele havia vindo a Yuvalin trabalhando em um navio fluvial e decidira ficar por sugestão do contramestre. Segundo ele, ser aventureiro por ali dava um bom dinheiro, se conseguisse a permissão da Guilda de Mineradores. Edvard precisava de dinheiro se queria comprar seu próprio navio e montar sua própria tripulação algum dia.

Observou a cama por um instante – a garota já havia partido. Suspirou. Pegou suas coisas e se arrumou. Deu uma última olhada no espelho e sentiu-se satisfeito com o que viu.

Edvard Orelov

– Vamos arrasar hoje, não é? Claro que vamos.

Falou para o reflexo, com uma piscadela. Então deixou o quarto.

Era hora do almoço e o lugar já estava lotado. O bucaneiro vasculhou o salão em busca de um lugar e só encontrou um: uma pequena mesa com duas cadeiras, uma delas já ocupada. Andou com seu jeito gingado de homem do mar e pediu uma cerveja a uma atendente enquanto parava ao lado da cadeira vazia.

Edvard Orelov

– Bom dia! Esta cadeira está ocupada?

Com um sorriso no rosto, sentou-se nela antes de ouvir a resposta.

Edvard Orelov

– Sou Edvard Orelov, marujo e aventureiro. Espero que não se incomode em almoçarmos juntos.

Pediu a refeição à mesma atendente – que coincidia ser a garota com que passara a noite. "Garotas de taverna são as melhores", pensou consigo mesmo.

por **John Lessard** Qua Dez 16, 2020 7:48 pm

Havia uma mulher na ocasião em que acordou, olhando para o céu. Estava vestida de preto, mas não tem muitas lembranças daquele dia. Preciso de algum tempo para conseguir se mexer e descobrir que na verdade não possuía carne e nem osso. Levantou-se depressa, desengonçado, tentando se acostumar com aquilo. Quando finalmente parou, sentia que estaria arfando, com a respiração acelerada, mas não tinha pulmões para tal. Um desespero tomou conta de seu ser e os dois fogo-fátuo que preenchiam seus cavidades oculares, se acenderam ainda mais. Ele era osso, um esqueleto vagante.

Com os punhos fechados, percebeu que não sabia quem era. Nada, sua primeira lembrança, apenas aquela mulher de preto. Para si mesmo, vestindo apenas restos de algum traje de luxo, naquele instante rasgados, sujos de terra e sangue. Ao seu redor, haviam uma sorte de outros corpos, guerreiros e cavaleiros. Estava em uma grande cova. Sentou-se e assim ficou horas e horas. Não sentia cansaço, fome, sede ou desconforto de estar no ermo, sentindo o cheiro da morte, sentado durante tanto tempo naquela posição. Sua mente, por outro lado, apesar de nublada para o passado, fervilhava pelo futuro. Havia uma ânsia dentro de si, uma vontade de trazer justiça para o mundo, de extirpar o mal, de vingança. Mas vingança contra o que? Contra tudo e todos que merecessem.

Monstros errantes maléficos, foras da lei, corruptos... Todos.

Finalmente se levantou, olhando para os outros ao redor, as moscas e os corvos rodando. Muitos não estavam no mesmo estado de decomposição que ele e bem, nenhum tinha levantado. Pelo menos que tivesse visto. Apanhou armas que julgou boas para uso, assim como armaduras. Não sabia como, mas sabia usá-las muito bem e identificar quais ainda serviam.

Se vestiu, prendeu bainhas na cintura e nas costas. As chamas dos olhos desceram até um dos corpos, que trazia consigo um pergaminho amassado. Era uma carta de amor. Não sabia quanto tempo tinha aquilo, mas no final, um nome lhe chamou a atenção.

— Régis... — disse com um voz rouca e diabólica, mesmo que não fosse possível.

Não se lembrava de nada, nem sabia seu nome, então se chamaria Régis a partir daquele momento. Se pôs de pé e caminho em uma direção aleatória. E assim foi por dias, sem parar, exceto quando precisava lutar contra feras irracionais, que pareciam o odiar pela sua simples presença funesta. Percebia então, que parar sob o céu noturno, era capaz de restaurar suas forças. Então continuou, até ver a cidade no horizonte. Imponente, gigantesca. Chegava na cidade então uma sujeito alto, esguio, metido em uma armadura de metal e portando espadas. O crânio descarnado escapava por parte da abertura do elmo. Não demorou muito para descobrir sobre a licença necessária para agir como aventureiro. Bem, talvez fosse uma oportunidade para levar seu aço contra quem merecesse e com conexões e dinheiro, poderia descobrir mais sobre seu passado. De qualquer forma, faltava uma semana para a avaliação.

Era uma existência solitária. As pessoas o olhavam com receio, medo e a milícia sempre desconfiava de sua pessoal. Por algum motivo sentia-se mais confortável no anel mais alto, onde haviam as residências mais luxuosas. Não precisava da comida quente e do conforto das camas de taverna, por isso parava perto da estátua dos fundadores yuvan e Norman, durante a noite, embora há muito não precisasse se recuperar de alguma forma.

Não se atrevia a visitar o parque coberto, pois a vida natural o odiava. Admirava apenas do lado de fora as obras de Artemis Joias Arcanas, sem nunca adentrar. Porém, por algum motivo, gostava muito do interior de Kanpeki Espadas Especiais. Algo sempre o atraiu em armas e armaduras, embora não soubesse ou não se lembrasse o motivo. As armas lá, entretanto, eram diferentes daquelas que trazia consigo. Mas finas, delicadas e curvas. Régis nunca ousava tocar, apenas admirava, com um fascínio quase sobrenatural. Certo dia, tomou coragem para falar com o atendente.

— Essas armas, por que são diferentes das minhas? — saiu em uma voz rouca e sinistra.

Senhor? Apreciamos apenas armas de Tamu-ra, o Império de Jade.

Tinha um forte sotaque.

— Tamu-ra... — repetiu — É distante? É sua terra natal?

Ele o viu com olhares distantes e um sorriso.

Sim, minha e de meu senhor, Hatori Muramune-sama. Eu sou Goro Okazaki. Nunca ouviu falar de nossas maravilhas? Fazemos as mais perfeitas peças, rivalizadas apenas pelas armas mágicas do Reinado.

Ele fez uma mesura inclinando o corpo à frente, com as mãos ocultas em seu quimono luxuoso, azul com detalhes nas mangas e nas bordas em lilás brilhante.

Régis ouvia aquelas palavras, depois olhava para as próprias mãos. Onde seria sua terra natal? Naquele momento, era uma cova coletiva.

— Eu... Não me lembro. Apenas sei que são boas armas quando as vejo. Meu nome é Régis.

Vejo que por sua enorme espada tem preferência pelas mais robustas. Conheça esta nodachi. Lâmina longa, larga, com um único fio. Enquanto as armas desse tamanho amassam, a nodachi corta macio.

Ele apontou para a espada em um armarinho de vidro.

— No-da-chi... Qual o seu valor?

Goro, então virou-se para ele.

Hm. Esta peça possui o corte perfeito, em sua excelência. Seu valor é de 3.050 tibares.

Régis sabia que não tinha aquela quantia.

— Entendo... Eu voltarei quando conquistar esta quantia, Goro Okazak.

E após uma mesura desajeitada, Régis deixou a loja. Além daquela justiça violenta e vingança necessária qua parecia martelar em sua mente, nascia um novo objetivo para a sua existência.

por **Aldenor** Qua Dez 16, 2020 9:19 pm

Ele trazia o manto fechado e bem junto ao corpo, apesar da pouca luz que entrava pelas janelas acortinadas, pois essa era sua existência, dissimulada e solitária. A trilha do caçador. Protegido por seu gibão de peles, armas na cintura, amarradas no peito, presas às costas. Não era uma pessoa que um desavisado pudesse se meter.

Enquanto outras pessoas se ocupavam das próprias vidas, deleitando-se nos prazeres da luz do sol, Adrian Kindermann ficava nas sombras, as órbitas dilatadas de seus olhos focalizadas no sujeito pequeno sentado próximo da janela, brincando de riscar a mesa com sua adaga. Era um hynne de pele lisa, careca. O nariz fino tinha uma cicatriz.

Adrian chamava atenção por ter a cabeça de um lobo jovial, orelhas caídas, pelo marrom em tonalidade clara e escura mescladas aleatoriamente. Um "vira-lata", diriam alguns: fruto de uma mistura de humano do Reinado com um Herdeiro de Moreania. Mas ele era artoniano em todos os sentidos, nascido e criado, seguidor de um recém deus do Panteão.

O hynne recebeu sua caneca com a bebida espumada. Adrian se juntou a ele silencioso. Deixou sobre a mesa um tapa olho e o hynne parou de mexer na adaga para olhar o moreau com seus olhos de cores díspares. Um era azul claro e o outro leitoso, um vermelho desbotado.

Adrian

Você deixou no caminho.

As pessoas na taverna só ouviram um barulho de madeira sobre o chão de pedra. Quando buscaram com os olhares confusos, viram um hynne arrastando-se para debaixo de outra mesa, um vulto encapuzado com um manto surrado vermelho empurrando cadeiras para os lados. As pessoas não estavam acostumadas àquela situação, uma rapidez, movimentos bruscos. Eram trabalhadores do campo, pessoas humildes que andavam na linha e vinham na taverna um ambiente para rir e descansar.

Então, o hynne rolou por debaixo das saias de uma moça e foi parar perto da porta. Adrian puxou seu arco numa mão enquanto a outra pegava a flecha, já o tinha na mira, um olho fechado, o corpo numa postura ereta. Seu arco era enorme, uma madeira escura e flexível, linha retesada ao limite para um tiro longo e forte. O hynne parou com os movimentos bruscos, as costas na porta aberta, as mãos erguidas na altura da cabeça. A moça gritava, algumas pessoas começavam a entender o que estava acontecendo e, temendo que a violência se espalhasse como erva daninha, se encurralaram pelos cantos.

Hynne

Não me mate!

Adrian

Isso depende somente de você.

A moça já não estava mais a vista, uns homens de braços peludos à mostra tinham os olhos bem abertos. Outros próximos a uma janela jogando cartas não faziam nada além de observar. O silêncio imperava.

***

O céu escuro brilhava de quando em quando com riscos brilhantes cortando as nuvens. Seu uivo confundia-se com o vento forte, os pingos grossos da chuva, forçados a cair horizontalmente, castigavam seu rosto ferido. A dor era uma constante, familiar, mas denunciou o sonho.

Adrian apenas lembrava brevemente daquele tempo, as memórias acobertadas pelo trauma. A dor não era uma lembrava vívida. Aquela dor era familiar porque sentira recentemente, uma mistura de frustração e tristeza. Era uma dor recente, não daquele tempo.

Viu sua mãe morta, estrebuchada, os órgãos vazando pelo chão. Sua expressão pétrea de horror, os olhos mirando lugares diferentes. Adrian não sentia nada naquela memória. Talvez nem fosse a verdadeira, mas uma construída com o tempo. Viu o homem alto, muito mais alto que ele, embora soubesse que provavelmente era de sua estatura agora. Afinal, na época que o viu, era apenas uma criança lupina. O homem era mais uma criatura humanoide, um borrão sombrio com dois olhos vermelhos a brilhar. Em sua mão, pendurado estava um saco de estopa marrom. O saco era inconfundível, com dois remendos nos fundos. Era possível ver os quatro bebês avolumados, se movendo agitados. Grunhiam como lobos filhotes.

Acordou, então. O céu azul apresentava poucas nuvens. O calor era quase inexistente, fruto da proximidade do Rio do Panteão e das Montanhas Uivantes a oeste. Adrian deu uma cotovelada no hynne, fazendo-o rolar até o limite da colina rochosa. Pisando em sua capa, o impedindo de cair.

Hynne

Er... obrigado? Eu acho.

Não usava seu tapa-olho, aquele deixado na cena do crime descuidadamente. Era o objeto que o incriminava. Era um hynne de Collen e possuía olhos de cores diferentes como todos os nativos do reino do extremo sul, mas para se disfarçar, escondia o olho diferente com o tapa-olho. Não era preciso mais disfarces.

Adrian

Você vale menos frio.

Disse sem se preocupar, sentado enquanto comia tiras de carne ressecada e salgada. O hynne tinha as mãos e os pés amarrados por sua corda, não tinha mobilidade, então, se caísse mesmo da colina rochosa, era provável que se quebraria todo.

Adrian jogou uma tira de carne para o hynne, que o catou do chão agitado, com grande agilidade para alguém amarrado. Não era um bandido inofensivo, afinal. Enquanto o pequeno mordiscava sem vontade, deprimido, Adrian sacou sua espada longa da cintura e a fincou em um solo macio de terra batida e gramado, próximo às rochas da beirada da colina. Ele possuía um medalhão negro com um símbolo vermelho pendurado no peito. Adrian fechou os olhos.

Hynne

Nunca vi este brasão. É para o deus que está rezando? Qual seria, meu bom caçador?

