O Pacto de Fogo Infernal

Cheliax, 12 de Kuthona de 4715.

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Está destrancado. Se lembrem, as ordens de Razelago são sobre dar uma lição e coletar o equivalente em taxas. Ele não quer mártires. Não que eu vá lamentar muito se algum corajoso não aguentar a surra. Saindo daqui, se lembrem de se separarem em duplas antes de seguirem para a Casa de Cinzas. Se tudo der certo, amanhã estaremos bebendo com o dinheiro de Razelago.

Ela riu, e piscou para o grupo. Enquanto o portão se abria, Cimri jogou um gancho preso  uma corda por cima da palhiçada que servia de mura para o curtume, escalando-o com facilidade para cair nas sombras do outro lado. O céu noturno os cobria, e o vento que vinha do Bosque dos Sussurros era gélido. Da cidade, luz e algunsbarulhos urbanos podiam ser ouvidos, mas ali, na fronteira da cidade, era quieto e escuro. O curtume de Louslik era uma das maiores construções locais, e o cheiro forte do processo de curtição do couro era razão o suficiente para mantê-lo afastado.

Alguns dias atrás, ela havia reunido aquele grupo no porão do recluso Telanius Rucler, um mago de batalha das legiões, aposentado e agora vivendo ali, como tantos outros veteranos. Sob o preço certo - que Cimri havia se recusado a revelar - ele havia permitido que utilizassem uma sala vazia de seu espaçoso porão como ponto de reunião. Como eles haviam sido encontrados por ela variava, assim como suas razões para irem até Longacre. Mas a proposta havia atraído suas atenções. Boa recompensa com chance de mais pelo futuro, crescimento pessoal em reconhecimento pelo influente arquibarão Fex ou apenas a chance de punir alguém que claramente utilizava sua influência e dinheiro para, diziam, incentivar sentimentos anti-Thrune enquanto se recusava a contribuir com sua proporção devida de impostos. Na reunião, Cimri havia dado todas as informações:

O curtume de Louslik fica logo fora da cidade. Razelago quer que vocês entrem no local, deem uma lição em Louslik e seus guardas e peguem o que é devido ao governo. Nosso contratante quer que ele lembre que não somos, nas palavras dele, "Andoran ou Taldor, aonde só por ter dinheiro e poder você pode deixar de contribuir para o bem da nação."  Minha função é passar pelos fundos e abrir todas as portas e cofres para vocês. Se forem pegos, nem um pio. Razelago nos deu garantias de que nesse caso já temos nossa liberação da cadeia garantida. O pagamento oferecido é de setenta e cinco peças de ouro para cada, com chance de bônus e recomendações. Estão dentro?  

Ela havia escrito em um quadro de giz as informações que possuíam da proteção local. Pela noite, apenas dois guardas: Octavia e Claudius. Uma meio-elfa vinda de Sargava, filha de um oficial chelixe e sua esposa ekujae. Boa com arco. Junto dela, estava seu marido, Claudius, ex soldado das legiões que havia lutado em Sargava. Diziam que ambos tinham laços com a igreja de Iomedae e os boatos de rebelião que vinham do oeste. Mesmo se exagerados, Cimri dizia que não haviam dúvidas de que nutriam simpatias anti-Thrune. Já Louslik era um aventureiro aposentado, notório como um dos melhores caçadores de Longacre. Pelo histórico, para aquele trabalho era necessária a presença de alguns patriotas e soldados competentes o suficiente.

Como previsto, ao abrirem os portões de madeira e passarem por eles, ali estavam os guardas, alarmados. Octavia com um arco longo na mão e Claudius com um escudo e espada. Junto deles, um forte cão de guarda que rosnava para os invasores. Haviam duas grandes construções no local, e sabiam que aquela ao norte era o escritório principal, enquanto a oposta à entrada era um armazém de ferramentas. Grandes tonéis de argila estavam enterrados no barro aonde curtiam o couro, exalando um cheiro terrível. Os guardas os receberam, falando alto:

Boa noite rapazes. O curtume está fechado, então sugiro que deem a volta, voltem amanhã e nós esquecemos esse mal entendido de vocês arrombarem as portas de um lugar de gente de bem, que tal?

Tavia, algo me diz que esses caras não estão muito afim de conversar. Mas o que me dizem? Podem só ir embora ou vamos ter que retirar vocês?

Iniciativa:
Claudius
Cão
Vito
Elric
Octavia
Pavo
Trevor

Os Aventureiros:

Pavo Osgotian, Magus 1, NM:

Elric Singmund, Campeão de Moloch 1, OM:

Trevor Zynthar, Clérigo de Zon-Kuthon 1, OM:

Vito, Bardo 1, NM:

A moeda girou pela mesa indefinida. Vito já estava fora da taverna antes de sua queda iminente, pois não havia ninguém para pegá-la.

Vito mancava um pouco, mas nada impeditivo. Seguia firme pelo chão de terra até o estábulo onde encontraria um cavalo de alguém e seguiria pelas trilhas, não muito perto das estradas principais.

Uma mulher o aguardava e Vito teve que ajeitar a máscara sobre sua face. Não precisava, no fim, pois ela sabia de sua natureza diabólica. Era engraçado e hipócrita, pois os chelaxianos amavam Asmodeus, mas não gostavam de relacionar-se com suas crias, os diabos. Era algo visto como vergonhoso e torpe.

A mulher não parecia se importar e o tratou com respeito, fez um convite. Trabalhar para Cheliax depois de tantas portas fechadas? Talvez pudesse ensinar aos bastardos um pouco da dor. Sentiria enorme satisfação em ajudar à Majestrix Infernal Abrogail II Thrune, ele um tiefling maldito. Poderia aprender, ter abrir portas físicas e metafísicas. Encontrar seu pai. Matá-lo lentamente.

Quando começamos?

