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Noite Eterna: Primeira Noite [ON]

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Mensagem por Padre Judas Seg Dez 14, 2020 4:39 pm

Carlos Rocha de Oliveira


Enquanto os três aprendizes e seu mentor discutem como prosseguir, eles ouvem um estrondo e veem a porta corrediça erguer-se. Um homem está parado na porta.

– Hm? Conheço aquele sujeito... parece ser um anarquista que lutou conosco na Batalha de Magdala. Miguel, acho que é o nome. O que ele faz aqui?

Eles podem ouvir gritos e URROS de fúria vindos de trás do estabelecimento.

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Mensagem por Padre Judas Seg Dez 14, 2020 4:40 pm

Miguel Alves Rodrigues


Miguel libertou-se da mordida do cão com um chute bem dado e correu pra saída do boteco. Encontrou o lugar vazio e às escuras, com a porta de correr fechada. Sem hesitar agarrou-a pela base e ergueu, seus músculos fortalecidos pelo Sangue. Foi preciso algum esforço, mas ouviu o trinco partir-se e a porta subiu no mesmo instante.

Olhando para a rua, viu próximo ao próprio veículo outro carro com quatro ocupantes.

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Um de capuz ocupava o volante. Aquele ao lado dele era conhecido: Miguel se recordou de ter encontrado João Ozório, um ancilla Tremere. Os Tremere de Magdala eram membros da Camarilla – o Brujah nunca soubera de nenhum deles entre os Anarquistas. E Ozório com certeza estava com o secto. Eles já o haviam visto.

Atrás de si ele ouviu gritos e URROS de fúria. Aqueles caras estavam vindo atrás dele.

Off:

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Mensagem por Padre Judas Seg Dez 14, 2020 4:41 pm

Uriel Constantino


Uriel havia feito uma oração por seus inimigos, enquanto a expressão de seu "irmão mais velho" era indecifrável – de fato, ele parecia estar mais focado em outra coisa.

– Estamos entrando na comunidade. Atenção.

Dito e feito. Tiros começaram a pipocar no capô do veículo. Pela primeira vez Constantino viu Giuliano se exaltar.

– Meu carro! Figli di puttana! Você sabe atirar? Ah, esqueça. Eu vou tirar a gente dessa rota!

Uriel podia ver membros da facção criminosa local surgindo de dentro dos conjuntos habitacionais e casas na região, disparando neles com AK's e outras armas pesadas. Os anarquistas atrás deles também já respondiam ao fogo. Cerberus virou o veículo em uma saída lateral. Parou o carro em uma rua escura e saiu, abrindo o porta-malas e tirando uma submetralhadora de lá.

– Uriel, você já fez mais do que devia. Talvez deva voltar, aqui a chave, leve o carro. Se seguir comigo agora, só vai encontrar morte e violência. Talvez não faça bem pra sua... fé.

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Mensagem por Aldenor Qua Dez 16, 2020 11:37 am

Miguel arrastou-se deixando o sangue empapar a calça jeans. Nesses momentos de tensão e loucura, às vezes os pensamentos mais idiotas passam por sua cabeça. Pensou que deveria jogar fora a calça e comprar uma nova.

Então, pôs a mão sobre o teto do carro, abaixando-se para ficar à altura do Tremere.

— Uma boa noite, seu Ozório. Lembra de mim? Estou numa...

Foi interrompido pelos urros de fúria. As pessoas do boteco viriam atrás dele.

— ... situação incômoda. Se puder me ajudar nessa, fico te devendo uma. — Simplesmente disse. Pediria mais do que essa ajuda pela sobrevivência, pois pensava em fazer o simples. Unir-se a quem podia confiar e as pessoas da Camarilla eram civilizados o bastante para negociar sem a violência no primeiro momento.

— Boa noite, Sr. Miguel. O que está fazendo aqui? — indagou o homem.

Miguel fez uma careta.

— Cometendo um deslize imperdoável. Vim atrás de alguém e ignorei o bom senso...

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Mensagem por Fenris Qua Dez 16, 2020 3:05 pm

Caos. Absoluto e terrível caos.

Ele gostava daquilo.

- Ora Damazio, nunca ouviu falar das Cruzadas? Mas ficarei no carro, de fato.- Tinha afazeres mais importantes, afinal.

— Certo. Você pode ir ao IML ver os corpos, apenas diga que quer quer falar com o "Dr. Tavares" e cite meu nome. Podemos precisar dessa informação.

- Leu minha mente. Entendido. Até a próxima, Damazio. Apareça na igreja depois para confessar seus pecados, irei lhe manter atualizado. Entendido?

O homem acenou em silêncio e desapareceu nas sombras. O rapaz apenas seguiu para o banco de motorista e tomando controle do carro, o ligou e seguiu para o IML. Damazio teria sua diversão aquela noite, não havia razão para Uriel roubar isso dele.

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Mensagem por Lord Seph Qua Dez 16, 2020 8:21 pm

Carlos levanta uma sobrancelha e fala.

- Devemos ajudá-lo?

Carlos não sabia se era prudente e se aquilo iria ajudar na missão de captura.

Emanuel responde.

— Esse cara não é um anarquista também?

— Nós devíamos ajudá-lo. Assim ele nos deve uma. — comenta Eliana.

Mas não há tempo, pois alguém aparece por cima do muro do boteco. Parece um... homem-besta.

— Aquilo... é um Gangrel? — pergunta a moça.

— Um Gangrel anarquista? O que McLammer diria disso? — Emanuel complementa.
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Mensagem por Padre Judas Qua Dez 16, 2020 9:22 pm

Carlos Rocha de Oliveira & Miguel Alves Rodrigues


Os carniçais são os primeiros a agir. Eles aparecem na porta do boteco e atiram na direção de Miguel e dos Tremere. O Brujah se esquiva habilmente do primeiro disparo, enquanto o segundo acerta o para-brisa dianteiro e quase acerta Emanuel.

– Eita, porra!

– A língua, Emanuel.

O outro faz um sinal de "entendi" com a cabeça e sai do carro, seguido por João. Neste momento Marcelly aparece na porta com uma estaca na mão e vê os quatro recém-chegados saindo do veículo.

– Merda. Vamos vazar, Dogão! Cês dois, sabem o que fazer!

Os dois carniçais olham um para o outro, resolutos, enquanto os vampiros fogem – a garota corre para dentro, enquanto o Gangrel sai pulando pelos telhados em grande velocidade. Os dois cães saem do estabelecimento, mas ao invés de engajarem no combate correm uma rua subindo, também muito mais rápidos do que um cão normal correria.

Os carniçais humanos permanecem, em prontidão.

– Nossa vez, otários! – grita Emanuel, e suas mãos se incendeiam.

