Isekai RPG: O Que Eu Fiz Para Merecer Ser Um Cão Do Exército? [ON]

Acordaram em camas macias. O quarto era muito semelhante ao que haviam dormido ao longo dos últimos meses – a mesma arquitetura, as mesmas cores. Entretanto ao invés do estandarte agarti, o prata e púrpura com a suástica, desta vez a parede continha uma bandeira retangular dividida em cinco faixas horizontais de cores distintas: vermelho, amarelo, azul, prata (branco) e preto.

Desta vez não estavam nus, mas usavam um tipo de roupão branco que na Terra chamariam de yukata, feito de algodão e bastante confortável naquele clima outonal. Diferente do quarto anterior, este entretanto tinha uma porta que levava para fora, para uma varanda que revelava que eles estavam em uma cidade bem menor que Xambala-Manova, embora tivesse muito de seu estilo – exceto pelos blocos residenciais coloridos com os mesmos padrões arquitetônicos, aqui havia muito mais diversidade nas cores, como um mosaico livre e anárquico. A bandeira que estava disposta na parede podia ser vista aqui e ali em postes e o som (e cheiros) de um mercado próximo podiam ser ouvidos. Era muito mais barulhento que Xambala, com certeza – mais viva, por assim dizer.

O que deveriam fazer agora?

Off:

Personagens:

A primeira coisa que notou foi as conversas. Elas diminuíam de som, esvaiam-se. Ouve vozes preocupadas, assustadas. As imagens se turvam, você não consegue se mover. Então o silêncio e a escuridão.

Abre os olhos, confuso. Está em uma floresta, cercado por árvores enormes, muitas claramente muito antigas com cordas amarradas em seus troncos. Mas está em um tipo de coreto com um pequeno círculo aos pés contendo estranhos símbolos. Há uma multidão de pessoas ao redor: um exército completo de guerreiros vestindo armaduras.

Alguns destes ostentavam bandeiras que tremulando ao vento revelavam um retângulo com bordas que emulavam chamas rubras. A bandeira em si estava dividida em dois campos, azul e dourado, com uma fênix dourada e uma lua branca no triângulo azul e um dragão azul e um sol vermelho no triângulo dourado.

Outros vestiam roupas em branco e vermelho. Uma delas vinha mais à frente. Embora os presentes tivessem traços asiáticos e cabelos negros, ela os tinha brancos e os olhos rubros como rubis – albina. Estava de joelhos sobre um tapete vermelho que também continha símbolos místicos.

Quando falou, o fez com uma voz musical que podia ser ouvida por todo o exército ao redor e se espalhava pela floresta com poder.

Inari Nobunaga

Saudações, grande Herói enviado pelos Deuses! Sou Inari Nobunaga, sacerdotisa de Koynim, e em nome de Sua Divina Graça, Kurata Jimmo, Augusto Rei Celestial, do Excelentíssimo Senhor Hiro Nobunaga, Altíssimo Rei Terrestre e de todo o povo do Império Mugal, o saúdo e dou-lhe às boas-vindas!

Espalma as mãos à frente e curva-se em 45º diante de você – e os outros que se vestem como ela fazem o mesmo, mas não os soldados, que apenas observam. Então volta a ficar ereta e aguarda.

Off:

Personagens:

Kaito

JULIANA!

Kaito

Dice! Edwy! Acordem seus dorminhocos! Temos que achar o Judas

Edwy, Encantador

- AI! Carvalho!

Edwy, Encantador

- Droga Kaito! Não é assim que se acorda uma vítima desacordada!

Edwy, Encantador

- E então? O que aconteceu?!

ISEKAISHAS

*Dimitrius sentou devagar na cama, ouvindo a confusão dos dois ao lado. Testou a mão em movimentos de abrir e fechar e depois tocou a nuca, procurando a sensação de ameaça que lá pairava. Parecia ... certo. Se sentia leve. Livre. Ficou de pé, averiguando se havia dor. Não havia.*

Dimitrius

- Parece que tá todo mundo bem. Mas seguinte: Fiquei puto em ter que atuar como submisso. Não vou fazer isso de novo. Se fomos salvos só pra ter que obedecer de novo... Prefiro fugir e descobrir as coisas por mim mesmo.

*Fechou o punho e caminhou até a porta.*

Dimitrius

-Estão comigo? O que vão fazer?

*Abriu a porta. Lá haviam dois guardas e... Judas! Parecia prestes a entrar, quando Dimi o surpreendeu*

Judas

Ó, disseram mesmo que vocês já estavam acordando. Estão melhores?

Dimitrius

-Judas.

*Olhou para os guardas. Apertou os punhos*

Dimitrius

-Obrigado por nos salvar. Por nos libertar. Mas minha verdadeira pergunta é... Estamos realmente livres ?

Ele sorri.

Judas

Deixe-me entrar, vamos conversar mais à vontade sentados.

Ele entra no quarto e fecha a porta após se despedir dos dois guardas. Você repara que todos eles usam mantos negros sobre as vestes. Judas cumprimenta todos e convida-os a sentarem-se. Ele mesmo se senta em uma das camas, sem cerimônias.

Judas

Sim, vocês estão livres. Que coincidência, não é mesmo? Finalmente nos encontramos pessoalmente e é nessas circunstâncias. Acho que no final das contas existe mesmo destino, hehehe.

É engraçado, pois ele ri um pouco como o Pica-Pau.

Judas

Vocês podem inclusive ir embora, se quiserem. Embora eu acho que seria bom ficar um pouquinho, né? Aqui pode não ter os luxos de Xambala, mas posso garantir que é bem mais agradável. Os guardas estão aí só pra impedir que alguém venha incomodá-los - eles não poderiam contê-los mesmo que quisessem. E nem tem ordens para isso, diga-se. No máximo os seguiriam por aí se quisessem mesmo sair andando.

*O ruivo estava com uma expressão de estresse, mas que foi se suavizando conforme escutava. Relaxou um pouco e sorriu*

Dimitrius

-Naquele lugar tive que interpretar um papel. Atuei como um submisso que abraça as ideias de uma ditadura preconceituosa... Tudo para sobreviver. Nada me deu mais odio. Da situação e de mim. Bom saber que aqui é diferente. Prazer Judas.

Judas

Agarta é uma nação horrível, um povo triste que oprime a si mesmo e brutaliza os outros. Eu estive com eles por um tempo, mas me ajudaram a fugir.

Este país se chama "Vaphoey" ou "República do Norte Florido". A tradução exata é "Reino do Bem Comum do Norte Florido", mas aqui não tem reis nem rainhas. Foi fundado por hilotas - os escravos - que fugiram de Xambala-Manova anos atrás, que tomaram esta região dos próprios agartis quando aqui chegaram. Claro que não lutei naquela revolução, mas estou neste mundo há cinco anos e ouvi as histórias.

*Arregalou os olhos*

Dimitrius

-  CINCO ANOS ? Você ao menos tentou voltar?  Não dá pra ficar cinco anos aqui... Longe dela...  Tsc...  O quanto você aprendeu sobre a magia desse lugar? Como nos chamaram? Algo sobre voltar ??

Judas

Entendo seu choque. Na verdade... não sabemos se dá pra voltar. Pelo que aprendi a magia para invocar um Exilado - como nós - exige muito axé... muito poder mágico. Somente os deuses mais poderosos podem fazer isso e leva tempo até para eles reunir o poder necessário para isso. Isso para trazer. Para levar... tive a oportunidade de conversar com algumas divindades amigáveis e infelizmente nenhuma delas encontrou uma fórmula para nos levar de volta. Ainda estão procurando, claro, mas não sei... no começo eu queria voltar para minha família, mas tive que aceitar. Eventualmente até mesmo comecei uma família aqui, agora ficou até difícil voltar. Temo que meu próprio destino esteja amarrado a este mundo agora.

Aliás, por isso mesmo a Nova Trindade... digo, as deusas que apoiam este país... proibiu as convocações. Os Heróis daqui são os Renascidos, como Akeginu, Bae e Adrika. Elas morreram na Terra e reencarnaram neste mundo, como nativos. Mas é bem raro.