Adrian

Este símbolo é da minha guilda. Não é de meu deus.

Resmungou, continuando sua prece de olhos fechados.

Hynne

Mas está rezando, não é?

Adrian o ignorou com um resmungo e continuou sua prece. Era por causa de sua fé que decidira se erguer, parar de esperar por seus pais adotivos e sair em busca de seus irmãos raptados e por vingança de sua mãe morta cruelmente. O moreau terminou sua prece e não respondeu ao hynne, que decidiu se calar.

***

Villent era uma cidade enorme, uma metrópole do glorioso reino de Deheon. Adrian conheceu Valkaria anos atrás, em ruína a viu se reerguer. Mas Villent era preparada para a guerra com suas construções de pedra, castelos, fortes e acampamentos. Mesmo em paz, o exército de Deheon nunca descansava, pois aquela região era muito próxima de seu inimigo, a Supremacia Purista. Adrian andou pelas ruas ladrilhadas até a taverna, empurrando o pequeno hynne.

O ambiente era pouco iluminado e era mais frio que o lado de fora. O chão, as paredes e o balcão eram de pedra colocada. Havia uma única janela em um segmento esvaziado. As pessoas ali preferiam estar na escuridão, longe dos archotes. Um homem esparramado em uma cadeira se levantou. Distinto dos demais soturnos em suas casacas e mantos pesados, este tinha roupas brancas adornadas com joias e ouro. Um turbante com uma pena encimavam sua cabeça, revelando sua origem exótica.

Kareef

Bem-vindo, senhor Kindermann. Vejo que deu tudo certo.

O homem abriu os braços a fim de prosseguir em um abraço, mas Adrian sentou-se à sua mesa, num lugar central na taverna. Todos os olhos se voltaram a eles por um instante. O hynne sentou-se timidamente, os pés presos balançando como uma criança.

Hynne

Eu só roubei um dinheiro... não precisava mandar um caçador de recompensas...

Olhava ao redor com medo, cercado de pessoas sinistras.

Kareef

Concordo, mas roubou alguém mimado, que não poupou esforços. Pela simplicidade da situação, enviei um novato.

Adrian abaixou o capuz revelando todo seu rosto canino por completo. Realmente, era sua primeira missão após estar em Valkaria. Nem mesmo as missões de anos atrás com a guilda serviam para seu propósito de agora.

Adrian

Estou pronto para uma nova missão.

Disse rápido. Kareef fez um gesto sério e dois homens pegaram o hynne pelo ombro, levando-o para uma porta aos fundos da taverna. Os demais presentes voltaram a cuidar de seus assuntos.

Kareef

Achei que sua guilda fornecesse missões, fiquei surpreso quando veio até mim. Não me leve a mal, fico contente com isso, pois devotos de Arsenal são eficientes.

O deus Arsenal tinha dogmas difíceis de se seguir que geralmente encurtavam a vida do praticante. Obstinação, ir até as últimas consequências, nunca desistir. Elementos úteis para um aventureiro.

Adrian

"Sempre encontrar condições de vitória. Quando não existirem, criá-las."

Recitou a famosa frase do deus recém ascendido. O mercador sorriu.

Kareef

Eu gosto da sua guilda. Não tem preconceitos... tem um paladino de Thyatis e um clérigo de Arsenal lá, não é? Curioso como se dão. Como conseguem conciliar. Hehe.

A Guilda Naval Vlamingen, apesar do nome, não tinha mais a ver com o mar. Era uma organização de aventureiros convidados para espalhar os valores da cavalaria e da "pirataria heroica", um misto de liberdade e ordem, justiça e combate à tirania. Adrian se tornou membro honorário ainda criança, depois ganhou seu medalhão um pouco mais velho, quando se tornou um batedor.

Adrian

Eles não me impõe missões. Somente a alguns.

Resumiu-se a dizer, intencionando estar livre para agir em missões à sua escolha.

Kareef

Pois bem, eu lhe daria uma missão, meu jovem, mas não tenho conhecimento de empregadores que precisam de novatos como você. É muito jovem, precisa se testar mais. Porém, sei de um lugar que pode ir para angariar experiência. Se chama Yuvalin, uma cidade a oeste de Zakharov, margeando o Rio do Panteão. Em breve a Guilda dos Mineradores vai abrir um exame para licenciar novos aventureiros. Você poderá trabalhar lá apenas com a licença, certo? A Guilda dos Mineradores não gosta de gente agindo fora de seu controle.

Adrian não gostava da perspectiva, pois como todo jovem, se achava pronto para desafios cada vez maiores e espetaculares. Suspirou erguendo o capuz novamente. Ao se levantar, iria embora sem mais nem menos, mas Kareef buscou sua mão para apertá-la. Sorria com o cumprimento forçado, mas que tinha muito significado. Era uma conclusão.

Estava na porta indo embora quando parou e se voltou ao homem.

Adrian

O que vai acontecer ao hynne?

Ele sorriu balançando a cabeça.

Kareef

Essa pergunta é a prova de que não está pronto para minhas missões. Até um dia, senhor Kindermann.

A porta foi fechada lentamente por um homem. Adrian viu a expressão risonha de Kareef se perder na escuridão.

***

Havia muitos barracos espalhados na margem de uma imensa muralha. Era dia quando Adrian chegou pelo portão sul de Yuvalin. Olhava para os trilhos suspensos que entravam pela cidade com assombro. Mesmo tendo visto Valkaria e sua imensidão de diversidade e caos inventivo, nunca tinha visto algo parecido com aquilo. Carroças enormes de metal entravam e saíam andando pelos trilhos, movimentando as rochas, os minérios, os futuros metais da fundição central. Yuvalin podia não ser a capital de Zakharov, mas era a capital do metal forjado.

Adrian

Coração da Forja.

Pontuou para ninguém, repetindo as palavras de um morador dos barracos que o explicou um pouco sobre a cidade por algumas moedas. Aqueles barracos eram moradia de gente paupérrima, que vivia colada na muralha e quando Adrian se aproximou do portão principal, soube o porquê.

Era quente. A muralha emanava um calor próprio, ainda fraco, mas mais quente nas muralhas internas que dividiam a cidade em três. O exame que lhe concederia a licença de aventura aconteceria em alguns dias e ele deveria ir ao interior da primeira muralha, no tal Distrito da Forja.

Adrian perambulou pela estrada principal do Distrito do Carvão, essencialmente agrícola. Havia uma infinidade de campos abertos, plantações com alguma tecnologia de estufa. Era tudo muito novo e estranho. O jovem moreau encontrou também casebres simples, de madeira e telhado de sapê. Eram pobres, mas pelo menos estavam dentro da cidade. Com alguma indicação, foi até uma taverna próxima à segunda muralha.

Era um senso comum deixar moedas sobre o balcão com uma pausa dramática, antes de revelar sua intenção.

Adrian

Procuro um lugar para descansar.

Taverneiro

Oh, olá viajante. Não temos hospedarias neste distrito, mas se está interessado em um quarto, tenho um lugar vago na minha casa, duas ruas daqui. É mais barato que lá dentro.

Ele apontou com o polegar para o lado, indicando a muralha. Adrian olhou pela janela e viu de relance algumas pessoas andando com enxadas nos ombros pela estrada central que levava para a muralha interna. O jovem moreau assentiu e deixou uma moeda, partindo dali com a certeza de seu retorno no arranjo combinado.

Seus passos eram largos, Adrian não gostava de ficar parado muito tempo.

Apesar da natureza espalhada com árvores, lotes de plantio e jardins em abundância, Adrian sabia que era uma manifestação inequívoca da mão dos povos civilizados. Tudo controlado, criado e modificado. Em pouco tempo, soube que nada em Yuvalin parecia natural.

Não que se importasse com isso. Adrian era um caçador de recompensas, acostumado aos espaços urbanos, embora soubesse o valor do descampado silencioso, da sombra de uma árvore, do frescor de um rio cristalino.

Por falar em frescor, visitou o Porto Varhim, onde a brisa era fresca e o barulho incessante das máquinas em Yuvalin eram mais distantes. Sua intenção era ajeitar-se em alguma amurada do porto para observar a chegada e partida dos navios, sentir a brisa fria das Uivantes. Porém, não encontrou tal local. Todos os espaços eram tomados por pessoas carregando mercadorias em caixotes de madeira. Armas e armaduras em sua maioria, eram exportadas. Valiosas demais, deveria ir para o sul, de repente para o Mar Negro. Outros navios chegavam com coisas úteis para a cidade. Utensílios de madeira, imaginava. Perambulou tentando não atrapalhar ninguém, até que esbarrou em um marujo.

Bucaneiro

Ora, pois?

Era um elfo, desgostoso com encontro. Vestia uma capa azul brilhante, roupas de lã confortáveis. Na cintura, uma espada de lâmina muito fina com uma empunhadura redonda muito grande. Adrian tinha o capuz do manto ocultando parcialmente o rosto, mas o focinho era visível. Ele se afastou apenas acenando com a cabeça, um sinal humilde de desculpas silenciosas. Mas o elfo o rondou, impedindo que seguisse o caminho.

Bucaneiro

Estou a falar contigo, meu chapa. Uau, tens cara de catchiorro.

Adrian

Nunca viu um moreau?

Respondeu tentando sair ao largo, mas foi impedido pelo passo gracioso do homem fechando o caminho.

Bucaneiro

Claro que sim, gajo, sou um navegador experiente, mas nunca vi um com cara de catchiorro. Tenhas mais cuidado, visse?

O braço de Adrian o empurrou para o lado.

Bucaneiro

Ora, pois, queres um duelo, patife?

O caçador viu a adaga na mão do bucaneiro, mas não viu quando a sacou e nem de onde. Adrian fechou a expressão, o focinho recuado, dentes à mostra.

Adrian

Não será bom pra você.

O caçador até não possuía o ímpeto para brigar, mas sentia-se compelido a se provar. O elfo não perdeu tempo e num instante, estava colado a Adrian em um passo. A postura, o corpo em lateral, o braço esquerdo erguido diametralmente oposto ao braço direito da estocada. A adaga penetrou o gibão de peles, abrindo um rasgo incômodo. O elfo sorriu, mas Adrian também.

Bucaneiro

Que?

Adrian

Traiçoeiro, você.

Sorriu cheio de dentes afiados. A fisgada provocou uma careta no elfo. Ele abaixou a cabeça sentindo falta de ar. A mão esquerda de Adrian estava enterrada no torso lateral. O sangue escorreu suave e discreto. A pequena lâmina da adaga, então, saiu lentamente, provocando um gemido de dor do elfo.

Bucaneiro

Tu me pagas, salafrário!

Disse sem voz, recolhendo-se no meio da multidão de marujos e caixas. Adrian suspirou e começou a dar meia volta para evitar maiores encrencas. Afinal, não queria ser preso ou desqualificado antes de tentar fazer o teste admissional da Guilda dos Mineradores.

Ação de Adrian
Gastos de moedas foram puramente interpretativos, considerando que ele tinha mais moedas e chegou ao estado atual da ficha no começo do jogo.

por **Fenris** Qui Dez 17, 2020 11:52 pm

As estradas eram longas, e elas culminavam em Yuvalin para ele. Morgan estava viajando faziam anos, desde quando tudo havia ido para o inferno em Portsmouth. Alguns trabalhos como mercenário haviam o encaminhado para a cidade, e Yuvalin era uma cidade magnífica. Certamente a maior que ele já havia visto. Ele havia ficado extremamente em dúvida sobre tentar o exame e conseguir sua licença. Podia continuar vivendo em viagens, sem se prender à laços legais ou associações. Mas a estabilidade e chances que Yuvalin e uma licença ofereciam eram grandes demais para se desperdiçar.

Ele podia apenas tentar, afinal. Quando se sentou na estalagem naquela manhã, porém, ele não esperava que alguém fosse se aproximar. Sua aparência, as tatuagens que se moviam como sombras em seu corpo, a aparência sombria, costumavam não atrair atenção. Não da positiva, ao menos.

Edvard Orelov

– Sou Edvard Orelov, marujo e aventureiro. Espero que não se incomode em almoçarmos juntos.

- Sem problemas. Edvard, é isso?

O rapaz respondeu, mal erguendo a voz. A bengala negra estava apoiada na mesa.

- Morgan. Viajante e... aventureiro, também, creio. Vem de onde Edvard?

Fez sinal pedindo uma cerveja.

Edvard Orelov

— Sou de Hershire, mas tenho viajado por todo o mundo. E você?

- ... Portsmouth. Já que viajou tanto, sabe aonde posso conseguir café por aqui, Edvard?

Edvard Orelov

— Café? Bom, acho que a atendente pode te trazer, não?

- Não quero ser o imbecil de nariz em pé que pergunta se tem café para uma atendente de taverna, admito.

Edvard deu de ombros, mudando de assunto.

Edvard Orelov

— Então você também é aventureiro. Está inscrito na guilda?

- Vim tentar a sorte. Você?

Edvard Orelov

— O mesmo aqui. Preciso de dinheiro para comprar meu próprio navio e ouvi que a Guilda paga bem.