– Entreguem-se! – ordena João Ozório. Há algo diferente em sua voz. Autoridade. Poder. Mesmo Miguel não consegue estremecer um pouco conforme aquilo soa. Ele sabia que alguns Membros eram capazes de dar ordens que não podiam ser desobedecidas facilmente.

Para surpresa dos aprendizes do Magíster, entretanto, os dois carniçais encaram o sujeito só por um momento, como se fossem ceder... e então cada um vira a arma contra si e atira na própria cabeça. BAM!

– Mas... mas o quê? – a garota contém um esgar, levando as mãos à boca, visivelmente chocada.

– Hm... – comenta o ancilla. – Devem ter recebido um comando subliminar para fazerem isso quando fossem derrotados... um novato não conseguiria fazer isso. Quem eram aqueles dois?

A voz dele era sempre calma, sem alteração.

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Mensagem por Padre Judas Qua Dez 16, 2020 9:26 pm

Uriel Constantino


Uriel guiou o carro para fora daquele campo de batalha, ouvindo atrás de si som e fúria.

Dirigiu de volta todo o caminho até o centro até chegar ao IML, onde um homem de jaleco branco veio receber-lhe após seguir as instruções de Damazio. Já havia passado da meia-idade, era causasiano, calvo no topo da cabeça com o resto dos cabelos grisalhos quase brancos. A barba estava alguns dias sem fazer. Um par de óculos sobre olhos castanhos completava o conjunto.

– O senhor está com o Sr. Damazio, então. Certo, certo. Venha comigo, por favor.

Ele o leva até um elevador que desce até o subsolo. Passam por mais um corredor até uma sala de portas duplas que está trancada.

– Conforme as instruções, isolei a sala. Os corpos já estão nas mesas. Fique à vontade. Nós nem os abrimos ainda.

Depositados sobre três mesas de metal próprias para a análise forense, estavam os corpos: dois homens, uma mulher. Todos tinham marcas no corpo, gravadas em sua pele com um objeto cortante. Eram símbolos místicos semelhantes ao que Uriel havia visto nas paredes do barracão. O Dr. Tavares permaneceu perto da porta, observando em silêncio, as mãos nos bolsos do jaleco. Na parede um relógio analógico marcava as horas: 22:12.

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Mensagem por Aldenor Sex Dez 18, 2020 3:49 pm

Miguel pensava em sua calça e como deveria jogá-la fora e ter tempo para comprar outra em algum shopping. Teria que ser a primeira coisa a se fazer ao acordar, considerando que ele acordava relativamente tarde.

Ele nem observou direito quando os outros Membros saíam fugidos, nem os cachorros carniçais. Porém, não esperava que os dois vivos se matassem daquele jeito.

— A mulher é Marcelly. O Gangrel eu não faço ideia do nome, exceto por "Dogão". Conheci hoje... Não devem ser anarquistas, quebravam a máscara indiscriminadamente.

Respondia enquanto fazia uma careta. O custo de recobrar daqueles ferimentos era alto. Ozório apenas acenou com a cabeça, indicando entender.

— Por que está aqui?

Miguel coçou seu cavanhaque desviando o olhar, mirando-se para os miolos explodidos dos carniçais.

— Estou atrás de um Membro com tatuagem de um escorpião no pescoço. Soube que estaria aqui. Mas vejo que fui imprudente. Se não fosse por vocês, provavelmente eu teria tido mais dificuldade.

Comentou como se fosse algo trivial. A verdade é que Miguel não tinha medo de morrer em definitivo, embora fizesse algum esforço para postergar o descanso final.

— Entendo. Bem, nós também viemos procurar por algo. Nossos inimigos partiram, mas podem voltar com reforços, recomendo olharmos rapidamente para encontrar uma pista. Embora eu suponho que a pessoa que você busca não esteja aqui. — Respondeu.

— Você conhece esse sujeito? — Miguel disse em um único suspiro.

— Não. — Uma resposta decepcionante. Então, Miguel balançou a cabeça e se apressou a voltar ao boteco para tentar achar pistas.

Ação de Miguel
Gastar sangue para retirar todas as condições de ferimento.

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Noite Eterna: Primeira Noite [ON] - Página 2 Empty Re: Noite Eterna: Primeira Noite [ON]

Mensagem por Lord Seph Sáb Dez 19, 2020 12:06 pm

- Sou Carlos.

Tudo havia acontecido tão rápido que a reação do Tremere foi tardia.

Após as apresentações o jornalista fala.

- Vamos verificar o barraco e sair logo daqui.

Caminhou precavido a espreita de novas ameaças.
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Mensagem por Padre Judas Seg Dez 21, 2020 10:03 am

Carlos Rocha de Oliveira & Miguel Alves Rodrigues


O grupo entrou no boteco e começou a vasculhar a área. Na loja em si Carlos encontrou apenas um revólver .38 e algumas munições, mas na casa em si a coisa era mais interessante.

Eles entraram pela porta que havia sido deixada aberta por Marcelly. O primeiro cômodo estava vazio, mas ao explorarem cuidadosamente encontraram um escritório contendo vários papéis. O jovem Tremere encontrou em meio aos documentos alguns papéis mais antigos contendo alguns inscritos e sinais incomuns.

– É isso, os documentos! Vamos verificar mais um pouco. – disse Ozório.

Olharam mais um pouco, encontrando outros textos de caráter ocultista.

– Acho que teremos que estudar isso mais cuidadosamente para entender o que estavam fazendo aqui. – disse Eliana.

Enquanto os feiticeiros faziam sua pesquisa, Miguel e Emanuel olhavam o resto da casa. Ouviram então o que parecia ser um gemido atrás de uma porta. O segundo observou animado.

– Parece que deixaram algo para trás.

Sem hesitar chutou a porta, arrancando-a parcialmente do batente e abrindo a passagem de supetão.

Dentro, grandes gaiolas. Era um quarto com seis gaiolas ocupando as paredes. Duas estavam vazias, uma parecia conter alguém inconsciente – talvez morto. As outras continham duas mulheres e um homem. Nus.

– Miguel! Por Deus, tire-me daqui! – chorou Eddie Doidão, implorando. Como as mulheres, ele tinha o corpo coberto por estranhos símbolos que haviam desenhados em sua pele.

Off:

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Noite Eterna: Primeira Noite [ON] - Página 2 Empty Re: Noite Eterna: Primeira Noite [ON]

Mensagem por Fenris Ter Dez 22, 2020 9:58 am

Examinar os cadáveres não era sua especialidade. Uriel não era um médico ou legista, e as nuances das artes forenses eram perdidas nele. Mas os símbolos eram bem familiares à ele. O mesmo ritual. Trazer algo ou possuir corpos vagos com algo mais poderoso. Se sua teoria estava certa, os infernalistas queriam hospedar um demônio ou similar em algum corpo. Talvez já tivessem o feito.

