Valkaria em Fúria [OFF]

Você é um street fighter, um lutador urbano que ajuda a Milícia de Valkaria a coibir o crime nas ruas do Bairro de Arenas. Em troca você recebe alguns benefícios, como recompensas monetárias, a boa vontade da Milícia e do governo local, descontos em estabelecimentos comerciais e ser bem visto pela população local. Claro, você também atrai toda sorte de desafiantes – não apenas marginais, mas existe uma regra não escrita de que um novo street fighter só é reconhecido depois de lutar e demonstrar valor ao enfrentar um street fighter renomado.



Arenas se ergueu em torno de um monastério. Ninguém sabe que divindade os monges cultuavam. Alguns falam em Keen, outros em Lin-Wu ou ainda divindades menores e pouco conhecidas como Dimak, o Deus dos Duelos. O fato é que os monges, uma pequena irmandade que havia viajado com os refugiados de Arton-Sul, dedicavam-se ao autoaprimoramento físico e mental, lutando entre si e contra desafiantes. Com o passar do tempo algumas pessoas começaram a residir próximos ao monastério. Desafiantes permaneciam por perto para treinar mais e voltar a desafiar os monges. Mestres de outras artes marciais se aproveitavam para instalar seus dojos e atrair os desafiantes para treinar com eles. Ex-alunos, expulsos ou discordantes de algum aspecto da doutrina, deixavam o monastério mas permaneciam por perto, muitas vezes abrindo eles mesmos seus próprios dojos para "ensinar a arte do monastério sem as regras chatas" ou algo assim. Ferreiros e outros comerciantes chegaram para servir essa gente toda. O bairro cresceu e as lutas constantes nas ruas deram origem ao nome do bairro: Arenas.

Então, em algum momento no início do governo de Phyllidyo o Tranquilo (pai de Thormy) os monges desapareceram. O número de monges já vinha caído por quase cem anos e eles não se renovavam – por algum motivo, rejeitavam novos membros. Então um dia as portas do monastério não se abriram, desafiantes não foram recebidos e nenhum noviço foi ao mercado. Quando finalmente alguém teve coragem de ir verificar (efetivamente invadindo o monastério pelo telhado), não encontrou ninguém, o monastério estava abandonado.

Hoje o Monastério das Arenas está vazio – ninguém nunca ocupou o lugar, que se tornou abandonado. Não é proibido entrar, veja bem, mas pelo que se sabe pessoas que passam a noite no lugar desaparecem. O lugar é a maior arena do bairro (quase tão grande quando a Arena de Valkaria) e lutas ocorrem em seu pátio interno, mas poucos têm a coragem para desbravar seus corredores e salas. Aqueles que o fazem encontram os objetos dos monges exatamente como estavam, muitos em uma posição que indica que estavam sendo usados quando o seu usuário desapareceu.



O bairro é cercado por uma muralha própria que, de certo modo, o separa do resto da cidade – então entrar em Arenas nunca é "por acidente", quem vem aqui normalmente o faz com perfeita intenção. Os locais se referem a estas pessoas como "visitantes" ou, de forma depreciativa, "turistas". Os moradores de Arenas não gostam de "turistas", porque estes são os que normalmente se metem em confusão por puro desconhecimento das regras locais e criam problemas para os outros resolverem.

Os residentes, por sua vez, muitas vezes se identificam como "arenenses", como se fossem um país ou cidade-estado. Até a Milícia local, embora nominalmente submetida ao comando central, tem uma postura autônoma e não gosta de "ingerência" da Sede em seus assuntos. Guardas da Milícia vindos da Sede quase sempre são vistos com desconfiança porque também não sabem como as coisas funcionam e são vistos como "enxeridos".

Os arenenses resolvem seus problemas por si mesmos e só apelam ao Estado quando não têm outra opção. Lutas em tavernas são comuns e por isso todas possuem um ringue para duelos – os donos aprenderam que esse jeito era mais fácil do que ter seu estabelecimento destruído toda noite. Mas há outros espaços – por isso o bairro se chama arena.

A despeito disso, lutas até a morte são incomuns. Assassinato ainda é ilegal e matar alguém caído ou indefeso é desonroso e um crime grave – a Milícia não vai ficar parada olhando e os street fighters muito menos. Porte de armas não é crime, mas é desonroso lutar armado contra alguém desarmado. Lutas devem ser de um contra um, somente os desonrosos fazem diferente – contra estes tudo é permitido, inclusive armas e ataques à distância. A Milícia vai intervir se ver alguém "quebrando as regras" em um duelo. Obviamente, é esperado dos street fighters que cumpram as regras o tempo todo. Assim, o Código do Combate é a norma padrão (incluindo aí a questão do combate armado).



O bairro se divide em quatro seções: Monastério, Oficinas, Jardins e Macacos. Cada um tem contato com uma parte da muralha e com um dos quatro portões que dão acesso ao resto de Valkaria.

Monastério ocupa a maior parte do bairro, estando no centro (onde está o antigo monastério, a prefeitura, o quartel da milícia e os dojos mais tradicionais – e caros) e portão leste (os mais ricos moram aqui), que dá acesso à Baixa Vila de Lena.

Oficinas é o bairro dos artesãos e lar da classe média. Está ligado ao portão norte, que dá acesso ao bairro do Mercado.

Jardins é um vasto parque arborizado frequentado pelos residentes de Monastério e Oficinas. À noite ele fica fechado e as gangues de diferentes seções invadem-no para resolver seus problemas. A guarda local – druidas e rangers – finge que não vê desde que eles não danifiquem o parque e os animais que vivem aqui. Se conectam ao portão sul.

Macacos sempre foi uma zona pobre. Sete anos atrás uma violenta irmandade surgiu aqui. Os Macacos Sangrentos cresceram para quase tomar o bairro inteiro (e então se expandir para o resto da cidade), mas foram detidos por um grupo de street fighters liderados por Bai Long. O nome vem dos macaquinhos que viviam aqui (agora eles moram nos Jardins). Ligam-se ao portão oeste, que dá acesso à Favela dos Goblins (há boatos de que túneis ligam as duas partes por baixo do muro).



Bai Long é uma renomada street fighter que logo após ter derrotado os Macacos Sangrentos foi eleita a prefeita local, ou Lady de Arenas. Dizem que é um dragão oriental disfarçado.

Gatimu Ngugi marido de Bai, é um espadachim que acompanhou Bai em sua luta contra os Macacos. Lidera um dojo de kendo próximo ao Monastério.

Velaron é um golem e atual comandante da Milícia local. Dizem que nunca dorme e nunca para de trabalhar. Também foi um dos companheiros de Long no confronto contra os Macacos. Seu "estilo" consiste em socos poderosos que destroem tudo o que estiver no caminho, enquanto suporta ataques com seu corpo feito de aço maciço.

Jin Hong é um tamuraniano que viveu muitas aventuras após escapar da Tormenta em sua terra natal e terminou aposentando-se como Lorde de Arenas. Tendo se acomodado em sua posição, sua displicência permitiu aos Macacos Sangrentos ganharem poder e foi por vergonha que acompanhou Bai Long na luta contra a irmandade. Após o fim da batalha contra o misterioso líder da organização, ele abdicou e apontou Bai como sua sucessora. Ele tem um dojo próximo ao Monastério, mas não ensina mais, limitando-se a bebericar seu chá em paz enquanto observa os mais jovens treinarem.