***

Cimri Staelish queria suas habilidades para um fim. Vito sabia que não conquistaria seu lugar no mundo de Cheliax andando de aldeia em aldeia, provocando as pessoas com suas canções que escancarava o podre de cada um. Então, aquele portão de Telanius Rucler estava bom o suficiente.

Vito parecia alto por ser tão magro. Usava uma roupa de couro curtida em cinza com intrincados padrões em negro escorrendo pelo peito até as calças bufantes. Usava luvas de braço no mesmo padrão e tinha um alaúde nas costas dividindo espaço com sua mochila. Na cintura, uma maça cumprida, de cabeça metálica pequena. O que mais chamava atenção, entretanto, era a máscara.

Branca, com dois buracos negros no lugar dos olhos, onde não era possível ver seus verdadeiros olhos. Inexpressiva, a máscara era encimada por cabelos vermelhos grossos, volumosos.

Vito de Egorian. A minha canção reflete o seu interior, revela a sua alma. E a maioria dessa gente não gosta do que vê. Vocês gostariam?

Sua voz era mais aguda, suave, mas poderosa. Era impossível ignorá-lo quando falava.

***

Estreava a ação como agente de Cimri, a trabalho de Razelago. Incomodava não saber quem era o misterioso patrocinador, mas Vito havia aprendido a não confiar em ninguém, então estava sempre em alerta. O serviço era simples: tirar o couro de quem viesse pela frente.

Uma surra passaria a mensagem, mas talvez não fosse o suficiente para evitar que outros acendam o pavio da rebeldia. Vito tentava ser proativo.

Diante dos dois guardas e seu cachorro, Vito apenas dedilhou calmamente em seu alaúde. Para depois de uma introdução lenta, aumentar o ritmo do toque das cordas, gritando em um som gutural:

Yeeeeeeahhhh! Nooooooooooooo! YEAH!

Logo seus aliados começaram a sentir o coração bater mais rápido no ritmo, sendo invadidos por adrenalina. Vito continuou, encarando os guardas e seu cão.

Aqui vamos nós de novo, filho da puta!
Desçam, e vejam o idiota bem aqui!
Fodido demais para implorar e sem medo para me importar!
Qual o problema com a calamidade??

Uma goiva para couro caída no chão ergueu do chão e foi arremessada pelas palavras de Vito. Passando pelo pescoço do cão... sua cabeça caiu primeiro, e então o resto do corpo. Aquilo deveria mandar uma mensagem mais eficiente.

Conjuro Inspirar Coragem (+1 ataque, dano contra medo).
Conjuro Projétil Telecinético para atacar o cão, rolei 25, dano 8 x 2 crítico, 16.

A vida de Elric parecia um borrão, apenas uma história que havia sido contada por alguém para ele mesmo. Treinos, exames e preparações. Não se lembrava a última vez que havia visto a irmão antes de sua morte, estava fora, estudando, depois de terminado seu treinamento básico com os tutores de sua família. Quando voltou e descobriu a morte de Dorothea, se alistou na Ordem da Roda dos Cavaleiros Infernais. Exames e mais exames, e então, a espera da burocracia e os resultados. Se estava insatisfeito? Nunca, como um campeão de Moloque, ele apreciava a ordem e a regras, mais precisamente, como elas poderiam ser eficientes na guerra e na violência. Era a ordem necessária para o mundo.

Enquanto aguardava, decidiu que não iria ver sua vida de uma história que ouvia, deveria ser mais e ser o protagonista dela.  Não deveria mais haver meros treinamentos, mas experiências de vida. Partiu novamente, dessa vez para aprender com a realidade. Não demorou para esbarrar com Cimri, uma mulher de uma beleza agressiva, o que agradava muito Elric. Entretanto, o que saía daqueles belos lábios eram muito melhor, uma proposta que condizia com seus interesses, algo que ia de encontro com as práticas da Ordem da Roda, uma experiência real que precisava.

Elric era um homem com o corpo curtido pelo treinamento militar desde cedo, sempre trajando uma cota de malha, coberta por copa púrpura com capuz. na maior parte do tempo usava um elmo, mas exibia um rosto quadrado e marcado com frequência. Carregava um chicote na cintura, ao lado de uma espada longa. No braço, um escudo de metal, com a cabeça de um touro flamejante pintada.

— Será um prazer, Cimri.

***

Elric olhava com desprezo para o curtume e então para aquelas pessoas, logo após as instruções de Cimri e sua assistência na entrada. Um casal patético, com seu cachorro, vendo sua vidinha feliz e honesta. As palavras de Vito pareciam caóticas demais, mas ele cumpria sua função. O animal caiu como um saco de batatas, sem a cabeça. O campeão bateu o chicote no chão, se protegendo com seu escudo.

— Gente de bem? — Elric recuou o braço junto do chicote e então lançou em uma estalada contra a mulher cortando seu pescoço, abrindo um talho sangrento na pele — Deve ser o suficiente para essa rameira aprender uma lição, só se ajoelhe agora. E você, logo receberá o que merece.

Andar até i7
Golpear a mulher, (18) + 8 = 26, 9 de dano
Erguer o escudo

Bloquear ou Mão de Ferro

Cheliax, 12 de Kuthona de 4715.

FIEL! SEUS MONSTROS, ERA APENAS UM CÃO!

O chicote estalou na pele da meio-elfa, escorrendo sangue e provocando um grito de dor da mesma. Ela recuou, com o homem gritando:

TAVIA!

Octavia correu, fazendo mira com o arco e disparando contra Elric. O campeão de Moloch era rápido porém, e o escudo se ergueu bloqueando o projétil, que caiu fraco contra o chão.

LOUSLIK, BANDIDOS ESTÃO ATACANDO! RÁPIDO!

Elric bloqueia todo o dano com o escudo.