- Abram os cadáveres. Eu quero ver se há algo mais neles. Após conclusão, eu quero os corpos cremados. Sem registros. Ordens de cima. Entendido?

A resposta vieo rápida, como um cão obediente.

-Sim, claro.

Uriel repousou na parede, cruzando os braços e olhando focado para os corpos.

- Senhor, o processo de necropsia demorará algumas horas. Talvez queira voltar amanhã?- O médico falava com ele. Mas Uriel o respondeu sem desviar o olhar.

- Irei assistir ao primeiro. Os outros vocês me mandarão os resultados depois.

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Noite Eterna: Primeira Noite [ON] - Página 2 Empty Re: Noite Eterna: Primeira Noite [ON]

Mensagem por Lord Seph Ter Dez 22, 2020 11:00 am


Havia algo a ser estudado, mas Carlos não queria ficar mais ali.

- Melhor procurarmos outro local para estudar melhor esses documentos, ou podemos chamar atenção indesejada.

Esse pessoal não estavam ciente de onde estavam, bem não podia culpá-los.

Então mais gritos e Carlos, por curiosidade mórbida, vai verificar e observa algo interessante.

- Mais símbolos de invocação, mas estes são diferentes.

Informa Carlos ao seu mestre após uma rápida observação.

- É mesmo? De que modo? - pergunta Ozório, com interesse.

- São como os desenhos de Demônios Aprisionados como a Laura na capa, mas os desenhos não são idênticos. Eu não estou acostumado com esse tipo de ritual para entender melhor.

- Entendo. De fato, você está certo. É bem parecido, mas possui particularidades. Tire algumas fotos deles, vocês podem estudar este ritual mais tarde.

Carlos acena positivo e inicia o processo de tirar fotos.
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Mensagem por Aldenor Ter Dez 22, 2020 4:19 pm

Miguel andava a vasculhar o ambiente, procurando alguma pista sobre o homem da tatuagem. Na verdade, era o que alegava aos outros. Não queria deixar claro que tinha interesse em um mortal, pois Miguel aprendera: no mundo dos mortos, ter laços de amizade era uma fraqueza a ser explorada. Por isso, o Brujah manteria o fato oculto dos outros Membros.

Ainda mais com um Tremere ancilla como Ozório. O outro havia se apresentado como Carlos, mas Miguel nunca ouvira falar. Devia ser um serviçal de Ozório, então também o cumprimentou dando seu nome, de maneira rápida.

Então, quando avançaram pela casa, encontraram um esconderijo de pessoas aprisionadas em gaiolas. Um deles era Eddie.

— Puta que pariu. — Estava tão absorto em tentar esconder suas reais intenções que apenas demonstrou desagrado ao ver o amigo ainda vivo.

Miguel agarrou o cadeado da gaiola e o amassou, tornando-o inútil.

O sangue estava escasso. A fome vinha forte. Precisava se alimentar ainda esta noite.

Eddie agarrou suas mãos.

— Como... como... Miguel, eles são monstros! Eu vi! Não estou louco! — Estava agitado. O Brujah balançou a cabeça concordando, depois que percebeu o olhar significativo de Emanuel.

— Quem eram essas pessoas? O que queriam de você? — Perguntou a ele, desconversando por hora.

— Eles... não disseram. Só diziam que "iríamos servir a um propósito maior". A mulher... ela mordeu um cara! Matou ele! E tinha outro, com cara de bicho! Nunca acreditei nessas coisas, cara, mas é real. Uma vampira e a porra de um lobisomem! — Respondeu ainda muito agitado. Miguel franziu a testa.

— Cara, as pessoas são estranhas. Você está em choque. Mas você está bem, isso que importa por hora. Vamos embora daqui.. — Disse ajudando o outro a se levantar.

Miguel não se importava muito com os outros, por isso nem fez menção de ajudá-los, acreditando que as duas mulheres sairiam dali por conta própria. Torceu para que não criassem problema.

— Não, eu... eu... — Eddie parecia inconformado, mas Miguel o conduziu com mais veemência, o sangue o deixava forte.

Emanuel intervéio.

— Acho que seu amigo está certo. Escuta, vamos ajudar todos vocês, tá? Não se preocupem, vamos levá-los para um lugar seguro...

Ele olhou para Miguel meio dizendo "só não sei como". Miguel balançou a cabeça.

— Eu vou levá-lo para sua casa. As moças vocês podem cuidar. Diga a Ozório que agradeço a ajuda e que lhe devo uma. Se ele precisar, sabe onde me encontrar. — Disse na esperança de levar Eddie logo dali para sua casa. Começava a pensar num jeito de convencê-lo de que não viu nada sobrenatural que ameaçasse a Máscara.

— Espera. Não sei o que o professor vai dizer... talvez seja melhor mantê-los juntos por agora. — Respondeu Emanuel e Miguel se parou. Suspiraria profundo, se já não tivesse perdido esse cacoete dos primeiros anos enquanto Membro.

— Está bem, então. Ozório tomará a parte nisso. Eddie, vamos ajudá-lo. Vou lhe apresentar a alguém importante. — Disse ao amigo. Miguel lavava suas mãos assim, pois tinha certeza que sozinho, conseguiria resolver o problema com Eddie. As duas moças não eram suas conhecidas, ele não sentia nenhuma responsabilidade com elas. Manter todos juntos, com mais Membros próximos poderia ser ainda mais difícil de explicar. Palavras soltas, verdades não combinadas, era a fórmula para o desastre. Mas Emanuel quis assim e ele não contrariaria alguém próximo de um ancilla. Ozório teria responsabilidade naquilo.

Ozório foi chamado por Emanuel. O ancilla entendeu o problema rapidamente. Ele olhou para cada um dos mortais e falou de forma pausada e tranquila, uma voz carregada de autoridade.

— Tudo ficará bem. Deitem-se e durmam um pouco.

Imediatamente os três bocejaram e deitaram no chão, entrando em sono profundo. Miguel franziu a testa, quieto, observando Eddie se deitar sem roupa no chão.

— Será mais fácil lidar com eles assim. Podemos manipular suas memórias, mas será preciso mantê-los sob acompanhamento. Também teremos que organizar a justificativa para seu desaparecimento - terei que comunicar ao alcaide. Provavelmente o Príncipe vai querer tratar do assunto pessoalmente. Seu amigo... pode levá-lo, Miguel, mas terá que garantir que ele não saia por aí falando sobre o ocorrido. Se o deixar conosco vou tentar manipular as memórias dele. Emanuel, tem uma entrada de garagem aqui. Traga o carro para dentro e ponha as mulheres no porta-malas.

Miguel balançou a cabeça.