Dimitrius

-  Se não posso voltar... Talvez possa traze-la aqui... Mas não vou desistir. Assim

*Mordeu a pele do dedo e então desistiu de se preocupar agora. Tinha muito o que aprender. E então olhou para Kaidre e Kaito*

Dimitrius

-  Aqueles dois estão bem também. Cinco anos heim? Deuses... Isekaishas, Tenseishas... Magia. Você deve ser BEM poderoso, seguindo a teoria dos mangás.  Acho que pode ensinar algo pra gente heim?? Na moralzinha.

Judas

Vai tirá-la de sua vida na Terra para trazê-la a um mundo alienígena? Bem, não vou dizer o que pode ou não fazer, mas não vai conseguir isto neste país, acho. Além disso, a magia envolve "destino". Ou aleatoriedade, se não acreditar nisso. Os deuses não definem quem vão invocar. Acho que se pudessem, os agartis teriam invocado uns neonazis que provavelmente gostariam mais de Agarta.

Dimitrius

-  Que bom que não vai dizer, assim não julgará coisas que não é capaz de entender baseado na sua realidade. Você se acomodou aqui, eu não farei isso.

*Como Judas se ateve ao próprio achismo ético e não falou mais nada sobre a parte de ensinar a eles algo mais, Dim também nada disse e apenas se juntou aos demais. Também não estava interessado em ouvir mais sobre o assunto, então ignoraria qualquer resposta. Estava interessado em respostas. Poder. Obteria poder. Para voltar ou se juntar a ela. Seja lá qual fosse o meio. Qual o custo. *

Off:

Protagonistas:

Você é guiado até uma belíssima carruagem, grande e larga, guiada por animais grandes semelhantes a camelos, mas muito maiores (uns 3,5 metros na cernelha) e com um longo pescoço semelhante ao de girafas – os mugais os chamavam "utra", mas Inari também referencia-se como termá, ustra ou megakameloi, palavras usadas por outros povos.

Aprende que o Império Mugal foi outrora uma grande nação que espalhou-se por boa parte daquele continente, mas séculos atrás haviam tido boa parte de suas terras tomadas pelo Império Agarti, "uma nação bárbara e cruel, que se agita em revoltas de escravos hoje em dia". Eram muito semelhantes a japoneses cultural e fisicamente, realmente, embora seu idioma não fosse exatamente o mesmo – por uma benção divina, você era capaz de falar e entender qualquer idioma falado e escrito naquele mundo, inclusive mantendo a capacidade de perceber as distinções claras entre si e com os idiomas da Terra.

Inari acaba falando um pouco sobre os Deuses, que haviam sido responsáveis pela sua invocação. Haviam muitos, mas não uma liderança clara. Havia a devoção geral aos "Céus", uma entidade abstrata que equivalia ao destino e havia determinado a convocação dos Heróis. E haviam os Deuses, que eram independentes, mas havia alguns mais apreciados que outros. A mais popular – e a qual Inari se devotava – era Koynim, a Deusa da Compaixão, que havia informado Inari da ameaça que paira sobre o mundo a cinco anos.

Inari Nobunaga

Passamos muitos anos nos preparando para invoca-lo, milorde. Exige grande esforço dos Deuses Sob os Céus invocar um de vocês. Tínhamos esperanças de que algum nascesse entre nós, mas infelizmente isto não ocorreu. Por isso recorremos a este recurso.

O Império Mugal tinha por principal ameaça o Império de Agarta (ou Império Agarti), uma grande potência que ocupava boa parte do continente, inclusive territórios que anteriormente pertenceram aos mugais. O Império Mugal havia conseguido sobreviver encastelando-se na região de Zhyaungto, uma terra montanhosa difícil de ser desafiada.

Inari Nobunaga

No passado Agarta estava aos nossos portões e essa viagem seria muito mais perigosa, pois suas tropas ficaram alvoroçadas com a presença deste contingente tão perto de suas fronteiras, mas há dez anos atrás uma nova nação nasceu entre os dois Impérios e agora temos mais tranquilidade para viajar por nossas terras mais verdes.

A mudança na paisagem era evidente enquanto o terreno se tornava cada vez mais acidentado e os bosques e pradarias davam lugar a árvores baixas e vegetação rasteira próprias das grandes montanhas. Esfriava também e deram um casaco extra a você, pois agora já era possível ver os picos nevados no altos das maiores montanhas que não estavam cobertas por nuvens.

Inari Nobunaga

Nós sobrevivemos principalmente da mineração, nosso povo extrai a riqueza da terra e a trocamos por comida e outras necessidades de mercadores que vêm por mar de todo o mundo, principalmente da Atlântida e de Bárria, assim como da Acaia.

Agora já era possível ver a capital do Império, a cidade de Zhyaungto.

Era encravada nos paredões rochosos, seus bairros e distritos ligados por pontes suspensas sobre abismos. Lembrava um pouco uma antiga cidade tibetana. Os mugais eram governados por uma diarquia: o theenhwangh, ou "rei celestial", era o líder espiritual e algo como um sumo-sacerdote, enquanto o kwenwangh era o "rei terrestre", detentor do poder político e militar. Abaixo estavam as castas dos burocratas, guerreiros, mineradores e camponeses (eram duas castas distintas, mas equivalentes na hierarquia), artesãos, mercadores e as "não-pessoas" ou sem casta, punidos por crimes com a perda de identidade civil, transferível aos descendentes. Era um sistema rígido, onde a mudança de status era muito difícil – entretanto, se um Herói nascesse entre uma família de casta baixa, toda ela seria promovida imediatamente à casta dos guerreiros ou burocratas.

Inari Nobunaga

Pode parecer um sistema duro para alguns estrangeiros, mas é a ordem cósmica ditada pelos Céus, que determinam o dever de cada pessoa.

Sacerdotes e artistas podiam ser egressos de qualquer casta e tradicionalmente atendiam aos membros de sua própria casta ou, em alguns casos, das mais próximas. A arte era muito valorizada, principalmente a poesia, música, dança e pintura, mas também havia espaço para o teatro e a literatura.

Inari Nobunaga

A principal ameaça para nós hoje são os ymir, uma raça de gigantes de outro mundo que estão invadindo o nosso. O ideal seria que todas as nações se unissem para enfrenta-los como um, mas infelizmente os grandes Impérios de Atlântida e Agarta preferem passar mais tempo lutando entre si ou submetendo seus supostos aliados pela força. Assim cada país convoca e recruta seus próprios Heróis. Mas nós temos mais sorte, pois conseguimos forjar uma tênue aliança com alguns países menores que estão dispostos a lutar juntos conosco e ouvi que Atlântida pode se decidir por nos apoiar em um projeto comum, mesmo que Agarta deva ser deixada de lado.

Talvez um inimigo comum possa unir este mundo, afinal. Eu quero ter esta esperança.

Os ymir são grandes como lemurianos, com mais de três metros de altura, e até o momento revelaram estarem divididos em grupos com poderes elementais. Há os de gelo, os de fogo, os de madeira e os de rocha. Podem haver outros, mas não foram relatados. Eles sempre parecem agir como grupos separados, então não sabemos se são aliados ou inimigos entre si. Podemos estar lidando com raças diferentes.

Por fim a viagem termina após entrarem pelos portões abertos do maior edifício da cidade – o Palácio Celestial onde vivia o theenhwangh.

Inari Nobunaga

Por ser o Herói um enviado dos Deuses, deve ter o privilégio de viver entre os mais elevados em nossa sociedade. Aqui viverá sob a proteção de Sua Divina Graça, Kurata Jimmo, e receberá treinamento para a luta que se seguirá. Todos contamos com seu esforço para nos defender e por isso sempre seremos gratos!

Inari despediu-se após deixa-lo em um quarto ao cuidado de dois guardas e duas servas.

Inari Nobunaga

Nos encontraremos mais tarde. Descanse um pouco, por favor.

Deixado a sós com as servas, estas curvam-se em uma mesura de quase noventa graus.