Iniciativa:
Claudius
Cão
Vito
Elric
Octavia
Pavo
Trevor

Os Aventureiros:

Pavo Osgotian, Magus 1, NM:

Elric Singmund, Campeão de Moloch 1, OM:

Trevor Zynthar, Clérigo de Zon-Kuthon 1, OM:

Vito, Bardo 1, NM:

Pavo Osgotian era ambicioso e determinado. Apesar do berço nobre, sabia que não podia esperar ganhar tudo de graça. Em sua família, era esperado que conseguisse atingir o ápice em qualquer coisa que decidisse fazer. Por sua inteligência, havia o caminho da magia para isso. Mas sua força, seu gosto pela violência física o fizeram buscar o caminho híbrido.

Estudou sozinho, autodidata por toda a juventude. Momento em que começou a ver seu irmão gêmeo, Alexite, mais distante. Os interesses se conflitavam e não raras as vezes que as rusgas terminaram em briga física. Imperia observava, Al-Sabit intervia, muitas vezes em prol de seu irmão. Pavo nunca gostou de seu pai, considerando-o fraco. Sua mãe era sua referência em tudo: uma mulher poderosa e implacável.

Foi através de uma carta que ficou conhecendo Cimri Staelish, uma "recrutadora de talentos". Seu pai não queria que ele atendesse aquele chamado, não queria se desfazer de Pavo sendo tão novo com seus vinte anos. Sua mãe também não demonstrava confiança no convite da carta que necessitava de "pessoas com aquelas capacidades mágicas".

Pavo

Eu sou capaz, mãe.

Imperia

Não é sua capacidade que eu questiono.

Mesmo assim, Pavo precisava demonstrar seu poder de qualquer jeito e melhorá-lo. Não havia melhor professor que a vida.

Assim, a revelia dos pais, mesmo que por motivos diferentes, Pavo partiu do baronato de Kastergon para a região de Longacre ver essa tal Cimri.


Pavo revirou os olhos balançando a cabeça em negação. Não conseguia esconder a frustração de descobrir que a tal "recrutadora de talentos" não passava de uma criminosa local. Estava prestes a levantar-se da mesa diante daqueles outros pérfidos bandidos de beira de estrada quando foi convencido pela recompensa e pela possibilidade de cair nas graças do arquibarão Fex.

O esplendor da Casa Osgotian de Kastergon brilharia uma vez mais se tivesse aliados poderosos. Um filho de Imperia daria orgulho à sua família.

O tal contratante, Razelago, não lhe dizia nenhum respeito.

Com a mão apoiando sua cabeça em uma expressão de tédio, ele ouvia os demais na reunião naquele porão desagradável. Se soubesse do que estava se metendo, Alexite iria rir bastante de sua cara.

A princípio, gostou do homem coberto de aço, o campeão de Moloque, sucinto em suas palavras. Já do mascarado, desconfiança. Parecia muito maluco para o seu gosto...

Pavo

Minha alma? Ela é assim:

Disse estalando o dedo:



Pavo parecia mais novo, e mesmo sua barba em crescimento não lhe dava o aspecto mais velho que desejava. Tinha altura, ombros largos e braços poderosos. Gostava de andar com o peito estufado, exibindo a cota de malha brilhosa e nunca usada, cruzada por tiras de couro, coberto por um sobretudo vermelho de requinte, com as mangas exageradamente estendidas para revelar o antebraço endurecido por músculos e as mãos enluvadas de maneira exótica. Da cintura para baixo, usava peças de aço que ajudavam a proteger o corpo, mas não impediam a explosão dos movimentos caso precisasse.


Assustar campesinos para que paguem seus impostos. Que belo trabalho.

Pavo

Bandido? Vê esta vestimenta? Vê esta magia? Acha que sou um reles bandido? Que ousadia...

Disse para os outros com descaso, pois eles ficaram muito nervosos quando o tal Vito matou o cachorro deles. Pavo foi logo atrás de Elric, um cavaleiro infernal, que estava disposto a castigar mesmo aquelas pessoas irrelevantes.

Pavo

Ei, aonde você pensa que vai, mulher?

Era a tal Octavia. Gostava de saber sobre ela e sobre o guarda, pois prevenia de surpresas desagradáveis.

Com um simples sussurro arcano, um escudo místico se formou em dourado com inscrições rúnicas, brilhando contidamente até sumir e ficar transparente. Uma porção de energia mística foi agarrada pelas mãos de Pavo em pleno ar e com o gesto certo, elas passaram a circular em seu entorno.

Então, avançando calmamente, aproximou-se olhando para Octavia, depois de constatar que a janela na qual estava de lado, estava coberta por cortinas.

Ação de Pavo
Conjurar uma magia: Escudo místico. CA +1 (19) até o início do próximo turno. RECARGA DE SPELLSTRIKE.
Arcane Cascade (abjuração, dano de Força).
Andar: se desloca para m-4.

Fazia meses que seu irmão faleceu, ou essa era a história que a matriarca decidiu.

Trevor apenas lamentou a fuga do Halfling, era raro alguém sobreviver por tanto tempo a consagração de Zon-Kuthon.

Estava em Longrace, como diplomata de Azath precisava de "voluntários" para os experimentos da família e nada como fazer um pequeno trabalho diplomático em terras distantes e levar os ensinamentos da escuridão as outras terras.

Claro, faremos bem o trabalho.

O nidalês falou com calma, olhando para os demais.

Companheiros de outras missões e com certa prática tática.

Senhores, espero que a casa Azath aprecie essa nossa união.

Negócios eram complicados para Azath, servir ao conselho de Nidal ao mesmo tempo que servia a Azath exigia muito de Trevor.

E Metron nunca se importou com isso, o que deixava o Clérigo triste por não ter nem mesmo uma marca mais profunda na alma do irmão menor.

Então diante de todos estavam em uma luta, o cachorro teve uma morte rápida e indolor, sem sofrimento algum.

Tristeza foi um pensamento que passou pela cabeça do Clérigo, mesmo que animais não tivessem um cântico tão bom como pessoas, ainda era uma alegria ouvir seus ganidos e uivos de dor.