— Eu cuido dele. Vou falar sobre corpos transformados, bandidos com costumes estranhos etc. Não deve ser difícil, considerando que hoje em dia existe tecnologia a serviço de gente estranha. — Não queria confiar ao Tremere a modificação das memórias de seu amigo. Essas mudanças poderiam gerar novos tipos de problemas.

— Obrigado pela ajuda, se precisar de algo, sabe onde me encontrar. — Disse pegando Eddie no colo com facilidade, devido a força do sangue.

O Tremere balançou a cabeça.

— Eu sei. Uma boa noite ao senhor.

Miguel partiu para a casa de Eddie em seu carro.

Ação de Miguel
Uso de Potência para abrir as gaiolas.

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Mensagem por Padre Judas Ter Dez 22, 2020 10:07 pm

Uriel Constantino


Dr. Tavares chamou um assistente e juntos iniciaram o processo. O legista escolheu a mulher para começarem. Tinha cerca de 30 anos. Os órgãos foram retirados e pesados. O médico comentou como os pulmões da vítima estavam danificados por alguns anos de fumo. Não havia sinais de violência sexual, embora ela tivesse sofrido alguns golpes – provavelmente socos e pontapés. Não havia sangue em seu sistema, mas a morte havia sido causada por ataque cardíaco.

Depois de ouvir isso, Uriel foi embora. Após dirigir por quase uma hora finalmente chegou à Igreja São José. Eram duas horas da manhã. Dona Tereza o recebe ao entrar na ala residencial.

– Ó, boa noite. O reverendo não voltará hoje, mas se puder ajuda-lo, não hesite em pedir.

Como muitos Membros (principalmente os mais velhos), Judas tinha vários refúgios. De fato, a Igreja era só seu domínio e refúgio principal, mas ele raramente passava as noites aqui. "Muito público e visado". Sendo alguém que havia escapado de tantas tentativas de assassinato, o sacerdote era muito precavido.

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Última edição por Padre Judas em Ter Dez 22, 2020 10:40 pm, editado 1 vez(es)

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Mensagem por Padre Judas Ter Dez 22, 2020 10:08 pm

Carlos Rocha de Oliveira


– Já terminamos por aqui. Vamos embora.

Carlos vê que Ozório tinha alguns fios de cabelo nas mãos. O ancilla enrola-os e guarda em um bolso, sem prestar muita atenção.

Eles entram no carro e saem dali.

– Emanuel, quando chegarmos na capela eu quero que você vá até a sede da Guarda Municipal e fale com o Inspetor Veríssimo. Diga-lhe que veio da minha parte e relate o que ocorreu. Ele informará ao alcaide. Deixe as mulheres com ele.

– Sim senhor.

Mas há alguma confusão no caminho.

Por fim voltam pra faculdade. Emanuel parte para cumprir sua tarefa, enquanto os outros três entram na capela. Na sala de Ozório ele fala.

– Vocês dois comecem a estudar os documentos que obtivemos. Provavelmente a Srta. Henshaw vai querer ouvir mais depois, mas por enquanto eu quero um relatório mais detalhado para daqui há duas noites. Quando Emanuel voltar, digam para ajuda-los. Podem ir.

Eles saem da sala. Um relógio em uma parede indica onze e meia. Ainda faltavam pouco mais de cinco horas para o amanhecer. Vão para uma das salas de estudo, encontram uma mesa vazia e espalham os papéis em cima dela.

– Aff... bom, vamos começar, não é?

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Mensagem por Padre Judas Ter Dez 22, 2020 10:08 pm

Miguel Alves Rodrigues


Miguel dirigiu de volta com Eddie desfalecido no banco traseiro. Mas houve uma confusão – aparentemente um grupo havia invadido o bairro e começou a trocar tiros com os criminosos locais. Miguel desviou por ruas laterais, ouvindo o tiroteio. Perdeu-se algumas vezes, tentando encontrar um meio de sair da confusão e não levar um tiro. Por fim conseguiu deixar a área, ouvindo explosões atrás de si.

O amigo morava no Senna, em um pequeno apartamento alugado em um edifício de dois andares, sendo o térreo ocupado por uma padaria e lojas. Ele conduziu o veículo para o estacionamento nos fundos. Olhou no relógio, eram onze da noite. Mover Eddie nu até seu lar nesta hora seria muito arriscado.

Sem muitas opções ele foi rapidamente até a casa do amigo e pegou algumas roupas. Acordou-o com uma leve sacudida e alguns tapinhas no rosto. Eddie abriu os olhos lentamente.

– O quê? Hã? Não, por favor, não!

Mas foi acalmado em seguida por Miguel. Vestiu-se ali mesmo e deixou-se conduzir até seu apê. Estava pálido e enfraquecido – o vampiro sabia que isso significava que estava com deficiência de sangue. Deviam ter se alimentado dele.

O professor sentou-se no sofá, absorto, confuso. Botou o rosto entre as mãos.

– Miguel... Miguel, o que está acontecendo?

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Noite Eterna: Primeira Noite [ON] - Página 2 Empty Re: Noite Eterna: Primeira Noite [ON]

Mensagem por Aldenor Sex Dez 25, 2020 9:38 pm

Miguel não estava nada feliz. Não bastasse seu amigo, aquele que considerava seu elo com o mundo mortal estar ferido e ser vítima de vampiros que quebravam a Máscara, agora lidava com os problemas da violência urbana de Magdala.

A comunidade da Roça sofria um ataque de gente desconhecida, trocava tiros com os poder criminoso local. Miguel tinha uma suspeita que seu incidente no local tivesse a ver com aquela confusão. Mas não sabia como. A fim de entender melhor, ligou o rádio do carro atrás de informações policiais.

Mas não ouviu nada. Muito cedo, talvez.

Sem saber muito, Miguel dirigiu para a casa de Eddie, irritado com a situação. Ao chegar lá, o cuidou por um tempo até que ele teve forças para perguntar o que estava acontecendo.

— Você foi sequestrado. Tenho algumas suposições. Mas antes, explique suas mensagens. — Miguel pegou o celular de seu bolso, abriu a mensagem do whatsapp.

“Os caras acham que pisei na bola. Escuta... se algo acontecer comigo... cuida da minha mãe? Valeu.”

— A começar, que caras acharam que tu pisou na bola? Fazendo o que?

— Eu estava de boas no boteco e esses caras apareceram e começaram a falar que eu estava com problemas, que tinha feito besteira. Eu me defendi, disse que não tinha nada disso, pedi até pra falar com o João. Tinha esse branquelo com um escorpião na cara que ficava me dizendo que eu tinha que ir com eles. Outros tentaram falar, me defender, e foi nessa hora que eu mandei as mensagens.

Miguel balançou a cabeça negativamente.

— Acho que eram criminosos satanistas ou algo assim. Essas pessoas que fazem alterações corporais para parecerem mais animalescos, bebem sangue, fazem sacrifícios em cemitério, jogadores de RPG etc. Complicado... Mas agora está tudo bem, meu velho.