Kagero

Saudações, Excelência. Sou Kagero e esta é Okoi. Nós o serviremos a partir de agora. Estamos às suas ordens.

Okoi

Muito nos honra. Seu banho já está pronto.

Off:

Protagonistas:

Edwy, Encantador

- Será que pode nos arranjar umas roupas decentes primeiro?

Judas

- Aqui nesses baús há algumas roupas, elas foram feitas para o tamanho de vocês, então devem ficar bem.

Edwy, Encantador

- Obrigado.

Edwy, Encantador

- Aqui as roupas também servem para distinguir as classes sociais como lá nos nazistas?

Judas

- Não, aqui vale a igualdade. Embora existam autoridades civis e militares, todos são iguais perante a Lei, cidadãos acima de tudo. Nós, oficiais do Estado, usamos preto como uniforme, pra facilitar a identificação, mas vocês podem usar as cores que quiserem. No futuro podem até comprar roupas diferentes, no mercado tem roupas do mundo todo.

Judas

- Ah, mas é claro, infelizmente existem algumas pequenas diferenças econômicas. Normalmente os mais ricos vestirão roupas melhores. Mas aqui não há diferenças muito grandes de renda porque não há direito à herança e o Estado apoia todo jovem na entrada ao mercado de trabalho. A educação é pública e gratuita e embora exista algum analfabetismo entre a população mais velha, acho que vamos conseguir eliminar este problema nos próximos anos.

Edwy, Encantador

- Tô surpreso. Toda sociedade sempre tem uns ou outros que tiram proveito de alguma brecha no sistema ou ingenuidade alheia. Isso sem falar nos que acham que a responsabilidade é completamente do Estado e não precisam se preocupar em defender os próprios direitos. Acho incrível que isso não exista por aqui. Você disse que os guardas não têm ordens de nos deter certo? Mas e quanto a você?

Judas

- Desde que não tentem cometer nenhum crime, não farei nada...

Judas

- E, sim, sempre aparecem os corruptos e espertalhões. Por isso que ainda temos polícia e sistema judiciário. Fica bem mais fácil julgar as pessoas quando os juízes leem mentes!

- E, de certo modo, todo mundo acaba sendo um pouco funcionário público, porque o serviço militar é obrigatório por dois anos e ao longo da vida a pessoa precisa prestar 28 dias de serviço militar todo ano até ser fisicamente ou mentalmente inapto - o que costuma ocorrer bem no fim da vida, já que aqui se envelhece com muito mais qualidade.

Edwy, Encantador

- Claro que não pretendo cometer nenhum crime.

Edwy, Encantador

- De propósito.

Edwy, Encantador

- Me pergunto sobre essa leitura de mentes. Será que funcionaria no nosso mundo? Creio que existam formas de burlar essa habilidade também. Onde há um sistema, sempre existe alguém capaz de vencê-lo.

Judas

- Bom ponto, mas leitura de mentes é apenas um dos processos de investigação e não tira a necessidade de outras formas de prova, mesmo que diminua sua necessidade em muitos casos. Não sou investigador da polícia, mas conheço alguns princípios. Boa parte das técnicas usadas aqui em Vaphoey vem da Comuna de Atlântis.

- A Comuna é um outro país, outrora a capital do Império Atlante, mas que rompeu com este e declarou independência. Embora ainda continue sendo a capital oficial.

- Vocês vão ter que aprender a lidar com as diferenças menores, mas relevantes, como calendário, moeda e unidades de medida. Aqui não tem Sistema Métrico Internacional, cada país usa o seu. Tradicionalmente nós usamos as unidades agarti porque o comércio local é mantido principalmente pelos antigos pandharvas, que em Agarta são os administradores e comerciantes, como devem ter aprendido no seu tempo com eles. Inclusive boa parte dos nossos professores são egressos dessas famílias. A revolução foi boa para eles, porque no Império eles tinham dinheiro, mas não poder. Aqui eles podem votar e serem votados - E têm dinheiro. Só não têm escravos, né? Isso já seria demais.

Edwy, Encantador

- Bem, estou de saída. Vejo vocês depois.

Judas

- Vai aonde? Saiba que ainda vai ser seguido... huahuahuahua.

Edwy, Encantador

- Vou dar uma volta pela cidade. E é bom que mande alguém mesmo, assim não me perco. Sou pior que o Zoro com direções… Tá bom, ninguém é tão ruim assim. Mas pelo menos diga pra se vestirem de forma normal. Se me virem andando com um guarda vão achar que sou alguma coisa.

Judas

[i]- Huahuahua certo. Um guia vai te encontrar na porta. Vou informar minhas chefes também. E vocês dois?

Edwy, Encantador

- Obrigado, mas guia eu dispenso. Um guia vai me levar aonde ele achar interessante. Eu quero ir onde me der na telha. Alguém que me indique como voltar é o suficiente.

Judas

- O guia só estará lá para explicar-lhe as coisas que não entender e evitar que acabe sendo roubado ou enganado, não se preocupe.

Edwy, Encantador

- Então está bom. Pera. Roubado?... Roubar o quê? Eu só tenho a roupa do corpo.

Judas

- Seu sangue, sua alma... vai saber o que tem aí na rua. Está meio cedo para vampiros, mas nunca se sabe. E, sim, vampiros existem por aqui. Criaturas horríveis. Por isso que normalmente cremam os mortos. Ou enterram muito bem enterrado.

Edwy, Encantador

- É, morrer pra um vampiro parece desagradável mesmo. Mas se for uma vampira bonitinha eu posso abrir uma exceção. De qualquer forma, o que beber meu sangue vai acabar diabético e perder seus poderes regenerativos. Então é um mal negócio pra eles.

Kaito

ARGH!

Edwy, DESencantador

- Droga Kaito! Não é assim que se acorda uma vítima desacordada!

Kaito

É claro que não sei acordar alguém inconsciente! Esqueceu que no outro mundo eu trabalhava só com burocracia?

Dimitrius

- Parece que tá todo mundo bem. Mas seguinte: Fiquei puto em ter que atuar como submisso. Não vou fazer isso de novo. Se fomos salvos só pra ter que obedecer de novo... Prefiro fugir e descobrir as coisas por mim mesmo.

Kaito

Concordo... Naquela época estávamos acorrentados e sem força. Agora temos um certo treinamento e estamos livres. Podemos lutar se necessário...

Kaito

Judas... Tirando os vampiros, tudo o que você está falando parece tudo "muito bom, obrigado". Mas acredito que deve ter algum "porém". Os Agarti provavelmente não devem gostar da existência deste país e também tem a questão daqueles seres que enfrentamos na caverna.
Em resumo, eu quero saber com o que estaremos lidando se decidirmos ficar aqui.

Judas

"A batalha contra os ymir, com certeza. São os gigantes que enfrentamos na caverna. Os agarti, provavelmente, vão continuar sendo um problema adicional. Com o que vão se comprometer será com vocês. Podem aceitar um contrato, trabalhar como militares e receber salário. Podem aceitar só lidar com os ymir. Como Heróis, vocês podem negociar seus termos e estabelecer limites."

Kaito

Tá, mas o que esses... Ymires? Fazem ou fizeram? Eu entendo a gente dar porrada nos nazistas de Agarti, porque quem não gosta de bater em Nazis? Mas queria saber mais qual é a dos azulões

Judas

Também gostaríamos. A cinco anos atrás eles começaram a enviar batedores e foi quando alguns Deuses profetizaram que se tornariam um problema e solicitaram invocar Heróis, além de informar que alguns já havia nascido em Kishar. Aí três anos atrás um grupo deles atacou Themiskura e Gargareis... são duas cidades em outro país chamado Acaia. Depois disso mesmo os mais desconfiados começaram a acreditar que são uma ameaça. Foi quando eu realmente comecei a enfrentá-los mais frequentemente. Mas não conseguimos descobrir o que querem, eles se sacrificam explodindo como o Predador quando são derrotados. E os necromantes não conseguem investigar suas almas, assim como os gênios.