Bem o Vito era o mais próximo do que poderia chamar de amigo ali.

O campeão avançou sobre a moça com sangue élfico, houve um som prazeroso enquanto ela tentava fugir e o jovem Pavo nada fazia, bem quando o alvo viesse ele teria algo para fazer.

Senhor, acabamos de matar seu animal e sua "amiga" acaba de dar um prazeroso grito de dor.

Está claro que não tem nenhuma chance contra nós, que tal desistir antes que eu esmague sua vontade?

Trevor sorria, existia várias formas de trazer dor ao mundo, e dores da alma e emocionais eram as preferidas do Dampiro.

E-eu já vi c-coisa muito pior que vocês...

Trevor não pode deixar de gargalhar ao ouvir aquilo.

Você nem imagina, e senhorita não fuja a dor ainda não terminou.

Trevor apenas apontou para a mulher, por instantes nada parecia acontecer até ela gritar novamente e o Clérigo sorrir.

Hoje era dia de alegria e iria oferecer essa alegria ao seu deus.

Ação para Desmoralizar, 18 sucesso e Claudius está assustado 1.

Conjurar Pasmar em Octávia, CD 16 e 4 de dano mental por ela ter falhado.

Truques: Detectar Magias, Escudo Místico, Estabilizar, Lança Divina, Pasmar.

Magias 1°: Curar x2, Ferir x3.

Cheliax, 12 de Kuthona de 4715.

Um homem chutou a porta do escritório principal. Alto e forte, com o cabelo comprido preso em um rabo de cavalo. Aquele era Louslik, o dono do curtume. O alvo principal. Portava uma besta pesada, e parecia saber usá-la bem:

O que diabos está acontecendo aqui?!

Claudius avançou com seu porrete contra Elric, o atingindo na lateral da cabeça. Não podia negar que havia sido um bom golpe, o que era um problema.

Elric sofre 8 de dano

Iniciativa:
Claudius
Vito
Elric
Octavia
Pavo
Louslik
Trevor

Os Aventureiros:

Pavo Osgotian, Magus 1, NM:

Elric Singmund, Campeão de Moloch 1, OM:

Trevor Zynthar, Clérigo de Zon-Kuthon 1, OM:

Vito, Bardo 1, NM:

As cordas trabalhavam, escravas de seus dedos. A melodia agressiva seguia acelerando a adrenalina de seus aliados.

Sai da porra da minha frente!
Entenda que não posso sentir nada...
Não é por isso que eu quero viver na decadência!
Eu me sinto ferido, como se tivesse a porra de uma flecha na minha cabeça...
Você vive enquanto eu estou morto!

Sua voz gutural continuava a grosseira canção, erguendo o mesmo objeto usado para matar o cão, para atingir ao homem Claudius. Seu instinto de sobrevivência repeliu a ferramenta antes que pudesse ser ferido.

Inspirar coragem (mantendo os bônus +1 ataque/dano/medo a todos aliados).
Uso Projétil telecinético contra Claudius. Rolei 16, errei.

Elric recebeu uma pancada com um grunhido, arfou, olhando pela fresta do elmo que mais alguém aparecia por uma porta. Seu rosto se tornou vermelho, apertou ainda mais o cabo do chicote, num movimento o bateu contra o solo e acertou no braço. Elric sabia a ardência que aquilo causava.

— Irá se arrepender disso, cachorrinho... Vamos, dance para mim, conheça a dor.

Seus dedos roçaram então no peito do homem, espalhando a corrupção, a dor do maligno. Ele viu sua careta e sabia que tinha o atingido. Aquela obstinação era lamentável.

— Aqui, esse homem está frágil e irá sucumbir. Clérigo, cure-me.

Golpear, (12) + 8 = 20, 8 de dano
Toque de Corrupção, 2 de dano e -2 na CA por 1 rodada
Erguer o Escudo

Bloquei com Escudo ou Mão de Ferro

Cheliax, 12 de Kuthona de 4715.

Vendo o marido ser atacado pelo homem de armadura, Octavia disparou duas flechas contra Elric, mas a sorte não estava do lado deles. Moloque olhava pelos seus, e o escudo do tirano se mostrava uma muralha de ferro, impedindo as flechas sequer arranhassem o aço escuro.

Iniciativa:
Claudius
Vito
Elric
Octavia
Pavo
Louslik
Trevor

Os Aventureiros:

Pavo Osgotian, Magus 1, NM:

Elric Singmund, Campeão de Moloch 1, OM:

Trevor Zynthar, Clérigo de Zon-Kuthon 1, OM:

Vito, Bardo 1, NM:

Logo que ele olhou para a mulher mestiça, Pavo viu logo o surgimento do que parecia ser o dono do lugar. A pessoa que deveria "levar um susto". Não poderia matá-lo, o que era um pouco inconveniente. Mas Pavo sabia formas de prolongar a dor sem o alívio da morte.

Pavo

O que está acontecendo, você pergunta? Está acontecendo que vocês vão levar uma surra para nunca mais esquecer.

Não gostava de trabalhar como um capanga, como aquele que quebra as pernas de um devedor. Era um trabalho de gente suja e pouco sofisticada. Porém, pensando no prêmio maior, ele engoliu o seu orgulho. Não podia deixar claro o motivo pelo qual iriam espancá-los, por isso provocaria com verdades obscuras.

Vendo o campeão de Moloque levar um pancadão na cabeça. Pavo avançou pelas costas do guarda Claudius.

Pavo

Servo, você deveria agradecer pela oportunidade de sofrer com minha mágica.

Ela andou decidido até o guarda escondendo o punho direito perto da cintura, a mão esquerda à frente, alta, perto do rosto.

O punho direito começou a brilhar em dourado escuro.

Pavo

Donotreska gix!

Seu punho avançou em garra e perfurou as costas de Claudius. Elric pôde ver o punho em garra de Pavo brotar pelo peito dele.