- Navio? Não estamos meio longe do litoral?

Edvard Orelov

— Sim, estou longe de casa, mas já naveguei pelos grandes rios do continente também. O Rio dos Deuses é praticamente um mar de água doce.

- Bom, um brinde à Edvard Orelov, futuro cação fluvial então.

Disse com a voz seca mas bem humorada, enquanto fazia sinal para a atendente os servir.

por **DiceScarlata** Sex Dez 18, 2020 12:35 pm

O PROFESSOR

"NÃO HÁ VIDA SEM CORREÇÃO, SEM RETIFICAÇÃO"

- Arquimago Paulo Freire

Novos começos

Elian A. Gardner

Havia o monge e o discípulo.

Dia após dia o monge treinava seu discípulo esquentado, mas ao cair da noite, este perdia sua cabeça e se envolvia em brigas na rua.

Era jovem, nervoso e sempre queria se provar. Cedia as emoções e feria a si mesmo e os outros a ponto de que certa vez, quase causou a perda de uma vida.

O jovem então, foi até seu mestre e pediu:

"Mestre, como posso controlar minha raiva? Ensine-me!"

O monge ordenou então o seguinte:

"Pegue uma tábua de madeira, um martelo e um balde com pregos."

O discípulo obedeceu sem hesitação, ainda que não entendesse o intento. Voltou com cada artigo pedido. Tábua. Martelo. Balde. Pregos.

O mestre então orientou:

"Cada vez que sentir raiva, quero que ao invés de reagir, venha até a tábua e martele um prego sobre ela"

Ainda que confuso, o discípulo obedeceu. Dali em diante, sempre que era derrotado por seu temperamento, um prego era cravado na superficie da madeira. Nas primeiras semanas, a tábua foi rapidamente preenchida de pregos. Porém, nas seguintes a quantidade deles começou a diminuir. Então mais um pouco. Até que com o passar nos dias finais, apenas um ou dois eram pregados. E então nenhum.

Animado e orgulhoso o discípulo foi até seu mestre e disse:

"Veja mestre! Aprendi a controlar minha raiva! E não perco mais a cabeça!"

O monge sem expressão, apenas pediu que ele trouxesse a tábua até ele. O discipulo, mais uma vez sem entender, obedeceu. Quando o fez, seu mestre ordenou que retirasse todos os pregos da tábua. E ele o fez.

Ao terminar, jazia uma superfície completamente esburacada.

O monge mestre disse então:

"Vê esses buracos? São as marcas que sua raiva deixou. Mesmo que retiresse os pregos, essas feridas ficarão ali para sempre. O mesmo aconteceu com todos aqueles a quem dirigiu sua raiva. Desculpas não apagam cicatrizes."

O discipulo engoliu seco e caiu em lágrimas. Era aquela a verdadeira lição. Ponderar antes de agir. Pensar no próximo antes de si mesmo.

Nunca mais deixaria marca alguma no próximo.

Elian

*Tanto a aprender, tão pouco tempo*

*Para quem viveu no reino da magia, o reino das armas era como uma dimensão paralela. No lugar de tapetes voadores. fornalhas fumegantes. Ao invés de cajados e varinhas, espadas e martelos. No lugar de mochilas com livros, aljavas. E isso era fascinante. Não os desdenhava de forma alguma. Artes bélicas também eram estudo. Como empunhar uma arma? Qual o melhor método de aplicar força ao brandi-la? Como se defender? Como forjá-la? Tudo era ciência, tudo era aprendizado. Tudo é Tanna-Toh *

*Elian lutou contra seus instintos e fez aquilo que mais lhe doia: Fechou seu livro. Puxou uma pena e um bloquinho e começou a escrever. Fazia contos curtos sobre Yuvalin. Escreveu sobre o distrito do carvão e suas atividades agrícolas, não movidas por encantos ou sistemas mágicos, mas utilizando o trabalho de um para beneficiar o outro. Genial! isso possuía tantas aplicações! Devia ser divulgado*

*Satisfeito, continuou a caminhar, sorridente. Desde que saira de Wynla, passeou pelo reino de Deheon, ainda ferido pela guerra, onde viu muita coisa interessante, mas nada como aquele lugar, cuja cultura era tão centrada. Havia ido ali com um objetivo: Achar um grupo de aventureiros e aprender sobre o mundo. Não o que livros lhe contaram, mas apenas o que professora vida podia ensinar. Ver com os próprios olhos e quem sabe, dividir um pouco do próprio conhecimento*

*Pois ensinar era gratificante. Não apenas dizer o que fazer, mas incitar a procura do saber. Passou dez anos desenvolvendo sua própria magia com esse único intento e agora faria algo bom com ela*

Elian A. Gardner

- Arton... Um mundo de problemas. Mas você é bem mais do que isso não é? Para cada problema, uma dádiva, uma maravilha, um mistério a ser desvendado. Viver em Arton é a aventura em si.

*Sorridente com mais sua anotação percebeu que suas pernas haviam o levado ao porto. Sentiu aquele odor litorâneo. Na verdade o odor de rocha, areia e madeira molhada. O aroma de pesca. Do calor. A paisagem em si seria uma visão e tanto, mas o que chamou sua atenção acima de tudo foi um duelo*

*Encarou de soslaio, de um ponto cego, um elfo agil enfrentando... UM MOREAU! Uau! Eles eram tão raros hoje em dia! Mesmo em Wynlla sequer havia conhecido um. Pensou em interferir e buscar uma solução com palavras ao invés de aço, mas sua curiosidade foi maior. Tinha um fraco por disputas e era um fã de lutas, algo impensável a um educador. Ou não. Antes que divagasse a batalha acabou com a vitória do moreau. O elfo fugiu praguejando e sangrando. Pelo menos parecia que não era fatal. Não precisaria de sua magia. Não. Sua atenção estava sobre o vencedor. E assim, chamaria sua atenção*

*Sons de palmas ecoam pelo porto, junto a sinfonia da quebra das ondas*

Elian A. Gardner

- Impressionante, impressionante... Você parece forte, Sr. Moreau

Ele se virou rápido para a direção dos aplausos. Cobriu parcialmente o rosto com o capuz.

Adrian

Ele provocou.

Resmungou explicativo.

Elian A. Gardner

- Eu sei.

*Saltou do caixote em que estava sentado, caminho com cautela. Parou em frente e estendeu a mão em cumprimento*

Elian A. Gardner

- Meu nome é Elian A. Gardner. Um professor. Muito prazer. Não tem por que se esconder de mim. E se tiver tempo... Eu tenho uma proposta.

O focinho do moreau fungou.

Adrian

Kindermann. Caçador de recompensas.

Aceitou o cumprimento. Sua mão enluvada era grande, mas seu aperto gentil e leve.

Adrian

Vou conseguir a licença da cidade, não estou procurando outros trabalhos no momento.

O capuz pouco escondia sua natureza moreau, já que o focinho alongava-se para fora. O rosto do Qareen se iluminou ante as palavras do caçador*

Elian A. Gardner

- Mas isso é perfeito. Esse é meu objetivo.

*Elian se recostou preguiçosamente contra uma barca estacionada e estendeu a palma da mão, como se desenhasse nela*

Elian A. Gardner

- Eu desejo a licença também. Mas creio que a coisa mais importante na vida de aventureiro são os companheiros que trás junto de si. Eu desejo aliados.

*Apontou os dedos, sinalizando quatro*

Elian A. Gardner

- Este é o número ideal. Um mestre de artes arcanas. Um guerreiro capaz de segurar o fronte. Um combatente que cubra a distancia e um agil lutador. Na minha teoria, é o grupo perfeito junto de minhas habilidades. Sabe... Eu sou um aventureiro de suporte. Sou capaz de tornar os outros melhores.

O moreau observava em silêncio. Elian de fato era muito fraco sozinho. Mal podia lutar e seu dom servia para aflorar os talentos daqueles ao seu redor. O nome dessa técnica era PEDAGOGIA. Precisava de bons aliados para que se destacasse. Sozinho, não obteria sua licença. Ainda que não pudesse formar grupos antes, era inteligente ter amigos dentro*

Adrian

A guilda que faço parte possui muitos aventureiros. O capitão decide quem participa das missões. Se aqui for o mesmo jeito, acho que não depende de nós formar alianças.

Elian A. Gardner

- De fato não. O que não impede de nos ajudarmos, mesmo em equipes diferentes. E se acabarmos juntos melhor ainda. Mas você tem o que eu preciso e além do mais....

*Sorriu*

Elian A. Gardner

- Você é um fuckin moreau! Isso é foda! Nunca conversei com um!! Ah tanto que eu queria aprender sobre Moreania! Que tal, vamos nos inscrever juntos. Posso até cobrir a janta depois. Não é um mal negocio huh ?

Kindermann ergueu uma "sobrancelha", confuso.

Adrian

Eu... hã... Está bem.

Disse inclinando a cabeça para o lado.

Elian A. Gardner

- Opa! Temos uma aliança. Faremos de tudo para obter nossas licenças e se pudermos nos ajudar no processo, melhro. Vamos lá meu amigo.

*E passando ao mão ao redor do ombro do caçador o puxou para caminharem juntos*

por **Maelstrom** Sáb Dez 19, 2020 12:31 am

Aventureiros de toda sorte chegaram pela manhã ao Distrito da Forja, na Sede da Guilda dos Mineradores. Além de Adrian, Elian, Morgan, Edvard e Regis, outros figuravam pelo pequeno jardim atravessado por uma estradinha de pedra, onde a estátua dos fundadores da cidade apertavam as mãos.

Estavam em frente à porta dupla de aço maciço escuro e polido. Alguns diziam ser adamante. A estrutura da sede era toda quadrada e angulosa, com poucas janelas e túneis que levavam a corredores internos, onde trabalhadores faziam seu percurso, metido em macacões sujos de óleo e fuligem. Alguns levavam ferramentas pesadas como martelos, outros carregavam um estojo de peças delicadas na costura da camisa. Eram em sua maioria humanos, mas alguns goblins e anões também podiam ser apreciados.

De repente, um sino chamou atenção de todos os aventureiros (os trabalhadores só ignoraram). Três oficiais surgiram por uma porta lateral. Vestiam uniformes verdes, praticamente idênticos e portavam espadas longas na cintura, com empunhaduras cravejadas por joias brilhantes.

A mulher ao centro do trio carregava o sino e elevou sua voz após bater uma continência.

Atenção, candidatos. O Exame de Admissão de Aventureiros irá começar. Por favor, sigam-nos.

Os aventureiros seguira o trio uniformizado até um grande salão, atravessando o enorme portão de aço escuro. Neste lugar havia cadeiras de madeira com estofado macio e requintado para todos se sentarem. Os três membros da Guilda dos Mineradores aguardaram todos se juntarem, até que um deles se manifestou.

Vocês agora receberão um pergaminho com tinta fresca onde poderão escrever seus dados. Diante disso, faremos uma avaliação com o auxílio de um sacerdote de Thyatis membro de nossa Guilda e traremos os resultados.

O outro uniformizado começou a distribuir os pergaminhos enrolados e presos por uma fita vermelha, marcada com o brasão de Thyatis. Assim que ele terminou, se juntou aos dois colegas:

Muito bem, candidatos. Alguma pergunta?

O silêncio durou apenas alguns instantes.

Responder nome, ocupação e habilidades? Só isso? Qual o critério da avaliação?

A aventureira erguia a mão para falar.

Estes pergaminhos são mágicos. Revelarão um pouco sobre vocês e o sacerdote de Thyatis da Guilda irá determinar se são qualificados ou não para adquirirem a licença.

Outro ergueu-se da cadeira.

Ano passado o teste foi outro, cada candidato retiraria uma pedra de dentro de um saco, e aqueles que conseguissem retirar as pedras douradas seriam aprovados. Por que houve mudança?

Suas palavras eram cheias de desconfiança.

Cada ano há um processo seletivo diferente. Este ano é assim, ordens de cima. Agora, por favor, sente-se.

O homem sentou-se dobrando as pernas, desviando o olhar enquanto desenrolava seu pergaminho.

Alguém mais tem alguma pergunta?

Nota do Mestre:
* Essa é a chance de vocês conversarem entre si, ou com os aventureiros NPCs, ambos casos resolvidos no telegram.

* Podem fazer uma pergunta cada aos três aplicadores das avaliações.

* Vocês devem por no post o que escreverão nos espaços do pergaminho: Nome, Idade, Ocupação, Habilidades, Lugares conhecidos em Arton.

* Apesar de ser uma aventura pronta, ela possui espaço para criatividade. "Coisas boas acontecem com quem é bom". Ou seja, amizades e inimizades podem ser forjadas e gerar consequências na história.