— Miguel, eu não sei... eu vi coisas... bom, não sei. Estou cansado, acho que vou tentar dormir um pouco. Ah, quer uma cerveja?

Miguel estava sentado em uma cadeira, mas se levantou na hora.

— Está ficando tarde, meu velho. Eu tô cansado... mas esquece isso, o trauma faz a gente ver coisas estranhas mesmo. Vou nessa, brother. Qualquer coisa, vou tentar ver o zap mais rápido.

Foi uma tentativa de humor com um sorriso sem graça, e então, se pôs a sair. Eles se cumprimentaram e Miguel foi embora.

Porém, para ele, a noite estava apenas em sua metade. O sol nasceria dentro de algumas horas, mas não se importava. Estava muito enfraquecido após seu confronto com dois vampiros e quatro carniçais, entre dois humanos e dois cachorros. Precisava se alimentar, ou o frenesi chegaria. Não queria arriscar a próxima noite.

Iria para a Necrópole. Se rebaixaria a se alimentar da maneira mais desagradável possível, através de um ser humano escravizado pelo Sangue. Miguel se odiaria por isso, mas seria pior se não o fizesse. Foi dirigindo com a rádio ligada, esperando notícias do tiroteio na Roça.

Colocou, então, a culpa na conta do Gangrel Dogão e sua concubina Marcelly...

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Mensagem por Fenris Sáb Dez 26, 2020 12:48 am

- Não precisa incomodá-lo. Apenas diga para que ele me chame se precisar.

Uriel tinha bastante o que pensar já. Não precisava incomodar o Padre, e depois daquela noite, queria apenas dormir. Na noite seguinte poderia interagir e lidar com aquilo. E talvez, buscar mais das autópsias. Com isso, o Lasombra partiu para o repouso. Seria necessário.
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Mensagem por Lord Seph Sáb Dez 26, 2020 11:41 am

Carlos toma seu acento e fala.

- Bem, vamos começar, Eliane.

Fala Carlos desejando que não ter dispensando sua carniçal.

- Você tem ideia por onde começar? Não estou familiarizado com isso.

Pergunta a companheira incidental naquele momento.

— Bom, temos que identificar estes sinais primeiro. Parece enoquiano, eu acho. Deve ter um dicionário por aqui...

Ela pega um notebook e o abre. Enquanto liga-o fala com você.

— Eu sei que é suposto não termos mais essas coisas, mas este equipamento não está ligado à Internet, então acho que a Segunda Inquisição não pode nos rastrear até aqui.

Mais um instante.

— Então, Carlos, você conheceu sua Senhora. Como ela era?

Carlos ouve Eliane, nada diz sobre o note, mas não deixa de se preocupar um pouco.

- Bem, acho que aqui bloqueiam sinal de internet em todo caso.

Carlos fala, então Eliane mostra um pouco de interesse por Eleonora.

- Ela era como a noite, misteriosa e cheia de segredos, ela preferia me dar mais perguntas que respostas e adorava me torturar com dúvidas.

Era um pensamento estranho aquele.

- Pensando agora não sei muito mais do que ela me permitiu saber, seja sobre ela ou sobre os membros e seus nuances.

— Não sabe sobre os Membros? Você não tem uma coterie?

- Sei apenas o bastante para evitar ser morto por nada, o que seria essa coterie? Acho que não lembro do nome.

Ela parece genuinamente surpresa.

— Uma coterie é um grupo de jovens Membros que se reúnem para proteção mútua e aprendizado. Normalmente envolvem Membros de diferentes Clãs, embora coteries de um único Clã e até com um Senhor comum não sejam inéditas.

— Você deveria ter uma coterie. A Jyhad é implacável e sobreviver sozinho é muito arriscado.


- Ah, acho que minha Senhora usou um termo mais arcaico para isso.

Gírias nunca foram o forte de Carlos desde de sempre.

- Sim, grupos seriam o desejável nessas noites atuais.

E Carlos era horrível nessa questão, sempre foi um solitário.

- Tentei entrar em uma uma vez a pedido de minha senhora, acabei esbarrando com diableristas, acho que ela queria me ensinar algo.

Carlos deu um riso triste enquanto começava a organizar os arquivos.

— Hm... bem, você que sabe...

Ela começou a traduzir algumas partes com ajuda do computador. Parecia ser um tipo de linha taumatúrgica.

— Esse texto parece ser bem arcaico. Acho que é medieval. Talvez um conhecimento antigo. Será telyavélico? Isso seria um verdadeiro achado!

- É Telyavélico, acho que minha Senhora estudava sobre isso.

Eleonora estudava muito sobre outras trilhas de taumaturgias, aquela não parecia ser algo bom de se ver.

- Vamos continuar mais um pouco antes de encerrar a noite.

Carlos não sentia a fome dos membros, mas detestava ficar a beira de entrar em frenesi, então sempre preferia ficar saciado antes de dar por acabado.

Para evitar maiores problemas ele escolhe dormir por lá mesmo, deixando um recado a Ana Júlia para agir como se seu senhor tivesse viajado.
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Noite Eterna: Primeira Noite [ON] - Página 2 Empty Ralé

Mensagem por Padre Judas Sáb Dez 26, 2020 12:54 pm

Miguel Alves Rodrigues


"Para aqueles que querem fugir da realidade, cuidado com aquilo que te faz voar, mas depois tira o seu Céu. E o que sobra... é só o Inferno."



Noite Eterna: Primeira Noite [ON] - Página 2 M1dR6fH

A Necrópole era algo consideravelmente impressionante: uma rede de túneis e galerias bem iluminadas erguida abaixo de uma grande metrópole que ignorava completamente sua existência. Aquele era o mundo dos cainitas, onde os amaldiçoados podiam se permitir deixar de fingir. Pelo menos sobre sua verdadeira natureza.

O lugar fora erguido na década de 40 durante o principado de José de Tarso Lira. A responsável pelo projeto foi Eli, a Primógena Nosferatu, que recebeu uma grande quantidade de fundos para realizar a obra. Seu trabalho inicialmente limitava-se ao Hipercentro de Magdala, eventualmente expandindo-se com ramificações que chegaram ao Bairro Vitória, ao Distrito do Extremo Oriente e à penitenciária. Naqueles tempos poucos Membros realmente podiam usar o lugar – somente os leais à Torre de Marfim tinha livre acesso.

Quando o Sabá invadiu Magdala, reivindicou boa parte da Necrópole para si e usou-a para realizar seus ritos sangrentos e jogos mortais. Eles ampliaram ainda mais a estrutura, mas nunca conseguiram descobrir a entrada para o Coração da Necrópole, o refúgio coletivo dos Nosferatu.