Puxando com rapidez o braço, Pavo viu por cima o homem desabar inconsciente. Sua mão estava ensopada de sangue.

Pavo

Tsc, sangue plebeu.

Estava animado, porém. Talvez pelos acordes do bardo mascarado, talvez pela vitória sobre o guarda, talvez pela promessa de mais violência...

Ação de Pavo
Andar: se desloca para k-7.
Spellstrike: ataque desarmado com gouging claw + inspirar coragem + arcane cascade + laughing shadow. Ataque 24 (crítico), dano 38 (32 perfurante +6 força). Caiu morrendo.

Cheliax, 12 de Kuthona de 4715.

CLAUDIUS! TAVIA, CORRA PARA A CIDADE PARA CHAMAR A XERIFE! EU LIDO COM ELES!

Fez mira com a besta, e disparou um virote contra Pavo. Quando o mesmo foi atingido, viu o projétil atingi-lo com uma ponta redonda que se explodiu em um pó prateado. Não havia o machucado, sequer sentia dor. Apenas se viu cansado, com cada vez mais sono... E dormiu, tombando no chão ao lado do corpo sangrento de Claudius. Louslik recarregou a besta, mirando na direção de Elric.

Pavo não sofre dano, mas está Dormindo.

Iniciativa:
Vito
Elric
Octavia
Claudius
Pavo
Louslik
Trevor

Os Aventureiros:

Pavo Osgotian, Magus 1, NM:

Elric Singmund, Campeão de Moloch 1, OM:

Trevor Zynthar, Clérigo de Zon-Kuthon 1, OM:

Vito, Bardo 1, NM:

As coisas iam bem, bem até demas, então surge o anfitrião.

Meu caro senhor, aconselho a não deixar a garota ir, ela pode se machucar andando nos domínios de Zon-Kuthon.

E você, com essa carinha sem dor acorde logo!

O Dampiro sorri ao falar aquilo e caminhava lentamente até ficar entre Elric, Pavo e o idiota que mal lembrava o nome, então toca o braço de Elric.

Seguido então por um grito que não condizia com seu semblante calmo.

Perdoe-me por trazer essa magia para meu aliado, mas ele ainda é fraco a dor e precisamos que sinta mais essa sensação.

Trevor faz sua súplica, curar era alentar a dor e isso era um pecado, mas quanto mais curasse mais tempo teria para ouvir os gritos.

Meu bom Campeão de Moloque, peço para não deixar a jovem ir, afinal está escuro e existem perigos na noite.

E nosso entusiasta mascarado, poderia chutar nosso pequeno dorminhoca? Se eu não estivesse ocupado eu mesmo faria isso.

Trevor fala com educação, mas atento ao alvo principal, ele parecia durar mais.

Andar para 6I.

Conjurar Curar em Elric, 13 PVs.

Conjurar Pasmar em Octávia, CD 16 e 4 de dano mental por ela ter falhado.

Truques: Detectar Magias, Escudo Místico, Estabilizar, Lança Divina, Pasmar.

Magias 1°: Curar, Ferir x3.

Os seus aliados no assalto estavam avançando e cumprindo o proposto, mas Vito tinha a mente focada na canção sem prestar muita atenção neles. Enquanto performava sua arte, sentia o peso da depressão nos ombros.

Porém, ouvir Louslik e a súplica de seu aliado Trevor fez seus dedos pararem em um acorde longo. Interrompeu o instrumental rítmico e continuou suas palavras cantando.

De quem é essa vida? Entendeu? Viu? Sentiu? Comeu?
Vire para que eu possa cuspir nessa cara!
Eu quero sair sem deixar rastros...
Porque eu não quero morrer neste lugar...

Enquanto andava, parou sobre o corpo de Claudius, sem se importar em pisar em seu braço estendido no chão. Outra ferramenta voou em direção a Octávia, perfurando suas costas, deixando-a caída no chão. Não havia mais o problema com a guarda pelo momento.

Não tinha intenção alguma de acordar o jovem aristocrata, na verdade, desgostava dele desde que começara a falar. Que o campeão de Moloque acordasse o sujeito.

Ando até I7.
Projétil telecinético em Octavia: 19, dano 10. Ela caiu.

Dormindo... Elric não culpava o rapaz, só lamentava pela covardia do outro. Sentiu o toque curativo do clérigo e então, a dor que o bardo trouxe para a mulher, que caiu. O campeão encarou o último, depois Pavo que dormia. Não iria perder tempo o acordando naquele momento. Largou o chicote e puxou sua espada, encostando a ponta da garganta daquele que estava caído.

— Ainda deve estar vivo, é bem fácil acabar com isso... Até posso sentir o metal perfurando a carne.

ESPERA! Eu vou abaixar a arma, me deixe apenas parar o sangramento deles! Eu entrego o dinheiro, o que quiserem. Só não matem os dois!

— Jogue a arma no chão e venha até aqui. Não desejamos matá-los, mas eu farei com prazer se fizer qualquer gracinha.

Largar chicote
Sacar espada longa
Preparar Ação, irá atacar Claudius se o besteiro Golpear de qualquer forma

O virote estourou em seu peito, não sendo capaz de perfurar sua cota de malha. Porém, antes de ter orgulho de seu equipamento, Pavo inalou o pó prateado que escapou do impacto e começou a sentir o corpo pesado.

Pavo

... isso não vai... ficar...

E desabou de lado perdendo a consciência. Estava dormindo, o corpo em relaxamento completo, com o peso da armadura e da mochila.

Ação de Pavo
Percepção 6, falha, continua dormindo.

Cheliax, 12 de Kuthona de 4715.

VOCÊS GANHARAM CERTO?! Apenas... apenas me deixe cuidar deles.

Louslik jogou a besta no chão e correu pra o corpo de Octavia, puxando um pasta do bolso e passando nos ferimentos abertos da meio-elfa. Olhou para o grupo, um misto de medo e raiva no olhar, e erguendo as mãos fez sinal como se pedisse permissão para ir até Claudius.