Kaito

hummm... Um inimigo misterioso com intenções obscuras. Bom, assim como o Dice eu também tenho alguém no outro mundo que está esperando por mim. Então acho que estamos em um esquema "Caverna do Dragão". Irmos tentando sobreviver aqui até achar uma maneira de voltar, se é que ela existe...

Kaito

Hey Edwy, acho que vou contigo! Quero dar uma olhada nesse nosso novo lar

ISEKAISHAS

Dimitrius

- Ouvi o bastante da história deste mundo. Agora quero saber até onde posso ir... Quais os meus limites...

*Desce a parte de cima do kimono e ergue uma guarda de boxe, começando um footwork agil*

Dimitrius

- Você é forte, não é Judas? Só fico forte com pratica... Só venço, depois de perder... Me mostre... Me mostre até onde posso ir...

Judas

Você quer... lutar? Olha, eu sou um conjurador. Verdade que minha força física se tornou acima da média, mas tem gente por aqui beeeem mais forte que eu. No muque, pelo menos.

Dimitrius

- Oho... Melhor ainda... Pode trazer seus bichinhos para que eu enfrente, sem que eu te machuque. Perfeito. Na luta anterior meu corpo mal se feriu... A dor era menor do que devia ser. Quero ver até onde. E confio em você..

Judas

Está bem... vamos ao ginásio, então. Podemos lutar com mais tranquilidade lá. E vai ser um espetáculo para os outros, imagino.

*Dim sorriu. É preciso entender o quanto é fraco, antes de se tornar forte. Aquele seria um bom teste. A luta anterior ele teve apoio dos amigos... E foram salvos ainda por cima. Em um duelo, poderia ver de fato a extensão de sua força naquele mundo. Seguiu Judas sorridente, dando uma piscadela a Kaito*

Off:

Protagonistas:

Off:

Protagonistas:

Inari Nobunaga

Grande Herói, fostes enviados pelos Deuses para salvar nosso mundo. Estamos sob ataque, clamamos aos Senhores Celestiais por ajuda e eles o enviaram até nós.

Inari Nobunaga

A sabedoria divina é infinita, meu lorde. Se eles o escolheram, é porque com certeza possui o necessário para cumprir sua missão.

Qual é seu nome, salvador?

Inari Nobunaga

Meu senhor, infelizmente eu não posso enviá-lo de volta, somente os Deuses podem fazê-lo, mas para isso é preciso cumprir seu destino.

E não estamos no "Japão", meu senhor. Aqui é o Império Mugal, estamos no Mundo Sob Os Céus, também chamado de Kishar, Temu ou Bhumi conforme o país.

Inari Nobunaga

Porque é sua missão sagrada, dada ao senhor pelos Deuses! Uma honra!

Inari Nobunaga

O senhor será fartamente recompensado por seus feitos, eu garanto. Suas Majestades estão ali atrás e é claro que falarão com o Herói no momento oportuno. Qual é o nome de milorde?

Inari Nobunaga

Muito bem, Diógenes-sama! Venha, vamos retornar ao palácio onde poderá tomar um banho e repousar, pois o outono já tarda e vai esfriar mais em breve! Temos algumas horas de viagem pela frente!

Inari Nobunaga

Há algum problema, Diógenes-sama?

Inari Nobunaga

Fumo? Infelizmente temo que não tenhamos fumo por aqui, Excelência. Este produto é cultivado pelos atlantes em outro continente e vem pra cá via importação, poucas pessoas realmente o utilizam. Posso tentar providenciar, mas vai levar alguns dias.

Inari Nobunaga

Há uma biblioteca, sim. Meninas? Fala das servas? Elas estão lá para ajudá-lo.

Inari Nobunaga

Muito bem, siga-me, por favor.

Inari Nobunaga

Hm? Huahuahua que bobagem, Excelência. Eles estão aqui para impedir que os outros o incomodem.

Inari Nobunaga

Infelizmente não. Pelo que fomos informados, os primeiros deles foram observados há cerca de cinco anos e só pareciam vir para observar. Mas poucos anos atrás houve um grande ataque a duas cidades estrangeiras e posteriormente conflitos em diversos pontos. Alguns tentaram uma solução pacífica, mas nunca houve resposta...

Inari Nobunaga

Não houve relatos de agressões anteriores, então não sabemos. Themiskura e Gargareis são tão distantes...

Inari Nobunaga

Eles usam habilidades de teleporte e podem surgir repentinamente em qualquer lugar. Pouquíssimos lugares podem ser bloqueados através do poder divino.

Inari Nobunaga

"Magia arcana"? O que é isso, Excelência? Só conhecemos magia. Necromancia é uma abominação, os mortos devem ser deixados em paz.

Inari Nobunaga

Entendo, seu povo divide a magia dessa forma. Para nós magia é magia, os deuses usam os mesmos princípios dos mortais, a diferença é que eles possuem muito mais ki... poder mágico, digamos assim.

Inari Nobunaga

Hm, entendo.

Inari Nobunaga

Toda a realidade é preenchida por ki. O ki é uma substância fundamental que permeia toda a realidade material e imaterial. Ela conecta-se a tudo, inclusive nossos corpos e até mesmo o dos Deuses.

O ki vibra, como um instrumento musical. Cada coisa que existe sob os Céus vibra em determinada frequência e o padrão desta vibração é chamado "soma". Manipular o soma - algo semelhante a dedilhar um shamisen ou outro instrumento de corda - é o que chamamos "magia". Para facilitar a manipulação do soma existem os sigilos, que são padrões facilmente reconhecíveis, mais ou menos como a escala musical ou as cores de uma paleta de pintura. Então assim como existe dó, ré e mi ou vermelho, azul e amarelo, também existem sigilos específicos que podem ser combinados seja em forma de texto, objetos ou mesmo emoções. O conjunto de sigilos compõe um feitiço.

Mas claro que a magia em sigilos é naturalmente limitada, pois ela busca padrões enquanto que todas as coisas possuem algum grau de individualidade — principalmente pessoas. Por isso que para lançar um feitiço da forma mais precisa possível deve-se usar chaves: uma mexa de cabelo, um pedacinho do muro de uma construção. Isto permite criar um vínculo empático que garante que uma magia generalista se torne específica.

Também há o fator da ressonância. Todo o universo vibra, o ki está sempre se movendo. Cada objeto sob os Céus possui seu próprio soma e eles se combinam em uma sinfonia cósmica. Quando o mago tenta lançar um feitiço que vai contra a ressonância adequada, ele terá dificuldades. Como um instrumentista que tenta tocar uma peça sacra tradicional em meio a uma banda que toca uma música popular e festiva - seu soma dificilmente se verá ouvido e ele mesmo terá dificuldades em reconhecer o que está tocando. A ressonância é determinado principalmente pelas configurações astrológicas, mas as condições no local da magia também são importantes - por isso que rituais são mais seguros que feitiços rápidos, que costumam até ser chamados de "sujos", pois são feitos velozmente, com pouca preocupação em preparar o ambiente. Um feitiço de cura será muito mais eficaz se o curandeiro usa certos incensos e realiza certos procedimentos do que se apenas impor suas mãos e começar o encantamento. Claro que nem sempre as condições ideais são possíveis - o feitiço sujo é algo que pode ser executado, mesmo que não seja o ideal e os riscos sejam altos.

Isso é a teoria básica, Excelência. Aprender magia é uma arte que exige anos de dedicação. Eu a estudo desde a minha primeira infância, tão logo após ter sido consagrada ativamente ao serviço de Koynim.

Inari Nobunaga

A maior parte das pessoas possui alguma sensibilidade ao soma. Aqueles que não possuem são como deficientes, "cegos espirituais" - estes não conseguem nem usar itens mágicos.

Inari Nobunaga

É possível, mas criar um item mágico poder levar meses mesmo para efeitos simples e exige um time de artesãos e feiticeiros. A Atlântida é a mais avançada nesse sentido, eles dominam a tecnologia de cristais como ninguém mais. Os agarti são uma potência tecnológica bruta - eles dependem pouco de magia, confiando mais na mecânica.