Dados dos Personagens:

Adrian Kindermann • PV: 18 PM: 4 Defesa: 17 • Condição:
Edvard Orelov • PV: 18 PM: 4 Defesa: 17 • Condição:
Elian A. Gardner • PV: 12 PM: 9 Defesa: 15 • Condição:
Morgan Wylt Myrddin • PV: 10 PM: 10 Defesa: 14 • Condição:
Regis • PV: 22 PM: 3 Defesa: 15 • Condição:

Próxima Atualização: 22/12 terça-feira

por **Padre Judas** Sáb Dez 19, 2020 8:03 pm

Tudo era bem organizado ali na Guilda. O bucaneiro olhava tudo com um disfarçado interesse.

Forja de Heróis APzCAue

Edvard Orelov

"Ih, pronto, gamei."

Seu irmão sempre dizia que Edvard se apaixonava muito fácil. Mas o que ele podia fazer se amava as mulheres, principalmente as bonitas? Seu coração era muito grande e seu sangue era muito quente.

Edvard Orelov

– Dá um minutinho aí, Morgan.

Disse ao colega e foi ter com a bela moça de cabelos cinzentos.

Edvard Orelov

– Bom dia, senhorita. Desculpe me apresentar assim, mas este é um dos momentos mais importantes de nossas vidas e eu não quero perdê-lo. Sou Edvard Orelov. Qual o seu nome?

Ela tinha uma postura distante, era a mais isolada dos aventureiros, com um peitoral de aço e uma só ombreira, onde o metal percorria ao longo do braço direito. Vestia uma longa túnica verde escura com detalhes em negro, ladeada por uma espada embainhada em couro. Era uma arma longa, de lâmina grossa.

Olivia Ravenclow

– Hum? Bom dia. Sou Olívia Ravenclow.

Ela meneou a cabeça para Edvard com simplicidade.

Edvard Orelov

– Posso te chamar de Olívia? Então, Olívia, você veio de onde?

Antes, estava de lado para o bucaneiro, agora virava-se totalmente para ele, uma mão na cintura, a outra repousando sobre o cabo da espada. Novamente, meneou a cabeça para Edvard.

Olivia Ravenclow

– Bielefeld. Do campo, interior. Está animado, Edvard?

Edvard Orelov

– Sim, muito. Sou de Hershire, embora minha área seja mais... costeira. Sabe, eu tenho certeza de que ambos vamos passar nesse exame e, de fato, já estou planejando reunir um grupo. Então te vi e pensei: olha só, uma mulher forte, inteligente e ainda por cima bonita. Acho que seria uma parceira perfeita. Posso estar enganado, mas você é uma guerreira da linha de frente, não é? Eu luto bem no corpo-a-corpo, mas também sou hábil à distância, então acho que poderia te dar... cobertura.

Ela ergueu uma sobrancelha quando mencionou Hershire, mas depois sorriu desviando o olhar quando elogiada.

Olivia Ravenclow

– Estou começando, nunca lutei de verdade, mas pratiquei muito com minha mãe. Muito bem, se passarmos no Exame, aceito sua parceria, Edvard Orelov.

E estendeu a mão para ele, piscando o olho.
Edvard toma a mão dela e curva-se galantemente.

Edvard Orelov

– Será um prazer para mim, Olivia.

Ela tem uma pequena resistência quando a mão é puxada, mas ao ver o cortejo do bucaneiro, ela cede ao sorriso, desviando a cabeça para o lado.

Olivia Ravenclow

– Ora, Edvard, nunca conheci alguém de Hershire. Todos são galantes como você?

Edvard dá uma gargalhada curta.

Edvard Orelov

– Hahaha... felizmente não.

Neste momento Morgan se aproxima.

Morgan

– Pelos deuses Edvard, já seduzindo mais uma? Quer dormir com todas as competidoras para impedir que mirem em você mesmo? Ou para que percam horários?

O rapaz disse alto, apoiado na bengala, escárnio na voz. Olívia cruza os braços e olha para o lado, numa postura obviamente retraída. O hershirense por um instante encara o outro como se fosse pular na garganta dele, mas se controla.

Edvard Orelov

– Que absurdo! Eu não faço isso e realmente espero que Olivia junte-se a mim... ao meu grupo depois que passarmos. Agora preciso pensar é se deveria convidar você, Morgan!

Ele se vira para Olivia.

Edvard Orelov

– Não ligue pra ele. A gente está na mesma estalagem, mas mal nos conhecemos, ele não sabe nada sobre mim. Me dê um voto de confiança, certo?

Ele pisca, com um sorriso. Ela corresponde ao sorriso, mas dessa vez com menos desembaraço. Depois que se afasta, Edvard se aproxima de Morgan, ficando bem perto dele, cruzando os braços ameaçador, e fala em tom muito baixo com voz séria e irritada.

Edvard Orelov

– Agora acho que consegui remediar a situação, mas da próxima vez que tentar atrasar meu lado eu vou te moer de pancada, sacou?

Morgan

– Culpado, culpado. Mas não fique próximo à rivais assim Edvard. Quem pensa com a cabeça de baixo acaba perdendo a de cima. Vamos, antes que o sino toque.

Enquanto o sino toca e Morgan sai andando, Orelov balança a cabeça e ergue as mãos.

Edvard Orelov

- Quem disse que isso é uma competição?

Depois ocorre a reunião com os oficiais da Guilda. Ao ouvir sobre o processo de seleção, Edvard fica chocado.

Edvard Orelov

– Espera. Um padre vai decidir se a gente entra ou sai? Mas-mas... isso não faz sentido...

Gêmeo 1

– É o procedimento.

Disse ríspido.

Gêmeo 2

– Não é um padre, é um clérigo. Ele possui qualificações para a tarefa.

Tentou com um tom conciliador.

Gêmeo 1

– Candidato, questiona o método da Guilda dos Mineradores?

Edvard Orelov

– Só acho... estranho. Mas vá lá, vocês é que sabem, eu não me importo, só pensei alto.

Orelov estava incomodado que uma única pessoa tomaria a decisão, provavelmente de forma totalmente arbitrária. Magos podiam ser exóticos, mas clérigos tinham os métodos mais esquisitos para usar suas magias. Além disso, para Edvard os "deuses" nunca ofereceram nada de bom. Suspirou, deu de ombros, agora crente de que falharia. Mas ele realmente precisava do dinheiro... tomou o pergaminho e escreveu:

"Edvard Orelov, marujo. Habilidades: proficiência em combate armado próximo e à distância, hábil no manuseio da cimitarra e da besta. Dotado de agilidade e resiliência, eficaz em ações furtivas. Treinado na condução de veículos, principalmente navios. Relevantes habilidades interpessoais."

Torceu o pescoço uma ou duas vezes. Olhou para os lados. Encontrou Olivia, sorriu de leve. Então entregou a folha.

Edvard Orelov

– Bom, está aí. Se tiver qualquer dúvida, estou pronto para responder.

Voltou a se sentar. Lembrou do que um dos candidatos havia dito sobre o teste anterior, envolvendo um sorteio de bolinhas douradas. Começou a considerar que talvez aquilo fosse um jogo de cartas marcadas, que os candidatos já tivessem sido escolhidos. Cruzou os braços, pensativo. Bem, mesmo que falhasse, talvez ele ainda pudesse formar um grupo com os outros não aprovados e procurar trabalho em outro lugar.

Off:

por **Aldenor** Dom Dez 20, 2020 3:32 pm

Abriu os olhos num despertar agitado ao primeiro cacarejar do galo. Ali no Distrito do Carvão, a área rural da cidade de Yuvalin, Adrian dormia no quarto dos fundos da casa de madeira do taverneiro. Era um lugarejo simples, mas arrumado para acolher viajantes e angariar fidelidade aos clientes de sua taverna no final da rua.

O bom homem, hospitaleiro como era, ofereceu leite e pão com mel para o desjejum. Adrian espreguiçou-se lentamente, erguendo os braços para cima, bocejando. Os músculos não estavam nos melhores dias, não pela cama de palha e madeira, mas porque ele não dormiu direito. Ficou pensando em que tipo de teste ou exame faria. Era sua maior preocupação.

Porque para ele passar no teste era uma questão de fé. Falhar seria muito pior do que simplesmente não ter a licença. Seria uma quebra de seus dogmas.

Adrian

Obrigado.

Simplesmente disse balançando a cabeça.

Taverneiro

Não há de que, senhor Kindermann. Volte sempre e boa sorte.

O homem acenou para um aperto de mão e Adrian, que estava saindo, fez o movimento confuso de retornar para cumprimentá-lo.

***

A estrada até o portão do Distrito da Bigorna era bem cuidado, marcado pelo trânsito de carroças e cavalos. De capuz erguido, passou pela guarita sem chamar muita atenção. Nesse sentido, Yuvalin lembrava Valkaria, normalizando a presença de estrangeiros e pessoas únicas como ele. Afinal, a exemplo daquele bardo Elian, muitos nunca viram um moreau.

A cidade nunca dormia. Muitos já trabalhavam bem cedo. Lojas estavam abertas, portas de tavernas escancaradas já levavam cheiro de especiarias para as ruas. Adrian passou por alguns carroceiros, vendedores ambulantes e milicianos fazendo uma ronda rígida. O herdeiro do lobo andava armado, duas espadas longas, adagas cruzando o peito, um arco gigantesco e aljava de flechas nas costas. Mas, aparentemente, não havia problema um estrangeiro andar assim pelas ruas de Yuvalin.

Quando chegou ao portão para o Distrito da Forja, entretanto, as coisas mudaram de figura.

Guarda da Cidade

Ei, você aí. Retire o capuz.

Havia uma carroça cheia de caixotes de madeira, puxado por um trobo e outras duas pessoas vestindo túnicas levando sacos de palha a tiracolo, além do próprio Adrian. Ele, então, abaixou o capuz revelando seu rosto canino.

Guarda da Cidade

Este é o Distrito da Forja, quais são seus assuntos?

Adrian saiu do caminho para deixar a carroça e os outros passarem.

Adrian

Exame de Admissão de Aventureiros.

Os dois trocaram olhares e então, gesticularam para que passasse. O caçador passou, recolhendo o rosto no capuz.

Guarda da Cidade

Este capuz não esconde seu rosto muito bem. Dá pra saber que tem cara de lobo à distância.

Adrian estava já de costas, seguindo seu caminho quando ouviu o comentário da guarda. Não lhe deu ouvidos. A intenção não era esconder sua origem direto, pois se quisesse não ser visto, eles não o veriam. O capuz servia para diminuir sua visibilidade de todos os ângulos.

***

Adrian foi um dos primeiros a chegar naquele jardim, onde duas estátuas se cumprimentavam. Pelos letreiros, eram os fundadores da cidade. O moreau aparou-se em uma árvore e aguardou. Viu, aos poucos, outros aventureiros aparecendo. Eram "concorrentes", talvez? Viu muitas pessoas diferentes, então quando reconheceu Elian, se aproximou calmamente, abaixando seu capuz.

Adrian

Você acha que são concorrentes?

Disse sem rodeios.

Elian A. Gardner

Humm creio que a maioria. Aventureiros são mais numerosos do que se pensa. Mas ficaremos bem, meu amigo canídeo.

O caçador cruzou os braços, em uma pose erguida.

Adrian

Se o exame for um teste de luta, podemos nos ajudar. Eu com as armas, você com suporte.

Elian A. Gardner

Sim. Acredito que na terra das armas, o combate será vital para análise. Mas podem ter mais surpresas. Fiquemos alertas. Conte comigo para fazer o que não consegue. Farei o mesmo contigo.

Adrian ruminou um descontentamento.

Adrian

Eu consigo fazer muita coisa...

Elian A. Gardner

Não duvido disso.

O bardo ergueu a mão e afanou a cabeça dele por reflexo.

Elian A. Gardner

Mesmo assim gostaria de mais aliados...

Adrian deu um tapa em sua mão.

Adrian

Não faça mais isso.

E se afastou dali, buscando uma sombra em uma árvore.

Elian A. Gardner

Me desculpe! É irresistível!

E mantendo o humor, embora se desculpando, sentou-se perto da árvore também, aguardando. Adrian não disse nada.

***

O sino chamou os aventureiros para dentro de uma estrutura toda quadrada e organizada. Os três oficiais pareciam máquinas de seriedade e postura. Adrian apreciava a organização, mas não gostava de uniformes. Lembrava muito os puristas e a guerra em Valkaria sitiada havia sido traumatizante.

Juntou-se aos demais sentando-se em uma cadeira, os olhos atentos. Elian sentou-se ao seu lado e logo as instruções foram dadas. Alguns candidatos se mostraram descontentes, questionadores e duvidavam da capacidade do teste. Mas não Adrian. Ele se sentiu desafiado e era imperativo que prevalecesse. Uma vitória necessária, primordial. O único caminho era ser bem sucedido.

Adrian

"Sempre encontrar condições de vitória. Quando não existirem, criá-las."

Recitou para si mesmo. Sem intenção de questionar, apenas escreveu quando recebeu o pergaminho. Lembrou-se de seus pais que insistiram que aprendesse a ler e escrever. De fato, tornou-se muito útil para sobreviver nas cidades.