De dentro do escritório, ouviram o assovio de Cimri. Ela havia aberto os cofres então. Com a cabeça pendendo para o lado, Pavo ainda dormia.

+140 XP pelo combate

Att. Terça 25/01

Os Aventureiros:

Pavo Osgotian, Magus 1, NM:

Elric Singmund, Campeão de Moloch 1, OM:

Trevor Zynthar, Clérigo de Zon-Kuthon 1, OM:

Vito, Bardo 1, NM:

Vito jogou o alaúde para as costas, mexendo a alça de couro. Andando um tanto cambaleante, deu um pequeno chute no ombro do rapaz aristocrata. Por um instante, pensou em "deixar cair" sua maça em sua cabeça, mas havia muitas testemunhas por ali.

O assovio de Cimri anunciou o fim do assalto. Estava tudo controlado e dificilmente as coisas sairiam do controle agora.

Então, ele jogou as mãos nos bolsos e seu rosto mascarado mirou Louslik. Com um sussurro, conseguiu identificar uma aura mágica na besta também.

Seus virotes, quantos desses você tem?

Seis aqui. Levem, só não matem ninguém.

Vito esticou as mãos para pegar a besta também.

...

Por um instante, pensou em atacá-lo ali mesmo. Aquela demonstração de fraqueza irritava muito. Vito suspirou por baixo da máscara tentando se evadir de sua tentação. Seu sangue diabólico o impulsionava.

Pego a besta leve +1 e 6 virotes do sono.

Pavo abriu os olhos com a lembrança da fumaça cinza e espalmou as mãos no chão para se atirar dali. Ficando de pé, seus punhos fechados, já buscava a magia para continuar a luta, quando percebeu o mascarado Vito pegando as armas de Louslik.

Estava rendido, tudo estava dando certo. Cimri já havia dado o sinal? Sem saber ao certo, ele decidiu ir até o lugar onde Louslik viera.

Era um escritório bem decorado com peças de couro e móveis de madeira. A Cimri estava mesmo ali, debruçada sobre a mesa central carregando um grande saco de couro que produz o barulho de muitas moedas ao se mover. O cofre aberto atrás dela não deixava dúvidas do que ocorria.

Tudo resolvido lá fora? Algum morto?

Pavo

Só um cachorro. Mas acho que o devoto de Moloque tem sede de sangue.

Disse dando de ombros. Então:

Pavo

O mascarado saqueou Louslik. Também queria levar algo daqui como recordação.

Disse olhando com o brilho mágico de sua magia nos olhos.

Sede de sangue é? Bom saber.

Ela sorriu de canto enquanto chutava a cadeira de Louslik para o chão e olhava sob a mesa dele.

Bom, se quer um souvenir, sinta-se a vontade. O pagamento está no saco já.

Pavo não detectava nada de mágico aí, porém. Então, suspirou.

Pavo

Tsc, apenas lixo. Serviço completo, vamos embora.

Ação de Pavo
Magias preparadas:
Truques: Escudo místico, detectar magia, gouging claw, prestidigitação, produzir chama.
Nível 1: Toque chocante.

A luta havia acabado, não havia muito a que fazer, então o bom Pavo finalmente acordava após a ação dole Vito.

Dormiu bem, jovem?

O Dampiro sorri ao falar aquilo e caminhava ao lado do indivíduo ao qual devia recolher impostos.

Em breve o homem morreria, mas a morte era cessar o sofrimento.

Posso estabilizar eles, se permitir as bênçãos de Zon-Kuthon.

Trevor fala de forma calma e sinceridade.

Faça. Só... Só ajudem os dois.

Ele te encara diretamente nos olhos, raiva clara sendo suprimida.

Trevor apenas sorri e toca o homem.

Perdoe-me por trazer essa magia para este moribundo, mas o sofrimento deve continuar com a humilhação de ser salvo por mim.

Trevor faz sua súplica, estabilizando o quase morto, todos deviam sofrer e sofrimento psicológicos eram aquilo que mais alegrava Trevor.

Após fazer o mesmo com a garota o Clérigo ignorava o pequeno devedor.

Bem tudo certo, vamos voltar, ainda preciso fazer uma oferenda a Zon-Kuthon está noite.

Trevor fala com certo entusiasmo aquelas palavras, mas com tristeza por não ser a carne desses camponeses a serem usadas.

Conjurar estabilizar nós dois caídos.

Truques: Detectar Magias, Escudo Místico, Estabilizar, Lança Divina, Pasmar.

Magias 1°: Curar, Ferir x3.

Após guardar sua espada e apanhar seu chicote de volta, Elric se aproximou do fazendeiro simplório, o olhando de cima.

— Ainda falta algo... Você ainda não recebeu seu castigo.

Ele te encara, desafiando, antes de desviar o olhar.

Quem os mandou?

— Não interessa.

Estalou o chicote então e o acertou sem dó. O homem gritou e suportou a dor.

— Agora está feito.

Está feito então? Certo, partimos para o ponto de reencontro. Se separem e nos encontramos lá.

Cimri falou ao encontrar os outros, carregando o grande saco de couro com as coletas do trabalho. Em não muito tempo, estariam diante da Casa das Cinzas.

No noroeste da cidade, logo fora das proteções locais, estavam as ruínas. O que sobrava da mansão  diante dos olhos do grupo parecia prestes a desabar diante de seus olhos a qualquer momento. Marcada e cinzenta por chamas apagadas décadas atrás, a casa escurecida se sustentava sob o peso de seus terceiro andar desabado. Janelas quebradas não serviam de barreira contra as ervas e heras que invadiam todas as cavidades abertas na madeira queimada. Pilares retorcidos e uma varanda de granito rachado levavam para uma porta quebrada que ostentava uma maçaneta de bronze derretida que lembrava a forma de uma cabeça de javali que um dia havia ostentado.