Infelizmente aqui nós não temos uma grande produção de itens mágicos. Boa parte do que usamos é importado e o custo... não é barato.

A magia em Kishar:

Off:

Protagonistas:

Judas

No começo, realmente. Na verdade você até que teve sorte...

Judas

... eu fui invocado por pessoas bem piores. Mas consegui me livrar deles. Já estou aqui há cinco anos, acabei me adaptando. Esta é minha esposa, Akeginu. E a moça-fantasma ali é Tjurmyen, uma amiga.

Tjurmyen

Thanatus-sama, lamento que tenha passado por isso. Pedi reiteradamente aos augustos reis para não invocarem pessoas, mas eles tomaram a sua decisão. A Comuna de Atlântis que eu represento não aprova o que fizeram ao senhor, mas espero que possamos trabalhar juntos a partir de agora.

Judas

Temos provas da ação dos ymir. Gostaria que você fosse com alguns membros de minha unidade para investigar. Normalmente eu também iria, mas devo checar outro local.

Judas

Certo. Então vamos indo. Com sua permissão, Generalíssimo.

Judas

Tjurmyen é diplomata, ela tem coisas a tratar com o rei.

Judas

Muito bem, vamos ter uma preparação agora. Um "briefing", como dizem os estadunidenses.

ISEKAISHAS

*Depois de se aquecer, Dimitrius olhou a esposa de Judas dos pés a cabeça e não pôde conter um sorriso matreiro *

Dimitrius

- Esposa heim? Muito prazer. Pode me chamar de Dimi..

*Terminado o cumprimento, parou diante de Judas. Sabia que perderia... Mas não era diferente da maioria dos Sparrings no qual havia se voluntariado a participar ao longo de sua vida. A maioria perdeu. Mas aprendeu. Ficou melhor. E com o tempo, começou a ganhar, pois cobrira os pontos fracos e aprendera com os erros. Se Judas era um dos mais fortes ali. com cinco anos de experiência, então, sentiria a diferença*

Dimitrius

- Teria algumas bandagens para os punhos? Oh, obrigado. Então... Vamos lá.

*E então avançou. E quando o fez, Judas invocou uma serpente aquática, que por sua vez chamou um escudo luminoso surgiu a frente de Judas o resguardando. Dimitrius por sua vez, entrou em postura de boxe, usando um rapido footwork para contornar o conjurador e lançar um soco direto em sua nuca. Ainda sim o escudo o protegeu, recebendo uma leve rachadura*

Dim então mudou sua postura para kickboxe e lançou um low kick, tentando achar um ponto fraco no escudo, mas mesmo assim não superou a defesa. Cerrou os dentes mas logo sorriu*

Dimitrius

- É Judão... por isso tu era team godzilla... Quem usa magia, não se garante no soco... hahahahaha.

*O conjurador sorri de volta em tom brincalhão. O ruivo então puxa ar e se aproxima, mudando sua postura para wing-chun. A partir dali desfere uma barragem de golpes extremamente rápidos. Com o tempo, a quantidade e velocidade começam a rachar o escudo, atraindo a atenção de Judas. Finalmente o conjurados decide atacar. Sentindo o perigo, Dimi muda sua postura para capoeira e quando o ataque o vem ele apenas se joga no chão em uma "negativa' *

"Pelo menos você consegue se esquivar de ataques que não consegue ver, isso é bom." É o que ele comenta. Dim se ergue em postura de sambo e tenta penetrar um escudo com um encontrão de seu corpo. Infelizmente em seguida, um ataque o atinge no estomago. Mesmo reduzindo o dano pela metade - e completamente contra todo o o bom senso - o corpo de Dim é lançado do outro lado da arena e este cai desamaido*

Edwy, Encantador

- Prazer em conhecê-lo senhor Ryo. Obrigado por vir por nós. Pedimos desculpas por precisar ser nossa babá por hoje.

Edwy, Encantador

- Na verdade eu tinha intenção de andar a esmo. "Para quem não sabe onde quer chegar, qualquer caminho serve". E quanto a você Kaito? Tem algum lugar onde quer ir?

Kaito

Prazer conhece-lo Sr. Gensam, meu nome é Kaito.

Edwy, Encantador

- Na verdade eu tinha intenção de andar a esmo. "Para quem não sabe onde quer chegar, qualquer caminho serve". E quanto a você Kaito? Tem algum lugar onde quer ir?

Kaito

Humm... Para ser sincero eu também não havia pensado em um lugar específico. Só queria sair um pouco porque em Agarti não tínhamos a liberdade para isso...Mas eu gostaria mais sobre esse lugar. Sr. Gensam, aqui na cidade haveria algum tipo de biblioteca ou coisa assim?

Off:

Protagonistas:

Off:

Protagonistas:

Thanatus encontrou-se em uma sala mugal típica: chão forrado com tatames e almofadas para que as pessoas pudessem se sentar ou ajoelhar, com mesas baixas para apoiar copos e pratos. Mas ali havia papéis espalhados à frente de um grupo de seis pessoas, com as mesinhas unidas em um "u". Judas tomou assento na cabeceira, enquanto Inari ajoelhou-se em uma das pontas – ao lado dela havia o espaço para o Invocador paulista. Judas e outras quatro pessoas (um homem de cabelos vermelhos, outro que bem parecia um anão de RPG, mas tão alto quanto um humano, e duas mulheres, uma loira e uma mugal) usavam mantos negros. O outro era um tipo de "lobisomem".

Após este se acomodar, Judas deu continuidade.

Judas

Thanatus, estes são os membros da Unidade Especial de Heróis. Somos sediados em Poeykeng, capital de Vaphoey, mas nossos membros são egressos de vários lugares.

Esta é a Gananayaka Akeginu, nossa segunda em comando. Este é meu ajudante de ordens, Padika Gensam Ryo.

Thanatus já havia topado com esses títulos, que eram agarti, mas também usados na Acaia e em Vaphoey. Nayaka era o equivalente a um coronel, gananayaka era algo como um major e padika era similar a um sargento.

Akeginu

Bom dia, Thanatus-san.

Gensam Ryo

Bom dia.

Judas

E estas são Adrikayana Vimalaliputra, Bae Gal, Koldann e Burzum.

Adrikayana Vimalaliputra

Prazer, Thanatus. Você pode me chamar de Adrika, ninguém fala "Adrikayana", exceto quando querem me passar sabão...

Os outros riem e os demais também cumprimentam.

Judas

Deve ser a primeira vez que você encontra membros de outras raças, não é? Koldann é um laan, um homem-lobo de Atlântida. E Burzum é um dhvara, seu povo vive nos subterrâneos de Vhapoey. Mas eles também são Heróis Renascidos, ou seja, eles possuem lembranças de suas vidas anteriores na Terra. À exceção de Gensam, todos eles são Renascidos.

Judas espera um instante até que Thanatus possa absorver a informação.

Judas

Nos reunimos aqui para discutir nosso plano de ação. Há dois objetivos: um deles no Império Agarti e outro aqui mesmo, no Império Mugal. Thanatus, gostaria que você fosse com Gensam, Koldann e Burzum para checar este último. Segundo acordado, Inari irá com vocês também. Segundo relatos de um camponês, há suspeita de um artefato nas montanhas ao norte daqui que pode estar relacionado aos ymir. Nós queremos que vocês investiguem a informação e, se possível, recuperem o objeto. Perguntas?

Off:

Protagonistas:

Edwy

- Sabemos de Atlântida apenas o que Agarti quis que soubéssemos. Então não podemos dizer que tivemos o privilégio de sermos bem informados de qualquer coisa.

Edwy

- Impressionante. De instrumentos musicais ele trouxe só o violão? Eu bem ficaria animado ouvindo um rock’n roll e uma guitarra. Bom, não que eu esteja no clima para isso agora de qualquer forma.

Gensam Ryo

O comandante falou mesmo de guitarra elétrica e "révi métal". Estão estudando como fazer isso. Ele trouxe tantas ideais novas, nossos artesãos e alquimistas estão em polvorosa com novas tecnologias e forças naturais.