Agora a Camarilla retomou o controle, o acordo de paz com os Anarquistas abriu a possibilidade para estes visitarem a Necrópole. Isso exigia sair de seu território no Norte-Noroeste e vir para o centro da cidade, mas para muitos valia a pena pela diversão. Alguns Anarquistas mais jovens até começaram a planejar "rolezinhos", algo que foi enfaticamente vetado por Dom Ademar.

Embora fosse um lugar bonito e brilhante, era em um instância um antro onde monstros podiam fazer praticamente o que quisessem sem se preocupar com humanos enxeridos olhando por cima de seus ombros.

E não havia maior demonstração disso que o Albergue. O lugar era um espaço dentro da Necrópole que servia de abrigo para as "bonecas de sangue", mortais viciados no Beijo que decidiam abandonar a superfície apenas para satisfazer seu vício.

Entretanto, uma boa fonte, com um sangue realmente especial, dificilmente iria parar no Albergue – ela eventualmente seria adotada por um Membro influente que a reivindicaria como particular e a instalaria em algum lugar próprio, onde estaria protegida e à sua mercê. No Albergue ficavam os outros, os "nóias" e loucos, totalmente perdidos, condenados por seu vício.

Noite Eterna: Primeira Noite [ON] - Página 2 M91b1uk

Um Membro era destacado para cuidar das "bonecas". Atualmente essa posição era exercida por um Sangue-Fraco chamado "Catraca". O sujeito, um homem de meia-idade cheio de cicatrizes e vestido como um punk "das antigas", com um colete recheado de pins e medalhinhas, com correntes enrolados nos braços e pernas.

E foi ele quem recebeu Miguel na porta. As bonecas permaneciam ali dentro – elas não podiam sair pelos corredores, pois sua condição desprezível incomodava muitos Membros e se "escapassem" para a superfície colocariam a Máscara em evidente perigo.

– Olha quem vejo aqui! Oi, Miguel. Fique à vontade. Você pode escolher qualquer um dos perdedores aí. Trouxe alguma coisa pra ajudar?

Era praxe para os Membros que usavam o Albergue colaborar com comida, dinheiro ou até roupas usadas. As bonecas de sangue eram como uma "propriedade comunal" e a responsabilidade por elas eram de todos. Drogas também eram comuns – muitos Membros queriam sentir alguma coisa "especial", como embriaguez ou aquela agitação de um estimulante. Crack, maconha, cachaça, LSD. As fontes usavam estas coisas e seus algozes se alimentavam delas quando a droga fazia efeito.

Noite Eterna: Primeira Noite [ON] - Página 2 WOceaEY

Miguel sabia que alimentar-se no Albergue era uma aventura – e até algo pior. Ali havia doenças, degradação e decadência. Alguns anciões da Camarilla desprezavam o lugar e queriam simplesmente acabar com tudo. Mesmo entre os Anarquistas não havia consenso e alguns simplesmente preferiam evitar.

Mas o neófito Brujah escolheu alguém que parecia em melhores condições que a maioria e alimentou-se como um desesperado. Não havia melhores opções por agora.

Foi para casa, não havia muito mais o que fazer agora. Em nenhum momento a notícia sobre o conflito no Nova Roça apareceu no rádio ou na TV. Quando o sol veio Miguel buscou a segurança de seu quarto.

No dia seguinte, ao sair do apartamento, descobriu que havia uma mensagem para ele no correio: um envelope pardo. Ao ser aberto mostrava-o arrancando uma porta com as mãos – ele se recordou de que havia feito algo assim há um mês, durante uma briga em que entrara em frenesi ao ser provocado por um anarquista qualquer. Não fora um de seus melhores momentos.

Atrás da foto havia uma mensagem: "EU SEI O QUE VOCÊ É, EU SEI O QUE VOCÊ FEZ! Esteja no endereço abaixo às 02:00 de hoje ou todos saberão!"

Aquilo era claramente uma quebra da Máscara e Miguel sabia que estava com problemas.

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Última edição por Padre Judas em Sáb Dez 26, 2020 1:01 pm, editado 1 vez(es)

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Mensagem por Padre Judas Sáb Dez 26, 2020 12:55 pm

Uriel Constantino




O Abismo. Lar. Ali, no vazio da inexistência, repousava a origem. Judas havia lhe dito que seus dons únicos eram originados daquela porção da realidade – a fonte de tudo, a origem de todas as coisas. As Trevas primordiais.

"Meu Senhor e o Senhor dele, em uma linha até o próprio Montano, acreditam que nosso Ancestral não sofreu a Morte Final, mas que encontrou seu caminho para aquele vale profundo. Ali é o Caos, é o Vazio. É nossa verdadeira casa. Como filhos pródigos que somos, tomamos nossa parte da herança paterna e partimos. Mas, em algum momento, devemos voltar para nosso lar."

Essas palavras ecoam em sua alma enquanto a morte se afasta.


Uriel abriu os olhos. Levantou-se e se preparou. Ao chegar à Igreja, viu algumas pessoas ali. Aquele templo estava sempre aberto, mas nenhum ladrão se atrevia a entrar ali para roubar alguma das preciosas imagens e relíquias sagradas. Não iria durar muito, de qualquer modo.

Para a surpresa do neófito, seu Senhor estava ali. Conversava com uma moça de seus trinta anos segurando um bebê. O padre tocou a cabeça da criança e abençoou-a. Uriel podia ouvir que conversavam sobre a felicidade da mulher de finalmente ter conseguido engravidar e agradecia pelo sacerdote ter promovido o batismo da criança.

Quando a mulher se afastou, Judas virou-se pra Uriel. Era estranho que o ancião conseguisse acordar mais cedo em algumas noites – e, considerando que ele não passara a noite na Igreja, era mais surpreendente que ele estivesse ali. Havia uma passagem próxima ao templo que permitia chegar à Necrópole, então ser tocado pela luz do sol não era um problema, mas...

– Boa noite, meu filho. – o sacerdote estendeu a mão para que o mais jovem beijasse seu anel. – Venha comigo.

Caminhou para fora da igreja, seguido pelo neófito. O lugar ficava no meio de uma grande praça com uma vista privilegiada para a cidade. Naquele momento o vasto mar de luzes ao longe tornava o cenário magnífico.

Noite Eterna: Primeira Noite [ON] - Página 2 ZidSzHa

O ancião sentou-se em um banco no limite da praça, um lugar afastado e que proporcionava uma visão melhor de todo o ambiente. A lâmpada próxima piscou algumas vezes e apagou-se subitamente, lançando a área em uma penumbra. Quando Uriel sentou-se ao seu lado, ele falou.

– Uriel, o que você acha desta cidade?

Após ouvir a resposta, ele continua.