Nome: Adrian Kindermann
Idade: 20 anos
Ocupação: Caçador de recompensas.
Habilidades: Perito em espadas, maças, lanças, machados, martelos, adagas, armas rústicas, arcos e bestas. Perito em vestimenta de armaduras de couro, flexível ou endurecido, pele de animais, placas de metal leve, escudos de madeira, de metal, grandes, broquéis. Faro aguçado, experiência em seguir rastros e o "cheiro das pessoas".
Lugares conhecidos em Arton: Malpetrim, Bosque de Allihanna, florestas e cidades de Fortuna, colinas das Uivantes, ermos de Lomatubar, cidades, aldeias e vilarejos de Deheon. Valkaria. Villent. Gorendill. Rio do Panteão. Yuvalin.

Ao terminar, suspirou. Estava ansioso. Tentou ser o mais sincero possível, pois enganar um sacerdote de Thyatis seria de todo imprudente. Mas estava curioso, então olhou de revesgueio para o candidato ao seu lado.

Forja de Heróis TYw8lb9

Ele olhou para o moreau, cobrindo o pergaminho com a mão. Afinal, Adrian foi descuidado e pego olhando seu pergaminho.

Copiar não vai te fazer ser escolhido.

Adrian

Não iria copiar.

Então, o que? Quer saber quem sou? Julian Leblanc.

E estendeu a mão para Adrian. Os outros escreviam, os membros da Guilda observavam todos, mas não pareciam incomodados com conversas paralelas durante o exame.

Adrian suspirou dando de ombros. Apertou a mão do homem.

Adrian

Kindermann.

E voltou a olhar para frente, de braços cruzados.

E eu achando que vinha de longe. Mas Moreania é bem mais longe.

Adrian ergueu uma sobrancelha. O tal Julian queria conversar. O caçador pensou no que responderia àquilo. Não sabia dar sequência a uma conversa informal com um estranho. Normalmente, os estranhos falavam, como Elian.

Adrian

Não sou de Moreania.

Disse seco, sem olhar para Julian. Observava os oficiais da Guilda à frente. O homem, então, parou de falar, aparentemente entendendo que Adrian não estava ali para conversar.

por **John Lessard** Seg Dez 21, 2020 2:47 pm

Regis não havia dormido, na verdade ele não fazia este tipo de coisa. Na realidade, havia ficado parado a noite inteira aos pés das estátuas do fundadores, como fazia todas as noites. Ninguém perto, sozinho como sempre. Raras eras vezes desde que acordara na cova coletiva que escutava o som da própria voz, apenas quando alguém tinha coragem suficiente de se aproximar dele, o que não era frequente.

Naquela manhã, tinha partido em direção ao prédio simétrica, onde deveria realizar o teste para se tornar uma aventureiro na cidade. A principio, ele era preenchido por uma vontade de cumprir as regras e com isso, estar apto para perseguir o "mal". Não sabia exatamente o que aquela missão auto imposta poderia significar, mas estava ali. Depois de visitar aquela loja de armas exóticas, entretanto, era consumido também por uma compulsão em ter armas belas e mortais. Era quase como, se essas ânsias preenchessem de alguma forma as coisas que havia perdido. A carne, a vida e a memória. Isso é, considerando que ele um dia esteve vivo. De alguma forma, acreditava que sim, afinal seu corpo de ossos deveria ter pertencido a alguém, no caso, ele próprio. Sem memórias, sentia que era outra pessoa, outra existência, mesmo que não lembrasse de quem havia sido.

Quando se deu conta, havia andando fixo até seu objetivo, perdido em pensamentos. Estava diante do prédio, esperando junto com demais outras figuras. Por debaixo do elmo, os dois pontos de luz que eram seus olhos, dentro das cavidades oculares enegrecidas, se arregalaram com a figura de um homem com a cabeça de um cachorro. Estava acompanhado de um rapaz de óculos e era deverás peculiar para ele. Regis não falava com ninguém, afinal acreditava que ninguém ali desejaria falar com ele. Por isso entrou em silêncio pelas portas negras quando foram chamados pelos oficiais. Estavam bem vestidos, com fardas e espadas bonitas na cintura e o esqueleto apreciava aquilo.

Dentro do local, foram apresentados a primeira etapa, com algumas questões sendo levantadas por algumas outras figuras presentes. Regis olhou então para a folha diante de si. As vozes ao redor se tornaram distantes, pois ele não esperava por aquilo. Ergueu sua mão.

— Senhorita? — chamou, com a voz rouca do além — E se o candidato desconhecer alguma dessas informações?

Indique que não sabe.

O esqueleto voltou a olhar o papel e começou a escrever.

Nome: Regis.
Idade: Desconheço.
Ocupação: cavaleiro errante.
Habilidades: Não sinto sede ou fome, também não preciso dormir como os outros. Resistente, tenho proficiência com armaduras e armas pesadas.
Lugares conhecidos em Arton: Cova coletiva dias de viagem de Yuvalin. Floresta e campos da cova até Yuvalin. Yuvalin.

por **Fenris** Ter Dez 22, 2020 11:56 am

Havia tomado seu tempo para zombar de leve de Edvard. O homem perseguia qualquer coisa com um par de seios, e era engraçado vê-lo tentando seduzir novamente a mulher após as palavras de Morgan. Mas a outra garota que participava com eles havia erguido um ponto real. Apenas aquelas condições era um pré-requisito muito suspeito.

- Só anotar nome, ocupação e habilidades e botar na mão de um sacerdote. Não te parece suspeito?

Morgan murmurou baixo para a garota, se aproximando.

- Um pouco... mas tem um deus certo pra ler nossos destinos, é Thyatis.

Disse sorrindo de canto, responido por Morgan.

- São tempos curiosos. Nunca se sabe...

Disse se apoiando na bengala. Sacudiu a cabeça.

- Nada, ignore o que disse. Morgan, prazer.

Ela o cumprimentou.

- Letícia. Por acaso é de Salistick?

Disse sorrindo. Os oficiais começaram a entregar os pergaminhos com a pena.

Estendeu a mão esquerda para a mulher.

- Infelizmente não, parece um lugar maravilhoso de se viver. Sou de Portsmouth. Nascido e criado. E você é de onde?

Ela perde o sorriso por um instante.

- Vim de Villent, Deheon. Não sei Salistick, mas Portsmouth virou Aslothia, não é? Desculpe falar, mas era um lugar horrível e ficou pior.

A expressão do rapaz se fechou:

- Portsmouth. Não Aslothia. Portsmouth. O Velho Abutre pode dizer o que for, mas não passa de um ladrão e um monstro.

Suspirou, e se deixou relaxar.

- E bom, aventureiros existem para lidar com monstros, não é? Mas Villent? Nunca fui à Deheon. Parece um bom lugar.

Ela mantinha a seriedade.

- A guerra mudou tudo. Já foi uma joia de Deheon, com prédios altos e castelos de pedra. Hoje se reconstrói...

Ela suspira tentando livrar as lembranças.

- Você é um qareen, não é? Deve ter sido difícil em Aslo... Portsmouth.

- Qareen?

O rapaz suspirou.

- Não exatamente. Mas ainda assim, foi difícil, de fato. Por sorte, minha família conseguiu me manter seguro enquanto crescia. E lamento por Villent. A guerra afetou à todos, não é mesmo? Soube de um vazamento de um navio de guerra na costa de Ahlen que causou muitos problemas para comunidades ribeirinhas e tritões por lá. A guerra vai deixar suas marcas. Mas...

Moveu a bengala para frente, dando um passo.

- Podemos melhorar as coisas sendo bem sucedidos aqui, não acha?

Ela balançou a cabeça. Os olhos refletiam lembranças dolorosas.

- É o que espero. Lutar por um mundo melhor. Ser como lady Lyane. Ela foi uma verdadeira heroína, inspirou todos nós em Villent.

- Lady Lyane? Nunca ouvi falar. Mas se te inspira, deve ter sido grande.

Ela volta a sorrir, como se ficasse envergonhada.

- Ela liderou um grupo de aventureiros contra os puristas, eles salvaram muita gente na região.

- Entendi. Líder de aventureiros famosa então. Bom, para que almejar ser como ela? À supere. Triunfo não vem apenas se igualando aos que vieram antes.

- Bom, seria muita pretensão minha. Mas pra começar, tenho que ter aventureiros poderosos como aliados. Ela tinha vários.

- Se aliados é o que busca, começou com o pé certo vindo aqui. Espero que passe Letícia. Curioso para saber do que é capaz.

Ela deu um sorriso orgulhoso.

-Espero surpreender muita gente.

O rapaz sorriu para ela, pegou a pena e começou à escrever.

Nome: Morgan Wylt Myrddin
Idade: 18
Ocupação: Andarilho
Habilidades: Bruxo. Arcanista de combate. Sem problemas para descansar nos ermos. Médico de campo e investigador, quando necessário.
Lugares conhecidos em Arton: Portsmouth. Ermos Púrpura. Yuden. Zakharov.

por **DiceScarlata** Ter Dez 22, 2020 1:50 pm

O PROFESSOR

"ATRAVÉS DOS OUTROS, NO TORNAMOS NÓS MESMOS"

- DR VYGOSTKY, SABIO DE TANNA-TOH

Novos começos

*Um dos melhores professores do mundo é o silêncio. Quando você para de falar, para de responder e se dedica a escuta, você aprende não apenas sobre o locutor, mas sobre si mesmo também. Quando mais novo, respondia antes de terminar de ouvir a pergunta. Acreditava demais no próprio intelecto. Arrogante. Hoje prefere ouvir, até ser subestimado como alguém sem voz, ao menos com desconhecidos. Isso os fazia abrir a guarda e assim, o deixava a vontade para mostrar tudo o que ele precisava ver. E mais.*

*Então ali no meio de um monte de bárbaros, cavaleiros, guerreiros, lutadores, magos, clérigos e paladinos, havia um rapaz franzino, de cabelos ruivos, ombros curvados, roupas de viajante simples e livro na mão. Ao lado dele jazia um moreau forte, sério e que já conversava com outro aventureiro.*

*Elian então abriu seu livro, o qual ele chamava de "diário do conhecimento". Ele possuia o pensamento de grandes filósofos, magos, sábios, professores e pensadores do mundo. Continha o próprio aprendizado de Elian também. Seus erros e acertos. Visões alternativas de vida. Aquele livro o ajudava a ponderar melhor sobre suas escolhas. Ajuava a refletir melhor. Então enquanto passava suas páginas, se deixou silenciar os próprios pensamentos e exercitar sua escuta pedagógica, prestando atenção em múltiplas conversas ao mesmo tempo*

*O elfo acabara de receber aprovação do oficial, pelo menos em relação a sua ficha. Nada de especial, mas os trejeitos do elfo lhe chamaram atenção*

*Um cavaleiro da luz, huh? Insigne em sua armadura o denuncia e sua postura solene, olhar... Não é um novato como ele. Seria um otimo aliado e um dificil adversário.*

*Interessante... Essa garota não desvia o olhar deste rapaz. Será que já se conhecem ou um interesse mais imediato? Não devo esquecer desta informação, pode ser útil.

E porventura esse mesmo rapaz parece desconfiado do processo. De fato, é um tanto simplório. Todo professor sabe que uma avaliação eficiente tem teor qualitativo e não quantitativo, mas há magia envolvida no teste, então há mais do que se vê. Bem, não custa manter um olho aberto*

*O moreau parece carregar um grande peso. Como se falhar neste simples exame fosse o fim de tudo. Já vira isso antes. Esse nervosismo. Então o professor se aproximou mais de Kindermann e sussurrou:

Elian A. Gardner

- Faremos apenas aquilo que podemos fazer. E isso já basta.

*Mantinha um sorriso sereno e indicou com a cabeça para uma oficial*

Elian A. Gardner

- Aquela moça ali não tirou os olhos de ti...

*Disfarçando, comentou*

Elian A. Gardner

- Conhece?

Nome: Elian A. Gardner
Idade: 20 anos
Ocupação: Professor
Habilidades: Aventureiro de suporte, curandeiro, mestre do conhecimento. Desenvolveu a arte magica chamada PEDAGOGIA.
Lugares conhecidos em Arton: Wynla, Deheon.

por **Maelstrom** Ter Dez 22, 2020 9:26 pm

O exame transcorreu dentro da normalidade, com sussurros e conversas mais abrangentes. A supervisão dos oficiais da Guilda dos Mineradores se resumia em entregar os pergaminhos, responder dúvidas e recolhê-los. E então, quando todos terminaram, sem delongas, um deles recolheu o de todos e levou para uma sala ao lado, fechando a porta atrás de si.

Os dois oficiais restantes, a atenta mulher de cabelos negros e o sereno homem de barba aguardaram com os braços entrelaçados, numa posição informal.

Foram poucos minutos e o oficial de cabelos platinados retornou com um único pergaminho. Tinha uma expressão indecifrável no rosto.

Agradecemos a paciência de todos. Avaliamos suas aplicações e temos um resultado preliminar. Irei chamar os nomes dos aprovados em sequência, que serão colocados em um mesmo grupo para a segunda fase. Eles são:

Adrian Kindermann. Edvard Orelov. Elian Gardner. Morgan Wylt Myrddin. E Regis.