Edwy

- Pra beber eu quero um caipisakê. Pra comer, vocês tem pizza? Ou um hamburger? Lasanha? Pelo menos macarrão vai? Vocês não tem feijão com arroz, purê de batatas, filé de frango, ou coisa assim?

Gensam Ryo

"Caipisakê"? Não sei o que é isso. Há um restaurante que serve essas comidas aí, que o comandante referenciou algumas vezes, mas ele só abre à noite. Aqui tem macarrão e dá pra pedir frango também, acho. Batata também tem.

Edwy

- Macarrão é o suficiente. Acho que quero então ovos ou iscas de frango pra acompanhar. O caipisakê é uma bebida alcoólica doce feita ao misturar sakê, suco de limão, açúcar, gelo e mais alguma fruta como morango ou abacaxi. É uma de minhas bebidas alcoólicas favoritas. Se não tiver eu posso preparar desde que me forneçam os ingredientes.

Gensam Ryo

Não estamos na estação de morangos, só no inverno pra conseguir e ainda estamos no outono. Abacaxi é uma fruta tropical... acho que não vão ter aqui. Bem, pode ser tâmara, não é? Agora... o que é "sakê"?

Edwy

- Acho que pode ser com tâmara sim. Embora eu nunca experimentei usando tâmara. Também posso só adicionar mais limão de qualquer forma. Acredito que uma estufa deve facilitar a produção de frutas fora de época. Mas Judas já deve ter comentado sobre isso, né? Embora eu deva confessar que achei que vocês lidavam com isso usando magia.  Já o sakê é uma bebida alcoólica feita a partir da fermentação do arroz. Não deve ser muito diferente do que vocês já devem fazer para ter álcool.

Gensam Ryo

Não entendo muito sobre o assunto, mas a magia é algo muito complexo. Suponho que um xamã poderia fazer isso, mas seus talentos são melhor utilizados ao ajudar crianças a nascer e tratar doenças e ferimentos.

Arroz fermentado? Ah, é o dalçó, então.

Edwy

- Justo. Mas todos têm acesso a esse recurso? No nosso mundo não há magia para ajudar a curar feridas e doenças. Tão pouco para ajudar no trabalho de parto. Dependemos exclusivamente da tecnologia que desenvolvemos e dos conhecimentos que adquirimos. Confesso que não sei qual é o “custo” da magia aqui, mas posso dizer que os recursos que usamos no nosso mundo não são baratos, dependendo do que se precisa. Mas com excluindo o custo, boa parte desses pode chegar a muita gente. A magia aqui ela necessita de algum talento ou qualquer um pode aprender? Desculpe, não quero parecer chato,embora eu ache que o Kaito vai dizer que já estou sendo. No nosso mundo eu trabalhava na área da saúde. Passei muito tempo aprendendo a lidar com feridas, doenças, dignidade humana e tratamento humanizado. Acho que só quero me agarrar a qualquer coisa que me traga a sensação de familiaridade, já que não me vejo voltando pra casa.

- Definitivamente não é pelo nome dalço que conheço esse produto. Mas deve ser isso.

Gensam Ryo

Bem, xamanismo é uma das formas de magia mais comuns e populares, eu diria que há xamãs o suficiente. Claro que eles só lidam com casos mais graves, parteiras normais e herbalistas podem cuidar das situações menos perigosas, como resfriados e partos mais simples.

Acho que entendo sua situação. Então, sim, magia em geral requer algum talento, mas a maioria das pessoas possui alguma habilidade, o que muda é o ki... o "poder mágico" da pessoa. Heróis como vocês tendem a possuir o suficiente e o xamanismo é uma das magias mais primitivas e fáceis de aprender, pelo que ouvi. Acho que você pode aprender isso, se quiser. Você deveria conversar com um profissional, vou tentar te pôr em contato com algum. Talvez devesse conversar com o comandante, pode ajudar - ele aprendeu uma das mais difíceis, que é taumaturgia.

O serviço de um bom xamã para um parto é 2.000 mans. "Man" é isso aqui.

Gensam Ryo

Com esse aí dá pra comprar uma bebida de boa qualidade. Agarta tem um sistema monetário muito rudimentar, então nós herdamos o sistema atlante. Dez mans valem um xam, que é uma pequena moeda de prata do tamanho de uma falange. Cem mans valem um tical, que é uma moeda de prata com o dobro do tamanho do xam. E, por fim, mil mans valem um ás, uma moeda de ouro do mesmo tamanho do tical.

Pra constar, três ticais é a renda diária média de um trabalhador mais humilde. Então um xamã pode viver muito bem só trabalhando como parteiro.

Ah, aqui em Vaphoey, se a pessoa não puder pagar por um xamã e precisar mesmo o Estado paga pra ela. Então ninguém fica sem tratamento.

Gensam Ryo

Até onde sabemos, ninguém tem um serviço semelhante, nem na Comuna, onde os pobres dependem de caridade. Bom, eu soube que na Acaia e em Thule eles têm algo parecido, mas não é igual.

Edwy

- Entendo. Então é semelhante ao nosso SUS. É a abreviação para Sistema Único de Saúde. Trata-se de um sistema de saúde descentralizado que possui unidades espalhadas pelo Estado. Cada unidade é responsável por uma zona e os habitantes daquela zona devem comparecer à unidade designada para receber atendimento. Os dados de cada cliente, bem como seu histórico de saúde que contém tanto seu estilo de vida quanto todas as enfermidades que já o atingiram e medicações que toma e já tomou, são armazenados e em caso de necessidade compartilhadas comunidades superiores para controle endêmico. Isso permite saber onde uma doença começa e quais zonas o Estado precisa intervir primeiramente para elevar a qualidade de vida de seus habitantes. Só não digo que ele é gratuito porque ele depende do dinheiro de impostos colhido pelo Estado e comumente desviado por governantes corruptos. Judas disse que aqui isso não é um problema. Ainda bem.

Gensam Ryo

É bem raro. Veja, quando se aceita trabalhar para o Estado é preciso fazer um juramento em honra à Samya. Quando alguém comete perjúrio, sua alma será enviada ao Inferno. Eu nunca estive lá, mas o Comandante já, e ele confirmou que é horrível. Então as pessoas não costumam quebrar esse tipo de juramento. Mas sempre tem uns malucos que são incrédulos e tal...

Edwy

- Pelo que posso perceber, aqui as divindades são bem mais próximas e proativas que em nosso mundo. Não sei dizer até onde isso pode ser considerado bom. Sempre acreditei que as pessoas devem assumir a responsabilidade por suas escolhas e não simplesmente atribuir seus sucessos ou falhas à vontade divina. Isso é depreciar todos que se esforçam. Claro, essa é a visão que tinha no meu mundo. Só a experiência vai dizer como vou me posicionar aqui.

Gensam Ryo

A relação varia com a sociedade e as divindades envolvidas. Mas, de fato, as Três Deusas são bem ativas entre nós.

Edwy

- O que me leva a uma dúvida. Se as divindades são tão ativas, por que precisam de heróis? O que nós podemos fazer que elas não podem?

Gensam Ryo

É difícil para as Divindades subirem ao mundo físico e nem todas elas estão dispostas a isso ou mesmo são capazes disso. Conforme me disseram, é como para nós mergulhar em profundidades muito grandes - após um tempo a pressão fica terrível e a apneia pode ser perigosa. Nós, os mortais, somos fundamentais para eles. E vocês, Heróis, são especiais, mas nós não sabemos exatamente porque. E nem nossas Deusas.

Edwy

- Então até os deuses possuem limitações. No nosso mundo sempre foi ensinado que Deus é onipotente, onipresente e onisciente. Mas vejo que essa visão não se enquadra com o que você me descreveu. Nesse caso, o que os torna diferentes dos mortais poderosos, além da eternidade?