Atrás da porta, Cimri os guiava impacientemente para o segundo andar. Passaram pelo salão de entrada aonde restos de móveis eram cobertos por cinzas e pó. Ao passarem por aquela sala, Trevor e Elric ouviram os sons de água se movendo, como se alguém entrasse em uma piscina ou banheira. Todos perceberam também que a lareira mostrava sinais de uso recente.

Subindo para o próximo andar, se depararam com uma parede colapsada para um quarto há muito destruído, e foram guiados por Cimri até uma porta lateral. Estantes com livros queimados, uma mesa e algumas cadeiras indicavam que aquele quarto havia sido, um dia, uma biblioteca. As cinzas se misturavam a uma massa coberta de fungos de livros molhados sobre estruturas consumidas pelas chamas, criando um estranho emaranhado contra uma das paredes. Cinco poltronas haviam sido dispostas diante de uma tela de papel que dividia a sala. Atrás dessa, uma lâmpada iluminava a sala e projetava a silhueta de um homem magro sentado em uma poltrona atrás de uma mesa.

Era Razelago. Finalmente conheciam seu misterioso contratante.

Um excelente trabalho em contratar estes homens Cimri. Se mostram agentes de talento e potencial com este teste. Seus pagamentos estão na sala de entrada, em um baú sob as cinzas da lareira. Incluí também um presente para cada. Aproveitem, descansem. Fiquem por perto porém. Logo terei um trabalho de maior importância para os senhores.

Muito obrigada senhor Razelago

A garota dizia, já levantando e se dirigindo até a porta.

Os senhores estão dispensados, se não tiverem perguntas.

Att: Sexta, 28/01

A casa de cinzas:

Os Aventureiros:

Pavo Osgotian, Magus 1, NM:

Elric Singmund, Campeão de Moloch 1, OM:

Trevor Zynthar, Clérigo de Zon-Kuthon 1, OM:

Vito, Bardo 1, NM:

Pavo fez uma careta para responder ao nidalês e ergueu as sobrancelhas quando o viu usar magia para impedir que a mestiça da colônia e seu capataz ex-soldado.

Não entendia os motivos do homem de ter salvo os dois inimigos que cheiravam a traidores de Cheliax.

Pavo

Nidalês, você tem um estranho apreço por traidores. É melhor tomar cuidado, pois está diante de um Osgotian, do baronato de Kastergon. Não gostamos de traidores de Cheliax.

A verdade era que Pavo não tinha tanto interesse em resguardar a honra de Cheliax a ponto de proteger suas leis com vigor. Mas achou que seria interessante dar uma picada naquele estrangeiro e mostrar logo a hierarquia dos nobres e dos plebeus em Cheliax.

Meu apreço é pelo sofrimento e até onde me lembro mortos não sofrem e podem virar símbolos de esperança desagradável no futuro.

O jovem o mirou nos olhos, um pouco abaixo dos seus devido a estatura.

Pavo

Você... os liberou do sofrimento com sua magia... não importa. Saiba que estou de olho.

E se afastou rapidamente, virando sua casaca vermelha e lhe dando as costas.


Recebendo as instruções de Cimri, Pavo suspirou revirando os olhos, se perguntando se era tão necessário aquele cuidado todo. Louslik não era mais ameaça e estava acuado e humilhado demais para persegui-los ou qualquer coisa do tipo, principalmente depois da chicotada que Elric lhe deu na cara.

Pavo

Eu devia voltar lá e matá-lo. Matar os dois que o nidalês impediu de morrerem...

Falava sozinho enquanto seguia por uma ruela ladrilhada, emparedada por casebres altos de tijolos.

Estava com o ego ferido depois de ter afundado na artimanha do sono de Louslik. Estava com raiva de Vito que pegou a arma para si e o acordou com um chute no ombro. Um chute. No ombro. Um simples bardo encostando daquela maneira torpe em um nobre.

Pavo chutou algumas pedras, afastando alguns ratos escondidos na escuridão. Um deles guinchou ferido e Pavo sorriu lembrando de Elric. A princípio o achava dramático demais em suas palavras, mas no fundo admirava aquela força para fazer o que tem que ser feito. Era um campeão de uma divindade que não conhecia. Não sendo Asmodeus em suas tramoias entediantes, melhor.

O guerreiro mágico logo encontrou os outros no ponto de encontro e encarou Trevor com uma careta rude, mas cumprimentou Cimri com um menear de cabeça. E ignorou os outros.


Estavam diante de uma pocilga. Pavo detestou o lugar, por lembrar demais a mansão dos Osgotian. O lugar fedia a decadência.

Enquanto seguiam, o nobre observava todos os cômodos e objetos com olhos de desprezo até finalmente o andar de cima, onde Pavo se viu diante de uma biblioteca destruída pelo tempo e talvez por algo a mais. O mais importante, entretanto, era que estavam diante de Razelago, sob as sombras.

O guerreiro mágico suspirou, olhando para a estante de livros queimados como se, distraído, não desse importância ao seu empregador. Obviamente ele queria causar uma impressão de mistério e, com isso, atiçar o medo em todos. Por isso, Pavo não lhe deu o gosto.

Uma rápida apresentação bajuladora, Razelago logo os dispensou. Pavo sentiu vontade de contrariá-lo.

Pavo

E por que não mostra seu rosto, Razelago?

Disse distraidamente, pegando um livro queimado, fingindo se interessar em resgatar seu conteúdo.

Estes são tempos sensíveis, jovem Pavo, e não os conheço o suficiente ainda. Caso nossa parceria se torne verdadeiramente lucrativa, como agentes de Thrune os revelarei minha face.

Pavo

Entendo seu receio.

E devolveu o livro na estante. Sem mais delongas, fez uma mesura aristocrática para o contratante e sua intermediária. Virou-se rapidamente rodopiando sua casaca vermelha, mas não sem antes dar uma olhada de desprezo para Trevor antes de sair.