Ouve um momento de suspiro e indignação baixa.

Isto só pode ser uma piada.

O loiro de armadura se levantou bruscamente.

Ora...

O elfo balançou a cabeça.

...

A moça abaixou a cabeça um instante, os cabelos ocultando seu rosto.

Tsc, merda.

O ruivo esfregou as mãos nos cabelos.

Boa sorte, Edvard. Que dê tudo certo, tomara que nos encontremos de novo.

Sorriu entristecida.

O oficial de barba limpou a garganta para falar aos escolhidos.

Como sabem, a atuação de aventureiros dentro dos limites da muralha só é permitida com autorização da Guilda, sob pena de encarceramento ou mesmo exílio. Por isso, alertamos a todos que não foram aprovados que sua melhor opção é se preparar para o ano que vem, e não engajar em atividades ilegítimas. Vocês estão dispensados. O primeiro grupo por favor acompanhe a oficial Helena, e o segundo o oficial Gaston.

Após o baque da revelação, manifestações irritadas ou entristecidas, os aventureiros reprovados foram embora seguindo o oficial Gaston para outra sala, restando apenas os cinco escolhidos.

A séria mulher de longos cabelos negros se dirigiu para outra sala lateral. Helena abriu a porta e esperou os aventureiros entrarem.

A sala tinha uma mesa longa, onde cada aventureiro tinha um pergaminho à sua espera, junto com um broche prateado que ostentava o brasão da Guilda dos Mineradores e um pequeno cristal opaco, com a palavra "quartzo" gravada no metal.

A oficial Helena mantinha-se de pé em frente à mesa onde os aventureiros estavam sentados.

Este pergaminho contém um mapa da cidade. A licença temporária para os candidatos nesta fase do Exame é representada pelo broche, e determina o nível de atuação de vocês. Usem em suas roupas, bem visível, enquanto estiverem sob missão. Agora devem realizar e concluir uma tarefa oficial selecionada pela Guilda, que irá avaliar suas capacidades. Desnecessário dizer, caso fracassem, serão desqualificados.

Sua seriedade penetrante impedia que suas palavras se desperdiçassem.

Os aventureiros registrados são divididos em categorias, sendo Quartzo os aventureiros em treinamento, Topázio os
profissionais, e Coríndon os aventureiros de elite. A categoria do aventureiro define o tipo de missão que vocês podem aceitar no quadro da Guilda. Dúvidas?

Nota do Mestre:
* A expressão do oficial de cabelo platinado pode ser decifrada por um teste de Intuição CD 20 (somente treinado).

* Para quem estiver com dificuldade de ler o pergaminho:
Spoiler:

* O mapa completo:
Spoiler:

* Perguntas à oficial Helena serão respondidas no telegram para incorporar em seus posts.

Dados dos Personagens:

Adrian Kindermann • PV: 18 PM: 4 Defesa: 17 • Condição:
Edvard Orelov • PV: 18 PM: 4 Defesa: 17 • Condição:
Elian A. Gardner • PV: 12 PM: 9/7 Defesa: 15 • Condição:
Morgan Wylt Myrddin • PV: 10 PM: 10 Defesa: 14 • Condição:
Regis • PV: 22 PM: 3 Defesa: 15 • Condição:

Próxima Atualização: 25/12 sexta-feira

por **John Lessard** Qua Dez 23, 2020 1:15 pm

Régis permitiu que pegassem sua folha após um tempo, já desolado. Não sabia sua idade e apesar de se chamar de Regis, era um nome que havia visto num pedaço de papel, junto de um cadáver. Não sabia sua idade, tinha apenas ideia de suas capacidades e nem conhecia muitos lugares. Os dedos ósseos arranharam a mesa, enquanto esperava. Os aplicadores ficaram parados, esperando, enquanto as folhas eram analisadas em algum lugar atrás daquelas portas. Então, o rapaz de cabelos claros voltou, anunciando os escolhidos e que juntos, formariam um grupo.

Régis foi o último a ser chamado e se levantou incerto. Alguns outros reclamavam da decisão, ele mesmo não entendia muito bem como havia sido escolhido. Seus passos pesados se arrastaram em frente, ouvindo as instruções e recebendo sua insígnia, que ele tratou logo de começar a prender em sua armadura. Quando terminou, acabou dando uma olhada para o pergaminho e lendo suas palavras. Régis sentia dentro de si uma predisposição em ser implacável, perto daquelas sentia insegurança. Seriam seus companheiros.

Levantou a mão ossuda, coberta por uma luva e disse com a voz rouca.

— Meu nome é Régis...

por **Aldenor** Sex Dez 25, 2020 12:06 pm

Adrian estreitou os olhos encarando o homem de cabelos platinados. Não tinha uma expressão decifrável, seu cheiro mostrava alguma incerteza, provocando certa desconfiança. Mas tão logo foi anunciado sua aprovação, Adrian deixou isso de lado por hora.

Ergueu-se quando seu nome foi lido e se seguiu a oficial Helena até a sala. No caminho, ouviu os reprovados lamentarem descontentes. Olhou de lado para os indignados com um ar de superior, mas aos resignados, Adrian tinha um especial desprezo. Simplesmente não foram bons, não criaram a situação de vitória necessária...

... se bem que na verdade o clérigo de Thyatis decidiu por eles. Deve ter visto algo em seus futuros que justificasse a escolha. Então, os escolhidos já estavam marcados há tempos para passarem, encontrados pelo destino. Então, nunca houve de fato um exame.

Adrian tirou os pensamentos incertos da cabeça colocando-se ao lado de Elian durante a caminhada até a sala.

Adrian

Nosso destino se uniu.

Respondeu ao professor, mirando a oficial Helena na porta, aguardando que entrassem na sala. Segundo Elian, ela não parava de olhá-lo. Com que propósito? Normalmente, Adrian estava acostumado a ser alvo de olhares. Era um moreau, e eles eram raros em Arton. Porém, naquele contexto, sabia haver algo mais do que a curiosidade sobre uma raça rara.

Sentados à mesa na nova sala, Adrian pegou seu pergaminho e seu broche, colocando-o automaticamente no peito. Desenrolou o pergaminho e o leu rápido. O estranho homem apresentou-se como Régis, revelando uma parte cadavérica de seu rosto. Era um osteon, um esqueleto reanimado com inteligência. Adrian havia conhecido um em suas andanças. Eles ficaram mais comuns após a queda de Ragnar, o antigo deus da morte. O moreau não se importava com eles a princípio, não tinha os preconceitos do povo ignorante. Seguia apenas sua única fé e o julgaria por sua determinação em vencer e perseverar.

Adrian meneou a cabeça a ele em respeito e decidiu revelar um pouco mais de si para não pegar nenhum colega de surpresa.

Adrian

Eu sou Kindermann. Caçador, rastreador, pela honra e glória de Arsenal.

Mesmo que o oficial anterior houvesse declarado seu primeiro nome, Adrian, o moreau preferia ser chamado pelo sobrenome que escolheu para si. O nome de seu mestre que lhe encaminhou no rastro de sua fé em Arsenal. Era um nome yudeniano, facilmente confundido com um nome purista, mas até o momento, ninguém se incomodou com o fato porque obviamente Adrian não poderia ser um purista com sua face de moreau. Mesmo que em Moreania eles sejam considerados "humanos", em Arton eram apenas homens-animais.

A oficial Helena explanou como funcionava a organização da Guilda dos Mineradores. Eles precisavam cumprir uma missão teste antes de serem aprovados como membros efetivos. Adrian estava determinado a conseguir, motivado pelo desafio.

Olhando o pergaminho, viu que precisavam ir à Forja Central. E, pelo mapa, significava que não precisariam andar muito. A Sede da Guilda dos Mineradores ficava a apenas alguns passos da Forja Central.

Adrian

Existem outros grupos em outras categorias atualmente?

Estava interessado nos aventureiros mais experientes, com quem poderia aprender mais e vencer.

Sim, alguns aventureiros Topázio e Coríndon atuam regularmente.

Adrian enrolou seu pergaminho e o guardou na mochila.

Adrian

São categorias individuais? Podemos formar outros grupos, ou agir sozinhos?

Tinha que se preparar caso não se encaixasse com os novos colegas.

Cada aventureiro tem sua classificação, que são referentes às missões e à importância na Guilda. Caso consigam cumprir o teste final, estarão aptos a seguir seus caminhos da maneira que preferirem.

Adrian assentiu e ficou em silêncio. Esperaria os demais decidirem que era hora de agir. Não tinha dúvidas que Elian seria útil, talvez o osteon Régis em sua armadura e espada gigante, mas precisava conhecer melhor os outros dois...

por **DiceScarlata** Sex Dez 25, 2020 7:33 pm

O PROFESSOR

"O indivíduo é social não como resultado de circunstâncias externas, mas em virtude de uma necessidade interna."

- HENRI WALLON, NOBRE DE TERAPOLIS

Novos começos

*Muitas perguntas sondavam a mente de Elian. Como se deu essa avaliação? Talvez eram, cartas marcadas? Foi mesmo um processo magico? Queria saber. Daria um jeito de saber. Por hora viu os demais selecionados. Interessantes, cada um deles. Deu um jeito de se posicionar de modo que fosse visto, ao mesmo tempo que não precisasse gritar*

Elian A. Gardner

- Acredito que a força de um aventureiro é multiplicada por dez quando age em grupo. Se agirmos separadamente, tendo em vista que só temos uma missão no momento, poderia gerar competitividade... E se apenas um for bem sucedido, os demais serão excluídos e esse unico terá de agir sozinho.

*Percebeu que falou demais. Precisava se retratar*

Elian A. Gardner

- Err... *pigarro* com isso quero dizer: Meu nome é Elian A. Gardner. Muito prazer. Sou um professor e um aventureiro de suporte. Já conheço Adrian...

*Olhou os demais, um por um *

Elian A. Gardner

- Sr. Régis, Sr. Orelov, Sr. Morgan... O que acha de realizarmos uma tentativa? Acredito que todos fomos eleitos por um motivo. Quais suas especialidades?

Edvard Orelov

— Concordo que o ideal seria trabalharmos juntos. Vamos fazer isso, como uma tripulação unida!

*"Triupulação", isso chamou a atenção do professor*

Elian A. Gardner

- Um homem do mar, que interessante. Deve ter visto muito do mundo. Eu particularmente nunca vi uma onda na minha vida hahahaha

Edvard Orelov

— Tive a oportunidade de viajar bastante durante parte de minha juventude, sim.

*Depois de uma breve pausa, continuou*

Edvard Orelov

— Eu sou bom em lutar com cimitarra e besta, embora meu objetivo atual seja obter algumas pistolas.

*Acenou para Edvard satisfeito. A experiência dele seria muito util. Ainda mais por ser versátil tanto em combate corpo a corpo quanto a distância. Fora isso, alguém que já enfrentou o mar pode sobreviver a muita coisa. Daria ouvido a suas ideias*

- Elian? Prazer. Não precisa me chamar de senhor, acho.

Suspirou, apoiando-se na bengala.

- Sou um conjurador arcano. Meu foco é combate, mas consigo fazer algumas coisas foram disso.

*Um conjurador de combate heim? Tentou não olhar diretamente para a bengala que usava de suporte. Seria estilo? Um condutor? Necessidade?*

Elian A. Gardner

- Interessante. Isso vem bem a calhar. Mal possuo magias ofensivas ou para batalhas. Acho que juntos podemos ser ying e yang do grupo.

- A maior parte de meu arsenal por hora é para garantir minha sobrevivência. E eu quero manter isso, garantindo que quem ameaça essa sobrevivência não vai continuar tendo essa capacidade.

Ele sorriu.

- Esse equilíbrio pode funcionar muito bem.

*Bateu punho com punho*

Elian A. Gardner

-Você ajuda a garantir minha sobrevivência que ajudo a garantir que você acabe com qualquer um que ameace a nossa.

*Já gostava dele*

— Eu aceito... — respondeu com voz incerta — Sinto que sei lutar, com aço pesado, mas nunca o fiz.

*Olhou para cima, vislumbrando o enorme esqueleto que o olhava do alto. Suas palavras despertaram curiosidade no ruivo. Com o rosto meio que deitado em ângulo, questionou*

Elian A. Gardner

- Você... Sente meu caro? Não está ciente de suas habilidades?

quote]

— Eu... Não me lembro.

Elian A. Gardner

- Oh.. .Sinto muito. Mas não se preocupe

*Segurou uma das mãos do Osteon, com as próprias*

Elian A. Gardner

- As memórias são como um quarto onde guardamos pensamentos. Amnésia apenas significa que ela estão lá, mas você perdeu a chave. Talvez eu possa ajudá-lo a encontrá-la... Aos poucos...