– Desde que retornei ao Novo Mundo minha vida tem sido marcada por guerras. O Sabá, principalmente. Havia paz em Coimbra. Quando os rebeldes eliminaram Lasombra o Primeiro, os legalistas, liderados por Montano, buscaram refúgio em Portugal. Ali ergueram sua fortaleza, a sede de seu poder, e resistiram. E Coimbra sempre foi um ponto seguro para nós, nosso local de poder, onde ninguém se atreveria a nos desafiar.

– Mas então eu vim para o Brasil. Rio de Janeiro. Caos. Anarquia. O "Carnaval de Sangue", sem nenhum respeito pelo papel divino dos Membros. Enojante. Quando soube sobre uma então pequena cidade no interior de Minas Gerais, com seus curiosos mistérios, decidi que uma mudança de ares seria bom. Um lugar tranquilo onde poderia estudar o Abismo sem ser incomodado pela Jyhad.

– Haha, mas agora penso que não deve haver como escapar. Há guerra por todos lados agora. No Oriente Médio o Sabá promove sua "Cruzada da Geena", na esperança de destruir os temidos Antediluvianos. E nós sentimos o chamado. Nossos anciões nos chamam para protegê-los da sede de sangue daquelas crianças selvagens. Eu e os outros resistimos por enquanto... mas por quanto tempo?


Ele olha para Uriel.

– Você vai herdar Magdala, Uriel. Digo, Giuliano é o mais velho e terá um quinhão maior do bolo, mas você também. Se eu partir e não voltar, vocês terão que cuidar das coisas por aqui. Eu gosto de Magdala. Lutei muito por ela, passei anos em guerra por esta cidade. Pequei contra o quinto Mandamento. Derramei o sangue de mortais e imortais. Nós a construímos com sangue, determinação e cadáveres. Muitos cadáveres.

– Grave esta imagem, porque quando eu voltar, quero sentar aqui e ver isto. Não quero ver ruínas. Não quero ver incêndios. Quero um mar de luz onde os mortais vivem suas vidas ignorantes dos grandes segredos do mundo. Não falhem comigo.

– Claro, ainda pode levar anos para que eu vá embora, se for mesmo, então não fique animado. Vocês jovens tendem a ser muito imediatistas, mas nós que vivemos muito vemos o tempo se mover diferente.


Ele para por um momento.

– Você tem uma coterie, Uriel? Pois deveria ter. A situação em Magdala vai mudar em breve. Este momento de calmaria está no fim e a guerra está novamente sobre nós. Mais cadáveres e sangue para as fundações de nosso pequeno pedaço do paraíso. Não posso protege-lo. Giuliano tão pouco. Ou qualquer outro de meus filhos espalhados pela cidade. Então vou te dar um dever de casa. Encontre companheiros. De preferência de outros clãs. Assim vai aprender. Não falo de amizade, pois os descendentes de um fratricida não têm o direito a terem amigos. Falo de aliados. Eu tenho os meus. Encontre os seus.

– Em três noites o Príncipe vai realizar uma grande reunião da Família no Elísio. Todos devem comparecer. Não nos veremos até lá.


O ancião curva-se para a frente, cotovelos apoiados nas pernas, punhos unidos com os dedos cruzados, observando sua cidade.

Off:

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Mensagem por Padre Judas Sáb Dez 26, 2020 1:02 pm

Carlos Rocha de Oliveira




Carlos acabar por ir dormir na própria capela, encontrando refúgio em um dos caixões deixados à disposição dos visitantes. Na noite seguinte ele desperta e um dos servos lhe entrega um envelope. Segundo lhe disseram, o mesmo havia sido deixado por Ana Júlia, que o encontrara na caixa de correio de sua casa.

Ao abrir a carta, Carlos tem uma surpresa: uma foto DELE atacando uma moça em um surto frenético – um momento fundamental em sua vida que lhe deixara muito ansioso sobre alimentação. Aquela mulher morrera por culpa de sua Fome, de sua Besta, e agora o passado voltava para lhe assombrar.

Atrás da carta uma mensagem: "EU SEI O QUE VOCÊ É, EU SEI O QUE VOCÊ FEZ! Esteja no endereço abaixo às 02:00 de hoje ou todos saberão!"

Ele estava com sérios problemas. Aquilo era uma evidente quebra de Máscara. E ele sabia que não podia contar com ninguém ali. ELE quebrara a Máscara, ELE fora exposto. A Primeira Tradição era a mais importante de todas e aqueles que a ameaçavam só podia esperar a Morte Final. Lex Talionis.

– Ei, o que está fazendo aí? – a voz pesada de Emanuel acordou-o de seus pensamentos. – A regente convocou todo mundo para o auditório, vamos!

O neófito seguiu o outro até o local, que estava bem cheio. Eles viram Eliana e Ozório em um lugar, com dois espaços vazios do lado, e se sentaram. Katherine Henshaw estava sobre o palco.

– Eu tenho alguns avisos hoje. Bom, pra começar, houve uma confusão no Distrito Norte-Noroeste ontem à noite, uma luta interna entre os Anarquistas. Alguns mortais morreram no confronto e pelo que ouvimos o alcaide estava presente na batalha. Alguns dos nossos estavam lá naquela noite, mas não tiveram nada a ver com isso – se alguém de fora perguntar, estes são os fatos que a Capela conhece.

– O segundo aviso que tenho para vocês é que daqui há três noites haverá uma reunião da Família. TODOS estão convidados. O Príncipe fará um anúncio importante, algo que já vínhamos discutindo há algum tempo. Independente de nossas opiniões pessoais, quero que lembrem-se que só sobrevivemos unidos. Somente através da união a Casa Tremere pode resistir às ondas que nos assolam. Neste momento em que tantos de nós se perdem para os Anarquistas ou mesmo para o Sabá, a união é o que irá permitir que continuemos em frente. Informe aos seus colegas que não puderam estar presentes aqui hoje. Conto com a presença de todos no Museu Municipal, à meia-noite do dia 23 para o dia 24. Até lá e tenham uma boa noite.


Após se dispersarem, Ozório chama seus aprendizes.

– Como está o trabalho de vocês?

– Avançando, Mestre. Nós confirmamos que é talyavélico. – disse Eliana.

– Hm... interessante. Me mantenham informado.

Os alunos assentem e João se afasta.

– Bem, vamos logo ver isso. – diz Emanuel, parecendo ansioso. Talvez a promessa de poder o empolgasse.

Carlos vê um relógio na parede do salão. Eram sete horas da noite agora. Segundo ele conhecia da cidade, a casa ficava do outro lado da cidade. Naquele horário levaria cerca de uma hora para chegar lá, então ele ainda tinha tempo se optasse por ir.