Gensam Ryo

Olha, alguns devotos acreditam sim que seus deuses são todo-poderosos. Nossas Deusas são incrivelmente poderosas, principalmente Dzesen - ou Chiuknawat, seu nome original, tlavatli. Elas já agiram ativamente em nossa defesa algumas vezes e são as que mantêm os Deuses agarti em xeque. O ponto é que não importa o quanto um mortal seja poderoso, nunca será tão forte quanto um deus... exceto se for divinizado após a morte, o que aconteceu com vários deles. Mui, a Deusa da Solidariedade, é uma mortal que foi divinizada após a morte - ela se sacrificou para salvar seu povo da erupção de um vulcão. Isso foi milhares de anos atrás.

Edwy

- Acho que estou começando a entender. Seus deuses são extremamente poderosos em um patamar que não pode ser igualado por nenhum mortal. No entanto, não são tão poderosos ao ponto de não possuírem algumas limitações. Eles estão presentes na vida das pessoas de forma tangível, o que significa que é um “ver para crer” invés de “crer sem ver”. Como existe muitos deles, acabam se associando a nações que se aproximam de seus ideais, o que os torna inimigos de outros que tenham ideais opostos. Nesse ponto a única coisa que poderia se opor a um Deus seria outro. Isso os deixa incapazes de lidar com problemas menores, pois precisam manter sua atenção nos movimentos das divindades inimigas. Estou correto?

Gensam Ryo

Sim, exatamente. Os Deuses já atuaram no mundo algumas vezes, mas sempre são grandes eventos e normalmente envolvem outras Divindades ou problemas grandes demais para os mortais poderem lidar. Mas você deveria conversar com um sacerdote sobre os detalhes.

ISEKAISHAS

*O ruivo limpava a poeira e testava movimentos, para ter certeza que estava tudo no lugar *

Dimitrius

-  Wow... Essa foi boa. Mas já pude ter uma boa noção sim. Bom aprendizado. Se tenho uma pergunta? Sim, eu tenho. E aceito almoçar.

*Enquanto rumavam para o tal dejejum, Dimitrius sorriu e perguntou*

Dimitrius

-  Há arenas aqui?  Torneios ?

Judas

Tem... mas, você provavelmente não poderia participar deles... bom, seria meio trapaça, não? Nós Heróis somos em geral muito fortes, seria preciso um grande mestre Erakal pra te enfrentar. Ou Sistu, mas ele é um semi-deus...

*O lutador fez uma careta, claramente desanimado. Ia se divertir lutando em torneios de artes marciais, mas aquilo era um terrível banho de agua fria*

*Caminharam para o almoço e para puxar assunto e saber mais do amigo, Dim perguntou olhando de soslaio*

Dimitrius

- Então... casados heim ?  Como se conheceram ?

Judas

Foi Akeginu que me resgatou dos agarti. Ela age como espiã, infilitrando-se no Império para obter informações, principalmente relativo à guerra em Zjoey... ah, é uma grande ilha à oeste daqui. Pertence à Agarta, mas estamos lutando para libertá-la já tem alguns anos.

De qualquer forma, ela descobriu sobre a minha presença e começou um contato. Então elaborou um plano de fuga. Foi bem... épico, huahuahua

Dimitrius

-   Entendo. Ela sabe do nosso caso amoroso em nosso mundo original ? ?

*Segura o riso*

Judas

Teocu.

E a mulher cai na gargalhada. Então chega a comida na mesa. Servem churrasco de alguma carne vermelha que Dimi sabe o que é, mas tem um gosto um pouco mais forte que o de vaca bolinhos de arroz e uma salada, além de batata frita. Sim, batata frita! Pra beber oferecem "dalçó" e Judas te diz que é "basicamente, é arroz fermentado - sakê, né?". Também tem suco de laranja.*

Judas

Laranja é um pouco caro por aqui, mas nós podemos pagar, então que mal tem? Não posso beber álcool, ainda tenho que trabalhar. Sem falar que prefiro hidromel. Eles chamam por aqui de "matçó".

*Dimitrius não se faz a de rogado e faminto, faz um prato de pedreiro, cheio. Uma surpresa como magro daquele jeito, come de maneira glutona*

*Quando havia ficado exaurido e sonolento de tanto comer, ele pergunta sério*

Dimitrius

- Como posso me fortalecer Judas?  

Judas

Um Herói se fortalece pouco com treinos. Você pode aprender habilidades mágicas, isso é algo para o qual temos facilidade. Pode estudar magia Erakal, que envolve bolas de fogo e outros efeitos marciais, mas exige um físico forte e robusto. Ou pode dedicar-se ao Shapash, que envolve fortalecimento do corpo e do espírito, resistir à dor, etc.

Se conseguir dinheiro o suficiente, pode conseguir itens mágicos. Eles podem aprimorar sua magia ou lhe permitir efeitos únicos. Este anel, por exemplo, fortalece minha taumaturgia... minha telecinese. Foi o que eu usei em você no combate. Taumaturgia é uma arte difícil, mas este anel facilita. Mas é caro. Eu ganhei este anel, mas se tivesse que comprar... bem poderia me custar centenas de milhares de mans, talvez bem mais. Pra constar, eu ganho 80.000 mans, é um dos maiores salários deste país. Vou ter que te explicar nosso sistema financeiro depois.

Mas só vai crescer de verdade em combates reais, pondo sua vida em jogo. Eu estive em inúmeras batalhas, contra agarti, contra os ymir, contra monstros como aquela mantícora que vocês encontraram morta.

*O monge acena, pensativo*

Após terminarem de comer, Gensam acompanha os dois ao Distrito dos Templos, onde estava a Biblioteca Nacional. No caminho ele vai indicando as divindades cultuadas ali e fazendo comentários.

Gensam Ryo

Durante mais de mil anos esta cidade foi parte do Império Agarti e só havia templos dedicados aos seus Deuses. Dez anos atrás houve a Revolta de Manova, quando os hilotas da capital do Império se sublevaram, atearam fogo à cidade e escaparam para cá, na esperança de alcançar o Império Mugal e conquistar sua liberdade.

Naquela época Vaphoey era a província de Mandara e sua capital era Uttaradhana. Eles decidiram enfrentar os rebeldes no que chamavam Passo de Ariranga e que para os mugais era Alilong. Embora a Revolta seja o marco zero de nosso calendário cívico, a Batalha é considerada o ponto culminante desse processo. Os rebeldes venceram, capturando o próprio Manu Sarata, o imperador de Agarta, e negociaram um armistício, tomando toda a Mandara e tornando-a Vaphoey, "Norte Florido", cujo nome veio de uma canção folclórica mugal que hoje é nosso hino nacional.

Mas quando a batalha foi vencida, os hilotas em Uttaradhana se sentiram incentivados à revolta. Foi horrível. A revolta em Manova foi bem planejada e controlada, danos excessivos foram evitados, crianças, idosos e aqueles que não resistiram pelas armas foram poupados. Claro que muitos morreram nos incêndios, mas não caíram por ação direta. Em Uttaradhana não teve nada disso, foi uma revolta espontânea e selvagem. Mortes, estupros, toda sorte de violência descontrolada ocorreu. Quando os rebeldes de Manova entraram na cidade, foi preciso impor ordem pela força, mas então já havia incêndios e o Distrito dos Templos foi um dos mais afetados, pois o ódio que os hilotas sentiam pelas "bestas louras", como chamavam principalmente aos tautas, se estendeu a seus deuses. O único que sobrou inteiro foi esse, de Hauasa, salvo porque, segundo se conta, quando todos os sacerdotes fugiram a sacerdotisa Itaradavadana ajoelhou-se sozinha diante da porta e clamou misericórdia com tanta força de espírito que os ex-escravos recuaram. Ela ainda vive aqui e zela pelo templo, sem entrar em conflito com o governo, embora alguns a acusem de ser uma espiã – é uma dos poucos sindhus do país. Como disse, Edwy, os deuses tendem a apoiar um povo em detrimento de outro, mas esta é uma nação cosmopolita, muitos de nossos membros são pardhavas, arabayas e yavanas que se sentiam mais ligados à terra onde nasceram e cresceram do que ao Manu e sua corte em Xambala. E eles mantiveram seus deuses. Muito foi debatido na época, mas decidiu-se manter a liberdade religiosa, desde que a autoridade civil não fosse desafiada e as novas leis fossem respeitadas. Hoje este templo dourado serve à Hauasa, deusa agarti da fertilidade, casamento e maternidade, mas também abriga a devoção a Pahusan, deus dos pardhavas, Napatas dos arabayas e Valnas dos yavanas, já que os templos destes foram completamente destruídos.