*Não resistia ao impulso de ajudar alguém a aprender, mesmo que sobre si mesmo. Sua teoria poderia fazer sentido, mas será que se aplicaria a um Osteon? A ciência ou a magia mal podiam explicá-los, poderia ele cumprir com o que dizia? Bom, com toda certeza tentaria*

— T-tudo bem...

*Entrelaçou os dedos atrás das costas e voltou para o lado do moreau Adrian. Estava realmente empolgado*

Elian A. Gardner

- Temos um bom grupo aqui, heim, Kindermann? Eu disse.

*Nesse mundo de problemas, um aventureiro jamais está sozinho*

por **Padre Judas** Sex Dez 25, 2020 9:11 pm

Edvard não entendia como teria sido o processo. Deixa um tipo de mago avaliar o futuro, era isso? Muito estranho. O marujo ficou triste pela cavaleira não ter passado.

Edvard Orelov

– Também espero te ver novamente...

Posteriormente a missão e a conversa entre os "vencedores". Então havia um guerreiro zumbi – digo, esqueleto –, um Moreau, um meio-demônio e um ruivo. Ele ficou surpreso, pois nunca tinha visto um homem ruivo na vida – mulheres, sim, mas homens nunca. Era tão estranho.

Mas estranha era a vida de aventureiro, então ele deu de ombros.

Edvard Orelov

– Estive em Moreânia uma vez, lugar legal, garotas lindas e fofas com orelhas de bicho. Muito interessante.

– Bom, temos três homens de armas... digo, dois homens de armas e um osteon de armas e temos dois conjuradores. Acho que é um bom grupo.

– Claro, ter umas gatinhas seria melhor, mas paciência... – disse, em um cochicho.

– Bem, vamos ao trabalho?

por **Fenris** Sex Dez 25, 2020 10:06 pm

As perguntas já haviam sido feitas. As dúvidas sanadas, e o tal ruivo amigável se apresentado à eles. Sabiam os nomes de todos agora. Aquele esqueleto, Régis, parecia interessante. Teria de conversar mais sobre a natureza daquele não-vivo depois.

- Podemos ir então? Isso pode ser interessante.

por **Maelstrom** Sáb Dez 26, 2020 1:10 pm

Os aventureiros confabularam entre si, liderados por Elian. Edvard e Morgan estavam mais ansiosos pelo trabalho feito, enquanto Adrian e Régis mantinham a cautela distante. O osteon era silencioso, sua voz cavernosa, mostrou confusão ao relatar de um passado tão desconhecido a ele quanto era aos outros. Já o moreau inquiria a oficial Helena sobre o a estrutura de trabalho dos aventureiros para a Guilda dos Mineradores. Porém, após o comentário do bucaneiro sobre pistolas, a oficial Helena fez uma careta.

Devo lembrá-lo que estamos no Reinado, senhor Orelov. Portanto, descumprir a lei é certeza de revogação da licença e possível encarceramento.

Dispostos a não perderem tempo, mesmo que a Guilda tenha dado dois dias para a conclusão da tarefa, os cinco aventureiros se ergueram de suas cadeiras e partiram para a Fundição Central, a poucos minutos de caminhada da Sede da Guilda dos Mineradores na qual se encontravam.

Enquanto andavam, viam homens e mulheres trabalhadores percorrendo itinerários, com carroças ou a pé, levando e trazendo caixas pesadas de madeira e ferro. Muitos com martelos, picaretas e foices, enquanto outros com objetos mais delicados em seus roupões. A uniformidade presente neles, além do traje específico com jalecos e aventais, era a sujeira acinzentada, marrom e até vermelha.

A Fundição Central era gigantesca. Uma construção de pedra e aço que lembrava um galpão de fábrica, possuindo quatro portas enormes, cinco andares e três imensas fornalhas com chaminés que ascendiam mais vinte metros acima do teto. Cada uma das quatro portas enormes desembocava em uma estrada larga com trilhos, que dava acesso direto até um dos três portões da cidade, ou ao porto.

Sobre os trilhos, corriam carros responsáveis por carregar a matéria-prima das minas para a estrutura. Os carros eram muito maiores que uma carroça comum, capazes de transportar toneladas de minérios e dúzias de trabalhadores. Eles eram impulsionados por um sistema engenhoso que usava carvão para girar as rodas automaticamente, e operados por uma equipe especializada.

Centenas de trabalhadores, ainda em muito mais quantidade que na Sede da Guilda dos Mineradores, perambulavam na Fundição Central. As caldeiras do lugar emanavam um calor enorme e eram responsáveis por aquecer os aquedutos da cidade.

Com as insígnias da Guilda, foi fácil entrar na Fundição Central.

Os aventureiros foram recepcionados por uma jovem ferreira, com seu enorme martelo, em uma das entradas da Fundição. Ao notar os heróis, se adiantou a eles, visando evitar que ficassem perdidos.

Vocês devem ser os quartzo, não é? Eu sou Marisa. Venham, vou levá-los aos escritórios. Não reparem a bagunça, a equipe de limpeza vem apenas ao final da tarde.

Ela piscou o olho para Morgan.

Após entrarem no prédio, os aventureiros puderam notar a camada de pó de fuligem sobre as estantes, armários e o solo. Então, subindo uma escada até o segundo andar, a moça mostrou o corredor. Era mais limpo, possuía quadros ladeando as paredes e iluminação própria vinda de cristais iluminados. Havia algumas portas de madeira esculpida belamente e placas com os nomes das pessoas. Percorrendo o corredor, Marisa apontou para uma porta com uma placa escrita: Mestre Hilmmerzan. Sem mais delongas, ela se despediu dos aventureiros, ainda lançando um olhar diferenciado a Morgan e desceu a escada.

A porta estava fechada, mas após entrarem, os aventureiros se depararam com uma sala abarrotada de estantes de ferro com quinquilharias mecânicas espalhadas. Era uma bagunça de metal e madeira, mas o homem sentado à mesa no lado oposto da entrada, parecia comedido e concentrado.

Sem parar de escrever ou mesmo tirar os olhos de um pergaminho, o humano careca e de feições duras dirigiu a palavra aos aventureiros:

Os aventureiros enviados pela Guilda, presumo.

Ele colocou a caneta no tinteiro e soprou o livro em sua frente.

Finalmente. Sou o Mestre da Forja Himmerzan, responsável por esse turno. Vou ser direto pois estou ocupado: estou com um problema sério de infestação em alguns dos depósitos subterrâneos. Preciso que vocês investiguem o local e se livrem das pragas. Provavelmente não passam de ratos gigantes que acabam vindo parar no depósito quando se escondem nos carros de transporte. Dispensados.

Cabia aos aventureiros agora começarem seu trabalho.

Nota do Mestre:
* Os aventureiros podem interagir com Marisa enquanto ela leva vocês até o escritório de Mestre Himmerzan. Interação resolvida no telegram e postada pelo jogador.

* Os aventureiros podem interagir com o Mestre Himmerzan durante o breve período que estiverem em sua sala. Interação resolvida no telegram e postada pelo jogador.

* Os aventureiros devem decidir o que fazer. Cada personagem pode fazer um teste de Conhecimento, Diplomacia, Intimidação ou Investigação (podendo repetir apenas 1 teste) para descobrir informações que serão dadas na próxima atualização.

Dados dos Personagens:

Adrian Kindermann • PV: 18 PM: 4 Defesa: 17 • Condição:
Edvard Orelov • PV: 18 PM: 4 Defesa: 17 • Condição:
Elian A. Gardner • PV: 12 PM: 9/7 Defesa: 15 • Condição:
Morgan Wylt Myrddin • PV: 10 PM: 10 Defesa: 14 • Condição:
Régis • PV: 22 PM: 3 Defesa: 15 • Condição:

Próxima Atualização: 29/12 terça-feira

por **Fenris** Seg Dez 28, 2020 10:44 am

O primeiro serviço, afinal. Quem os apresentou ao local quando chegaram foi uma jovem, idade próxima à dele. Loira, atraente. Bem atraente, diria. Aquilo faria o dia de Orelov.

E então ela piscou para ele.

O rapaz ainda ficou alguns momentos após a piscadela de Marisa em silêncio, visivelmente confuso. Devia ter sido para Edvard, claramente, e ele havia percebido errado. Mas o risco valia.

- Erm... Marisa, não é? Sim, somos os quartzo enviados. A bagunça não incomoda, acho. Mas se puder me apresentar o lugar depois da limpeza e de nosso serviço, gostaria.

Arriscou.

- Sim, claro. Mas não tem muita coisa excitante aqui para um aventureiro. É como se fosse uma grande ferraria, só que com mais andares, mais carvão, mais aço e mais calor.

- Huh. Ainda parece interessante. Mas se preferir podemos beber algo depois e você me falar sobre o que tem pra fazer em Yuvalin, talvez? Sou recém chegado e é a maior cidade que já vi.

- Ah, agora sim. Vou te apresentar minha taverna favorita, então. Mas já aviso de antemão, eu gosto de beber bastante...

- Entendido. Ah... Esqueci de me apresentar. Morgan.

Sorriu com o canto da boca para a garota. Era quase engraçado, e a timidez o deixava mais nervoso do que a ideia de combate.

- Te procuro então ao resolvermos o problema aqui, combinado?

- Combinado, então. Meu turno é o da manhã, depois do almoço estou livre.

Devolveu o sorriso para ele. Então era aquilo. Talvez sua sorte estivesse se virando, afinal. Ou fosse apenas uma pegadinha dos deuses. De qualquer forma, ele iria aproveitar a chance que tivesse. Passaram pelos corredores e salões e ele tinha de admitir, havia algo de magnífico em todas aquelas obras. Yuvalin era realmente diferente de tudo o que já vira. Apoiado em sua bengala, apenas ouviu as ordens do mestre de forja e esperou para ver se seus aliados tinham alguma pergunta. Para ele, tudo já estava definido. Precisava apenas investigar mais sobre o que enfrentariam. Se pôs à afzer o trabalho assim que deixaram o escritório do mestre, tinha que conseguir algo.

Investigação 16

por **John Lessard** Seg Dez 28, 2020 12:21 pm

Regis havia seguindo com os demais em um silêncio sepulcral, arrastando seus ossos e aço mais atrás. A cidade se revelava cada vez mais diferente para ele, principalmente o prédio que era o destino daquele grupo recém-formado. Sua forma, com pedra misturada com metal chamava a atenção, além do tamanho, claro. Foram recebidos por uma moça chamada Marisa e logo atravessaram a construção em direção ao contratante. Obviamente era um homem ocupado, sentado atrás de uma mesa cheia de papéis. A missão era basicamente simples, porém Regis logo se preocupou um pouco, soltando um murmúrio quando saíram.

— Animais me odeiam...

Estava focado em sua missão e sabia que deveria fazer alguma coisa, descobrir algo. Avistou um trabalhador encostado em uma parede e com passos largos se aproximou.

— Você, o que tem nos depósitos subterrâneos? Diga agora!

Intimidação 12

por **Padre Judas** Seg Dez 28, 2020 1:01 pm

Orelov estava frustrado com as leis absurdas do Reinado e de Zakharov. Como um reino com cultura de armas podia ser contra armas de fogo? Era insano!

Adrian

– De minha parte, não me importo se você adquirir armas de fogo. Apenas trate com discrição e nosso grupo não será alvo de ninguém.

Edvard Orelov

– Valeu, grandão! É uma merda isso.

Eles seguiram para a Forja, com Edvard irritado. Então foram recebidos...

Forja de Heróis SJWavD9

Edvard Orelov

"Eita, porra, gamei de novo!"

Mas ele reparou como a moça parecia estar interessada em Morgan. Apesar dele ser meio babaca, Orelov não era fura-olho e decidiu abster-se. Por fim chegaram ao chefão.

E o problema eram ratos.

Edvard Orelov

– É, bom, tem muitos ratos em navios... acho que dá pra lidar com isso...

– Mas você acha que são ratos gigantes, então nunca os viu. Como sabe que há uma infestação

A resposta a seguir foi muito mal educada.

Edvard Orelov

- Sua mãe não te ensinou a falar direito com as pessoas? Ou você só tacou o foda-se pra ela?

Talvez Orelov devesse se conter. Talvez ele devesse ser mais paciente. Mas naquele momento ele estava muito puto e tacando o foda-se.
O homem ergue os olhos para Edvard.

Qual o seu nome, quartzo?

Edvard Orelov

– Pergunta por aí.

Ele não diz mais nada e Orelov só vira as costas e vai embora. Sabia que depois algum daqueles trigêmeos iria aparecer pra encher o saco, mas dane-se.
Enquanto Régis é agressivo com um funcionário, Edvard procura outra pessoa e tenta ser mais... cordato.

Edvard Orelov

– Oi, tudo bom? Então, somos da Guilda e soubemos que vocês parecem estar com problemas de praga. Vocês sabem algo mais sobre isso?

Off:

por **Aldenor** Seg Dez 28, 2020 2:29 pm

Mais um teste.