Descendo as escadas, foi direto para a lareira pegar sua recompensa e se surpreendeu com as duas faixas enroladas com marcações místicas. Eram mágicas. Pavo, realmente, se surpreendeu.

Pavo

Ora, ora, senhor Razelago, ou o senhor está muito desesperado...

Disse para ninguém (ou para alguém, caso tenha decido junto com Pavo), guardando o ouro na mochila e enrolando as faixas imediatamente em suas mãos.

Apertou firme e sentiu a vibração mágica. Sorriu malicioso.

Ação de Pavo
Pega sua recompensa +75 po, faixas +1.

Indiferente ao que os outros faziam, Vito balançou a máscara concordando em cumprir o combinado.

Conforme Cimri havia dito, deviam andar em duplas. Então, seguiu o campeão de Moloque, Elric, a uma distância segura enquanto seguiam para a Casa das Cinzas.

Perdoe a ignorância. Quem é Moloque?

— Hm? Claro... Moloque, é um arquidiabo rapaz, o general dos exércitos infernais! Que grave isso agora...

O bardo seguia o caminho com as mãos nos bolsos.

Então, você conhece muitos diabos?

— Posso dizer que já estive na presença de alguns... Em breve espero matar um.

Silencioso, Vito apressou o passo andando agora ao lado do clérigo. Ele era magricelo e alto. Braços nos bolsos, andava encurvado, olhando para o chão.

Eu também. Eu também... é.

A máscara e o elmo trocaram encaradas.

***

Algum tempo depois reencontrou todos na Casa das Cinzas e seguiu Cimri até o encontro com o sujeito das sombras. O contratante queria cuidar de sua segurança e Vito acabou se irritando com a insolência infantil de Pavo.

Porém, sua expressão era a da máscara: uma nulidade. Nada em seus movimentos acanhados sugeriam o que pensava. Sua presença, todavia, era impossível de ser ignorada.

Obrigado.

Disse meneando a cabeça, com sua voz melodiosa, um tanto gutural.

Um silêncio incômodo transcorreu até ele falar de novo.

Se acontecesse o pior... sei que nos livraria. Mas imagino sua preferência para que não falhemos, certo?

Uma forte preferência para que evitem falhas, sim. Para benefício e segurança mútua.

Posso perguntar... se iremos sabotar ou destruir... diabos?

Quem sabe o que o futuro os reserva? Talvez trabalhem junto de diabos. Mas não colocaria muitas esperanças nisso. Os trabalhos que tenho em mente para vocês no presente são mais... políticos.

O bardo mascarado assentiu, impossível descobrir o que pensara.

Então, seguiu despedindo-se do chefe, descendo as escadas até o local de sua recompensa. Ele acabou vendo Pavo sair dali com uma bandagem nas mãos, mas não disse nada. Vendo o saco de moedas com seu nome, também encontrou um alaúde de madeira negra com padrões curiosos desenhados.

Ficou satisfeito, pois reconheceu tais padrões. Representavam símbolos infernais que dedicavam-se ao hedonismo e adoração às artes.

Então, Vito apenas fez uma troca, deixando seu alaúde antigo dentro do baú das recompensas.

+75 po
alaúde virtuoso.
Jogo fora o alaúde antigo.

Trevor não entendia a atitude do jovem Pavo, principalmente depois de cair no sono e ser um peso morto na luta, mas era apenas um jovem ingênuo e apenas sorriu.

Afinal como ele entenderia as maravilhas da dor humilhante de ser salvo pelo inimigo.

Devia gravar o nome daqueles três, talvez podesse ter eles na coleção, pensou o Dampiro.

Deu de ombros quando ouviu o aviso de Pavo.

Logo conheceria seu patrono naquelas terras, as sombras eram familiares, mas não era uma necessidade saber a verdade ali.

Foi um prazer fazer negócios e espero voltar a fazer novamente, então vou me retirar e fazer meus ritos.

O homem apenas acenou e Trevor recolheu o dinheiro e o presente, um tomo muito agradável ao toque, aquela noite o sofrimento era só de Trevor.

Retirou as roupas em seu alojamento, apenas do rosto estar limpo seu corpo tinha centenas de cicatrizes, a maioria causadas por si mesmo.

Pegou a adaga e a corrente com cravos e deixou diante de um pequeno altar improvisado.

Octávia sofreu quase nada, por isso devo causar o máximo de sofrimento a mim por esse pecado.

Falou cortando o peito, mas de forma limpa para que o ritual continuasse, formando estranhos símbolos sobre as outras cicatrizes antigas.

Os outros dois só sentiram medo e humilhação, um estabilizei sua condição para que a dor fosse mais demorada, e por esse pecado também devo ser punido.

Trevor então fez cortes profundos nas mãos, sentiu perder um pouco de sensibilidade nas mãos, usou então a bênção de Zon-Kuthon para poder continuar.

Apesar de curado, as cicatrizes se mantinham.

Pequei uma terceira vez curando o servo de um deus inferior a ti, Zon-Kuthon, e esse é um pecado ainda mais grave.

Trevor limpou a adaga e a guardou, então pegou a Corrente com Cravos, a arma favorita de seu deus.

Com um movimento simples e preciso a arma atinge as costas do Clérigo, o corte era profundo e suas costas sangravam e diferente da adaga Trevor não conseguia segurar a dor.

Repetiu os movimentos mais três vezes antes de curar novamente e refez o gesto uma terceira vez.

Graças a sua natureza vampírica podia prolongar esse rito por mais tempo que seu pai, quanto tempo havia passado?

Não importava, apenas limpou o sangue e aceitou dormir e desejava não ter nenhuma visita desagradável até o amanhecer.

Truques: Detectar Magias, Escudo Místico, Estabilizar, Lança Divina, Pasmar.

Magias 1°: Curar x2, Ferir x3.