Off:

Noite Eterna: Primeira Noite [ON] - Página 2 MNW9g9vCarlos Rocha de Oliveira, Tremere, 13ª Geração
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Noite Eterna: Primeira Noite [ON] - Página 2 Empty Re: Noite Eterna: Primeira Noite [ON]

Mensagem por Aldenor Seg Dez 28, 2020 12:29 pm

A Necrópole não deixava de surpreender Miguel. Talvez pelo fato de não estar acostumado a visitá-la tanto quanto um Membro mediano de Magdala, ou talvez porque ainda se apegava à sociedade dos vivos e seu modo de funcionar. Ali embaixo, pelo contrário, era um lugar de devassidão e decadência humana.

Miguel percorreu os corredores iluminados vendo todo tipo de Membro pra lá e pra cá. Alguns mortais, carniçais escravos, como aqueles que se mataram na Roça poucas horas. Miguel balançou a cabeça. Como um comunista, tinha problemas em lidar com aquela relação sobrenatural. A escravidão, a opressão de todas as formas eram contrárias ao seu espírito.

Porém, fazia anos que Miguel sentia-se atordoado, em um torpor acordado. Não fazia mais nada em sua práxis, apenas escrevia para os vivos sobre tudo que aprendeu, ensinava-os sobre suas próprias revoluções como um observador distante de quem já vivenciou perigos complexos. Como em um limbo, Miguel também não se sentia à vontade entre outros Membros. Balançou a cabeça ao chegar no Albergue. Era o lugar mais degradante daquele já degradante espaço. Vivos que estavam mais mortos que os Membros viviam pelo vício e Miguel, não estando disposto à caçada por princípios, hipocritamente recorria àqueles que no fundo não tinham escolha alguma contra o vício.

Catraca o recebeu.

— Fui surpreendido, precisei vir aqui rápido. Tenho somente alguns trocados. — E lhe deu alguns reais. Por isso, recebeu um sujeito que parecia limpo, com poucas agulhadas no corpo. A chance de beber o sangue doente existia, mas Miguel não se preocupava muito com isso no momento. Alimentou-se segurando para não passar do ponto. Deixou a boneca de sangue pálida e foi embora sem falar nada.

Chegou em casa sentindo o tédio endurecer a face. A essa hora, se fosse um vivo, estaria cansado. Nem mesmo isso sentia. Lembrou-se de Eddie e invejou seu sono, seu corpo cansado, suas emoções. Balançou a cabeça tentando se livrar desse perigoso sentimento de inveja. A TV e a rádio não revelaram nada na Roça. Talvez, na noite seguinte? Talvez.

Então, buscou seu quarto, sua cama de colchão duro, sem travesseiro, sem lençol, apenas a roupa de cama comum para não dormir tão a seco. Fechou os olhos, mas não sonhou.

***

Acordou como se não tivesse passado tempo algum. Assim era seu sono leve. Levantou-se como uma máquina religada, buscou a TV. Nada de notícia. Incomum. Miguel foi ao seu laptop, abriu o UOL, o globo.com de Minas. Nada. Era como se houvesse paz.

— Só que nós sabemos que houve algo, né? Só a quebra da Máscara explica.

Então, Miguel desceu até a ala comum do prédio e abriu seu armarinho onde teria correspondências. As preocupações mundanas como contas a pagar. E então, viu um envelope pardo. Franziu a testa e só o abriu em seu apartamento.

Uma foto. Daquela noite de descontrole. Fazia mais de um mês que havia perdido as estribeiras quando lidou com um anarquista idiota, numa discussão mais idiota ainda de Bakunin e Lenin. Naquela noite, Miguel havia decidido se afastar por alguns dias do encontro com outros Membros. Foram mais de trinta dias. Miguel leu a mensagem e esfregou as mãos nos cabelos.

— Mas por que só agora? — Perguntou-se. O mundo dos Membros sempre dava um jeito de tragá-lo de novo, quando ele pensava em dar um tempo no meio dos vivos.

Pegou seu celular e checou se havia mensagens de Eddie.

"Cara, ainda me sinto estranho por ontem. Falei com uns caras, parece que teve uma confusão por aqueles lados e eles eliminaram a facção que comandava aquela área. Me mandaram deixar quieto."

Miguel mordeu o lábio. Respondeu:

"Fica de boa. Sexta que vem nos encontramos. Abraços."

Ainda tinha o costume de se despedir em conversas de aplicativos de mensagens instantâneas. Algo que os vivos jovens como ele aparentava nunca faziam. Davam a Miguel um ar exótico, no mínimo de um esquisito.

Então, guardando o celular no bolso, Miguel se preparou. Pegou sua arma também e ficou de pé, encarando o espelho que ficava perto da porta do apartamento. Ponderou sobre o que sabia. Não havia eventos programados de Brujah na UFEMA, que ficava nas imediações da Lagoinha, do distrito Nordeste. O local onde o endereço intimidador indicava. Miguel esfregou as mãos nos olhos, puro reflexo de quando era vivo e preocupado.

Sozinho não iria nem a pau.

Aprendera a lição.

Então, decidiu ir para o bar que conhecia terem vampiros neófitos dispostos a formar uma coterie. Queria ter o contato de Ozório, o Tremere ancilla, que poderia ajudar com alguma indicação. Naqueles tempos, os Anciões incentivavam a formação de coteries entre os neófitos, frutos de medos supersticiosos de coisas sobrenaturais da noite. Em Magdala não era diferente. E ter amizade em outros clãs poderiam ser úteis para sua sobrevivência.

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Noite Eterna: Primeira Noite [ON] - Página 2 Empty Re: Noite Eterna: Primeira Noite [ON]

Mensagem por Lord Seph Seg Dez 28, 2020 10:18 pm

O dia foi sem sonhos ou lembranças até seu novo despertar. Levou uns instantes para lembrar onde estava e outro para ler a carta.

Se estivesse vivo Carlos teria enfartado naquele instante, mas manteve a calma.

Seguiu o chamado dos demais e se manteve em silêncio, iniciou os trabalhos de pesquisa se aprofundando naquela linhagem antiga.

Mas seus estudos era apenas outra máscara, ele tinha que correr e voltar para casa.

- Desculpa, tenho que sair mais cedo, minha carniçal me deu um recado mais cedo sobre problemas ao qual só eu poderia resolver. Volto amanhã e cubro vocês caso precisem descansar.

Não espera uma resposta, partia em seguida pedindo para Ana Júlia lhe pegar.

- Vamos para casa, sem perguntas.

A carniçal obedece sem nenhum protesto, mas notava que seu senhor estava ansioso.

De volta ao solar, Carlos apanha uma pistola extra e alguns pentes e ordena sua Carniçal levar no endereço marcado.

- Aguarde e esteja pronta para matar se algo acontecer.

Era praticamente uma ordem para um cão de guarda, e Ana Júlia faria exatamente o que fora pedido.

Sem demora o jornalista avançou, precisava resolver aquilo e garantir que ainda continuaria existindo.
Lord Seph
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