Adrian fungou alto e limpou os dentes com a língua. Pronto para sair da sala da oficial Helena, ainda a ouviu dar uma bronca em Edvard sobre as pistolas. Afinal, ali era o Reinado e as armas de fogo estavam proibidas. O jovem moreau, entretanto, não se importava muito com elas. Eram ferramentas e boa parte de sua vivência no oeste do continente viu muitos aventureiros portando-as. A lei funcionava para o povo comum, aventureiros estavam à sua margem. Possuíam liberdade que os destacavam do povo comum.

Para o caçador, usar armas de fogo não fazia mal algum. Fruto de leis sem sentido que freavam o desenvolvimento das pessoas comuns. Mantinham-nas reféns de gente talentosa com outras armas, ou treinadas. Armas de fogo poderiam significar a própria defesa daqueles que não podiam se defender.

Por isso, quando andavam até a Fundição Central, comentou com o humano Edvard.

Adrian

De minha parte, não me importo se você adquirir armas de fogo. Apenas trate com discrição e nosso grupo não será alvo de ninguém.

Sua preocupação jazia apenas no fato de ser perseguido por andar ao lado de um potencial criminoso. Isso atrapalharia sua ambição imediata de crescer na hierarquia da Guilda dos Mineradores e buscar sua vingança.

Edvard Orelov

Valeu, grandão! É uma merda isso.

Adrian ergueu uma sobrancelha, mas não disse nada.

***

O grupo entrou na Fundição Central, recebidos por uma mulher em poucas roupas, martelo e máscara na cabeça. Era realmente bela, mas Adrian não tinha modos para isso. Preferiu observar a sujeira e a disposição das coisas, dentro do prédio. Viu mais trabalhadores braçais ali do que na sede da Guilda.

Morgan trocava palavras com Marisa, Adrian espiava o prédio. Quando pararam de falar, o moreau se intrometeu de supetão.

Adrian

Quem é o prefeito da cidade?

Prefeito? Yuvalin é governada por prefeitos. Cada distrito tem o seu.

Adrian

Deixe-me adivinhar. São todos membros da Guilda dos Mineradores?

São filiados, sim. Do alto escalão. Mas todos sabem que quem manda realmente são as famílias fundadoras.

Deu de ombros, era um fato da vida. Ela, então, abriu a porta para o Mestre da Forja.

***

O homem não lhes dava atenção alguma. Edvard acabou se desentendendo com ele, gerando um desconforto e saiu dali apressado. Adrian virou-se para o mestre da forja.

Adrian

Resolveremos o problema.

Simplesmente disse antes de sair dali sem esperar resposta.

Era preciso angariar respostas, obter mais informações, algo que o mestre da forja certamente não se importava em lhes dar. Ocupado ou negligente, era assim que o nível quartzo era tratado.

Adrian

Somos como os ratos gigantes na cadeia alimentar da cidade. Precisamos mostrar nosso valor.

Disse ao grupo antes de seguir em busca de obtenção de informações, falando com alguns trabalhadores do lugar. Porém, Adrian não tinha traquejo social, não sabia usar o tom de voz certo, nem as palavras mais convenientes.

Ação de Adrian
Investigação 3.

por **DiceScarlata** Ter Dez 29, 2020 3:06 am

O PROFESSOR

"Por trás da mão que pega o lápis, dos olhos que olham, dos ouvidos que escutam, há uma criança que pensa."

- Emilia Ferreiro, escriba imperial

Novos começos

*Seu coração parecia um instrumento de percussão. Lera sobre aquilo e agora habitava um grupo de aventureiros. Tinha um grandão timido. Um galante bad boy. O herói estiloso. O mago sombrio. Era perfeito! Anotava em seu caderninho as características deles, como poderia destacar suas qualidades e aonde poderiam ir juntos. Queria muito vê-los em ação.*

*Mas ao chegar na forja, se lembrou que tratava com pessoas e múltiplas personalidades... Então um pouco de mediação seria necessária. O homem do mar já criara uma certa rusga ali, podendo ameaçar o trabalho do grupo. O professor suspirou. Nenhum dano grave, que não pudesse ser curado*

Elian A. Gardner

- Boa tarde Sr. Himmerzan. Sei que está com pressa, pois seu trabalho urge. Mas pode me esclarecer só umas poucas duvidas? A primeira é: De que forma essas pestes estão atrapalhando sua forja? Sei que parece uma duvida obvia, mas a razão por trás de minha pergunta

*Ele olhava a porta, por onde Edvard havia saído, sendo seguido por Adrian. Feição dura, inflexível. E então, voltou a olhar para o livro e retirar a caneta do tinteiro. Parecia ter errado uma letra. Suas mãos se juntaram, deixando a caneta cair. Era um homem feito pedra.*

Questione quem trabalha com isso. Aqui, meu trabalho é este.

*Disse em uma voz monótona, contida*

*Pega a caneta no chão e acaricia a pena, sorrindo*

Elian A. Gardner

- Desculpa de terceiros não faz diferença. Mas sinto muito pela forma como membro do meu grupo o tratou. Ninguém sabe da realidade do outro.

*Entregou a pena*

Elian A. Gardner

- Perguntarei então. Saber a causa, objetivo ou razão da presença das pestes pode facilitar lidar com elas. Indica alguém especifico a quem eu possa perguntar ?

*Ele pegou a caneta. Suspirou, enfim, como estivesse segurando por muito tempo.*

Aos trabalhadores. Eles sabem como é o dia a dia dos armazéns.

Elian A. Gardner

- Muito obrigado.

*Se despediu com um sorriso e abriu seu livro. Buscou algumas informações e puxou conversa com alguns do funcionários, que foram testemunhas dos atos destas pestes. Conversava amigavelmente, sem nunca ir direto ao assunto de primeira, perguntando da saúde dos trabalhadores e até se interessando por quaisquer assuntos extras que trouxessem. Uma vez satisfeito retornou a seu companheiros* *

Elian A. Gardner

- Desculpem a demora. Além de exterminar as pestes, me interesso pelo motivo pelo qual surgiram. Se soubermos, poderemos prevenir que voltem, talvez. São pestes afinal, sua natureza é multiplicar e infestar. No fim poderemos impedir doenças e que inocentes se machuquem com um simples aprendizado...

*Fechou seu livro dos grandes saberes e olhou cada um nos olhos, antes de voltar a falar*

Elian A. Gardner

- O que descobri por hora, foi...

*Continua*

Conhecimento: 21

por **Maelstrom** Ter Dez 29, 2020 2:02 pm

Os aventureiros deixaram o escritório do Mestre Himmerzan sem muitas informações. Com um jeito duro e inflexível, o mestre da forja entrou em atrito com Edvard, suspeitando ter desenvolvido um problema para si no futuro. Elian ainda tentou por panos quentes na situação, mas não sabia se garantiu acalmar o homem, que continha dentro de si alguma insatisfação implacável.

Já no lado de fora da Fundição Central, os aventureiros interpelaram alguns trabalhadores, pois precisavam entender a sua missão.

Régis abordou um homem encostado na parede comendo um sanduíche com alface. O homem tomou um susto ao ver o osteon expressando-se energicamente com sua voz do além.

Oh... eu... hã... v-você é um aventureiro quartzo, né? Bem, senhor, a-acho que s-são ratos. Não é incomum que ratos gigantes e outras criaturas das m-minas entrem nos carros, tá certo? Procurando calor e comida. Eles acabam entrando nos armazéns junto com a carga...

E saiu dali correndo, deixando seu sanduíche caído no chão.

Edvard saiu para clarear sua mente e encontrou outra pessoa, uma mulher de feições élficas e cabelos de corte exótico, encimado por óculos de proteção. Estava sentada numa cadeira, perto de uma loja que emitia um fumegante cheiro de especiarias. Ela estava mexendo uma chave de fenda, parafusando uma caixa de madeira de lei com rebites de aço.

Que bom que chegaram. Faz dias que estamos encontrando caixas fora do lugar, derrubadas. É um trabalho dobrado arrumar tudo, sabe? Mas eu não sei muito sobre, não os vi. Devem ser ratos gigantes, eles costumam se enfurnar nos carros que entram nos depósitos. Os bichos saltam de lá e se escondem nas sombras. Difícil, viu.

Depois de limpar o suor da testa, a moça voltou a parafusar.

Adrian, por sua vez, procurou algum trabalhador disponível, mas todos pareciam apressados, cheios de afazeres. Sem ter ideia de como abordá-los, procurou mais um pouco até ouvir uma risada atrás de uma árvore. Ao se aproximar, viu um casal se beijando.

O que é isso?

É um homem-cachorro! Que bonitinho!

O homem parecia incomodado, mas a mulher logo quis afagar seus pelos. Adrian não conseguiu nada ali até retornar à companhia de seus colegas de trabalho.

Morgan perambulou entre os trabalhadores com sua bengala, que dava um aspecto cansado a um jovem como ele. Perguntou sobre infestações de ratos, armazéns e o que sabiam sobre isso. Encontrou um homem alto conduzindo um trobo que puxava uma carroça cheia de rochas empoeiradas, saindo de uma das portas da Fundição Central. Aparentemente, as rochas seriam descartadas em algum lugar.

Três operários amigos meus foram feridos por o que quer que esteja nos porões, mas os ferimentos não parecem com mordidas de rato. Um dos curandeiros disse se tratar de um tipo estranho de queimadura.

Respondeu o homem grande, de barba e nariz acentuado. Ele tinha marcas, cicatrizes de mordidas em seus grossos braços.

Enquanto os demais falavam com os trabalhadores e operários, foi indicado a Elian para procurar um dos mineiros que vinham nos grandes carros. Ao se aproximar dos trilhos, viu um grupo deles almoçando pacotes de ração com a porta do vagão aberta. O cheiro de metal ferroso impregnava o lugar. Eles tinham os rostos manchados por resíduos de poeira e pedra.

Saúde? Aqui a gente se consulta com um curandeiro a cada quinzena. Uns ficam com minérios nos pulmões, tossem seco pra sempre. Pra que quer saber?

Ele é um quartzo, olha a medalha.

Hã? Que horas são? É o turno do Mestre Himmerzan ainda...

Vish...

Você parece humano, pelo menos isso. Hahaha. Que? Não sabe? Mestre Himmerzan foi apontado há pouco tempo para substituir um antigo mestre sem nenhuma razão aparente, durante a Guerra Purista. A Guilda diz que foi por causa de sua experiência como militar, mas existem rumores de que ele é na verdade um oficial purista. Tem algum não humano entre os quartzo de agora? Se não tiver, ele pode ser manso. Se tiver, ele vai tratar vocês como lixo... haha.

Os aventureiros se reuniram naquela manhã depois de conversar com os trabalhadores da Guilda dos Mineradores e se prepararam para ir aos armazéns. Não era um lugar distante, pois tudo no Distrito da Forja era mais ou menos perto. Um dos trabalhadores guiou o grupo até um galpão de dois andares com algumas letras e números indicadas em uma placa de madeira ao lado da porta dupla.

Acreditamos que estejam ali. Boa sorte, quartzo. Boa sorte, doguinho.

E ameaçou fazer um carinho nos pelos do pescoço do moreau.

Os aventureiros adentraram no armazém e desceram uma escadaria até o subterrâneo. O cheiro de mofo e pó logo tomou conta de seus narizes.

O armazenagem subterrâneo era enorme, e os aventureiros sabiam que existiam vários desses no complexo da Fundição. Caixotes metálicos e de madeira gigantescos estavam organizados ao longo das paredes, formando um labirinto de corredores.

De trás de caixotes, então, saltaram um grupo de criaturinhas gosmentas. Eram pequenas, esverdeadas com o formato de uma gota, com dois olhos humanoides em cima de seus corpos. Moviam-se deixando um pequeno rastro viscoso pelo chão e pelos caixotes. Todos estavam atentos, de armas em punho, preparados para o combate.

Iniciativa:
Adrian 24
Morgan 23
Edvard 20
Elian 19
Régis 12
Criaturas verdes 5

Rodada 01:
• Todos os personagens que quiserem podem estar preparados com magia e armas, bastando identificar no seu quote.
• As criaturas verdes 1 e 4 estão sobre uma pilha de caixotes, a 3m de alcance.
• A criatura verde 2 está colado em um caixote no alto, mas está no alcance de 1,5m.

Nota do Mestre:
* Após se reunirem, os personagens podem conversar entre si ou com algum NPC que quiserem, através do telegram e postado pelo jogador que iniciou a conversa, para trocar as informações.

* Os personagens também podem se preparar, se quiserem, antes de seguir para a cena do armazém. Almoçar, por exemplo.

Dados dos Personagens:

Adrian Kindermann • PV: 18 PM: 4 Defesa: 17 • Condição:
Edvard Orelov • PV: 18 PM: 4 Defesa: 17 • Condição:
Elian A. Gardner • PV: 12 PM: 9/3 Defesa: 15 • Condição:
Morgan Wylt Myrddin • PV: 10 PM: 10 Defesa: 14 • Condição:
Régis • PV: 22 PM: 3 Defesa: 15 • Condição:

Próxima Atualização: Combate. Cada jogador tem 24 horas para postar seu turno.

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