O templo de Hauasa era grande e bonito, completamente dourado – era ouro de verdade, segundo Gensam – e iluminado por luzes que eram obviamente mágicas. Exalava uma sensação de calma e paz, a despeito de sua divindade ser padroeira de uma nação reputadamente cruel.

Seguindo em frente encontraram outros templos. Nenhum deles era tão magnífico quanto o de Hausa, mas havia alguns muito bonitos e impressionantes.

Gensam Ryo

Este é o templo de Koynim, a Deusa da Misericórdia. É de origem mugal, mas sempre foi muito querida pelos hilotas de Manova e hoje é uma das deusas mais populares. Essa devoção nos torna mais próximos do próprio Império Mugal, inclusive.

Ao lado do templo de Koynim havia um semelhante, com belas flores que ornavam sua fachada e cujas pétalas eram de cores alternadas de vermelho e branco.

Gensam Ryo

Este pequeno templo é dedicado à Kintjur. É uma entidade de história complicada. Originalmente era a padroeira dos amores lésbicos e sempre teve poucos devotos, concentrados em Zjoey – quando Agarta tomou a ilha o culto realmente desapareceu, transformou-se apenas em uma história. Mas há cinquenta anos a gênia uniu-se à barda Tjurmyen e tomou parte na Guerra Civil Atlante e na revolução subsequente. Acabou por se tornar conhecida e popular. Hoje algumas pessoas oram à ela para que seu amor – qualquer amor – se realize. Tornou-se a deusa dos amores impossíveis, aqueles que cuja sociedade, cultura, geografia, família ou outras situações reprimem ou restringem de algum modo. Mas ainda é um culto pequeno, talvez cresça com o tempo.

Seguiram adiante e encontraram dois templos, que ficavam de frente um para o outro, diante de um grande parque arborizado.

O templo à direita tinha suas paredes inteiramente recobertas de prata. Na entrada havia uma estátua – também de prata – de cerca de três metros de altura de uma mulher vestindo uma armadura completa, longos cabelos e um elmo alado. Seus olhos pareciam acompanhar quem passava. A escadaria atrás dela era ladeada por duas esfinges femininas cujo rosto era tão belo quanto o da deusa adiante.

Gensam Ryo

Este é o templo de Samya, a Deusa da Igualdade e uma de nossas três principais divindades. Este templo é bem novo, tem somente um ano – o anterior era de madeira. Mas Thule e Themiskura, que também a cultuam, colaboraram para sua reforma como um símbolo de amizade entre os povos. Embora a Confederação Acaia da qual Themiskura faz parte não goste muito de nós...

Diga-se de passagem, Samya é uma deusa de origem agarti – Thule e a Acaia possuem parentesco com os agarti também.

A esfinge é Sbhika, sua mensageira. É uma gênia – os gênios possuem muito mais facilidade para subir ao plano terreno, diferente dos deuses.

O outro templo era mais "tradicional" e realmente lembrava um templo agarti como os que eles haviam visto em Xambala. Mas à frente havia uma estátua de uma mulher baixa segurando uma funda – na funda havia uma verdadeira bola de fogo que permanecia estática: obviamente um efeito mágico.

Na entrada do templo havia um magnífico roseiral vermelho – as rosas cresciam altas e circundavam toda a estrutura como um tipo de muro, permitindo a passagem somente pela entrada principal. Ao lado desta havia uma imagem de uma mugal que vestia nada exceto rosas.

Gensam Ryo

Este é o templo de Mui, a deusa da solidariedade e da amizade. É uma deusa de origem ziaan – os ziaan são um povo baixo cujos homens não passam de dois passos de altura. Algo como aqui.

Ele indica no próprio corpo – Gensam tinha quase um e noventa e a altura indicada era no centro do peito, algo como um e cinquenta.

Gensam Ryo

Como havia alguns ziaan em Manova, ela acabou sendo cultuada por outros povos que também serviam como hilotas, como os mugais e helcarianos. Foi muito importante na Revolta e em Alilong. Pelo que os sacerdotes contam, também foi a primeiro mortal divinizada – milhares de anos atrás ela era uma ziaan que se sacrificou para que seu povo não fosse morto por um vulcão. Eles lhe renderam homenagem e ela ascendeu como deusa.

E esta é Vhakiet.

Ele para um instante e suspira um pouco.

Gensam Ryo

Vhakiet foi originalmente Tsenghis Keong, uma hilota torturada e condenada ao empalamento por um crime que não cometeu. Sua morte foi o estopim da revolta e ela foi reverenciada como heroína e mártir pelos rebelados. Mui se apiedou dela e acolheu-a, tornando-a uma gênia – um evento raríssimo, que ocorre quando muito uma vez a cada geração. Ela atua como mensageira de Mui assim como Sbhika é de Samya.

Eles seguiram adiante, entrando pelo parque. Era um lugar muito bem arrumado, com esculturas, jardins, pomares, coretos, pequenas praças e bancos. Um pequeno prédio multicolorido servia de sede da administração local.

Gensam Ryo

Este é o Parque da Liberdade. Dzesen – ou Chiuknawat, vocês devem ouvir mais este nome – é a deusa da liberdade e a mais poderosa das três. Ela foi a principal promotora da Revolução Atlante e também apoiou a Revolta dos Hilotas. Ela é de origem tlavatli, um povo negro de um continente do outro lado do mundo, e a mais jovem das divindades, mas seu culto espalhou-se por toda Kishar e ela é conhecida como a deusa dos escravos e dos que aspiram a se verem libertos dos grilhões físicos e espirituais.

Os senzares a chamam Xeló, "sem-teto", pois ela não tem templos e não os admite. Seu culto se dá na natureza, de preferência perto de fontes de água. Como aqui.

Passaram por um lago. Em um ponto havia um pequeno altar com a estátua de uma mulher evidentemente negra, de tranças amarradas de uma forma única. Estava completamente nua, mas seu corpo era coberto por linhas brancas abstratas.

Havia muitas oferendas ali: flores, esculturas e peças artesanais, MUITAS correntes e algemas quebradas, algumas enferrujadas de tão antigas. Havia roupas também – algumas caras e refinadas, assim como algumas joias. Também havia dinheiro: moedas de metal e mans.

Gensam Ryo

É comum que algumas pessoas se desfaçam de algumas posses para demonstrar seu desapego. Estas roupas e joias são recentes, devem ter sido postas aqui hoje pela manhã, assim como o dinheiro. Eventualmente algum sacerdote da Deusa virá recolhê-las e usará o dinheiro da venda para comprar e alforriar escravos em algum lugar do mundo. Ou financiar a guerra em Zjoey, que é uma luta por liberdade.

Por fim saem pela outra portaria do parque e deparam-se com a Biblioteca, que se assemelha a um templo tão grande quanto o Palácio do Governo.

Gensam Ryo

O atual Palácio do Governo era a residência do mahasainapati, o comandante das tropas agarti da antiga Mandara. Aqui era a residência do guru, o líder religioso máximo da província. Foi parcialmente queimado, mas é muito grande e sobreviveu. O culto à Mavrit, o Ancião dos Dias, deus líder do panteão agarti, era feito aqui. Diferente de Hauasa, Mavrit é um deus aristocrático, o deus dos sindhus e do Manu, então nunca foi particularmente amado pelas outras castas, somente respeitado, por isso seu culto não sobreviveu. Os hilotas odiavam a ele e Parkunas, o deus da guerra e padroeiro dos tautas, mais do que aos outros e por isso nenhum dos dois conta com devotos por aqui.

Agora, vocês querem ficar por aqui estudar mais? Vamos entrar, então. Qual o interesse de vocês?

Off:

Protagonistas: