Personalidades de Magdala

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Dom Ademar de La Roya y Cruz

Clã: Brujah
Geração: 6ª ou 7ª
Idade aparente: 34
Idade real: c. 660 anos
Secto: Camarilla
Como encontrar: Dom Ademar mantém um escritório no Distrito Empresarial de Magdala. Uma equipe de carniçais se reveza atendendo qualquer um que busque ao Príncipe e, se necessário, pode agendar um horário para uma conversa particular.

Dom Ademar, um Brujah da Sexta ou Sétima Geração, nasceu em Leão no século XIV e teve sua vida mortal marcada pelo esforço da Reconquista, tendo sido um cruzado contra os mouros. Tal paixão e dedicação à causa atraíram a atenção de um ancião que o Abraçou. No século XVIII veio para o Brasil e acabou por se tornar o Primógeno Brujah da principal cidade mineira, Vila Rica – na época o Sabá havia ganhado vantagem na disputa pelo Novo Mundo e Ademar foi um dos campeões da Camarilla na tomada de alguns territórios importantes. Quando a capital passou para Belo Horizonte, o Primógeno foi junto. Sempre um fervoroso defensor do secto, tornou-se um baluarte na defesa da cidade contra as forças da Espada de Caim vindas do Rio via Juiz de Fora.

Quando Magdala foi tomada pelos inimigos, o lorde Brujah ofereceu apoio econômico e militar ao novo Príncipe, Shiro Shimazaki. Suas crias e seguidores vieram à cidade e intermediaram os acordos entre a Torre de Marfim e os anarquistas. Ele enviou sua aliada, Irmã Dominique, para liderar o esforço final no conflito e apoiou-a quando assumiu o Principado após a morte inesperada de Shimazaki. Quando o governo da Toreador ficou por um fio, arrumou suas coisas em Belo Horizonte, transferiu o cargo de Primógeno para sua cria mais velha e foi para a cidade. Tem sido o Príncipe desde então.

Filosoficamente falando, Ademar é um conservador – ele defende a Camarilla e despreza os Anarquistas. Ao longo dos anos tem tentado trazê-los à mesa de negociações para fazer com que se submetam de forma definitiva. Ele até quis oferecer um lugar na Primigênie ao Barão João da Trinta, um dos líderes do Movimento, mas o conselho se opôs à decisão, cada um com seus motivos e argumentos. De qualquer modo, ao que tudo indica os Anarquistas não aceitariam esta “solução”. Tendo outras preocupações em mente, alguns suspeitam que Sua Alteza está pronto para dar um passo adiante para "pacificar" o Movimento Anarquista de uma vez por todas. Mais uma guerra, talvez?

Mas, politicamente, Ademar é um reformador. Embora seja provavelmente o Membro mais velho (embora alguns acreditem que Irmã Dominique e Eli sejam tão velhas quanto) e poderoso de Magdala, ele nunca toma decisões sem ouvir a Primigênie e sempre abre as questões para voto. Ele redigiu e impôs a si mesmo a Carta de Magdala, que limita seus poderes políticos. Vê a si mesmo como um déspota esclarecido, um líder iluminista, liberal e aberto ao novo. De fato, ao contrário da grande maioria dos anciões, Ademar obrigou a si mesmo a permanecer atento ao movimento das massas ao longo dos séculos. Está familiarizado com tecnologia, possui facilidade no uso de computadores e tem por hobby pilotar aviões, que aprendeu na década de 30.

Padre Judas

Clã: Lasombra
Geração: 8ª
Idade aparente: 26 anos
Idade real: c. 330
Como encontrar: O sacerdote tem como refúgio principal a Igreja São José no bairro Vitória, no Distrito Nobre de Magdala.

Padre Judas Tadeu Miranda nasceu no final do século XVII em uma pequena comunidade na região onde seria fundada Vila Rica (atual Ouro Preto). Filho do meio de um carpinteiro, ingressou na Igreja ainda jovem e viajou para Portugal para completar seu estudos, vindo a se ordenar sacerdote e tornar-se professor na Universidade de Coimbra onde foi encontrado por seu futuro Senhor, Adalemar. Segundo o próprio sacerdote conta, Adalemar estava frustrado pelas restrições da natureza cainita e acreditava que era possível alcançar a libertação ao compreender melhor o Abismo.

Em algum momento Senhor e cria se separaram, mas Judas continuou as pesquisas envolvendo misticismo em geral, com foco no misterioso Abismo de onde é dito que os Lasombra retiram seu poder. Ele eventualmente retornou para o Brasil e acabou por chegar à cidade de Magdala, atraído pelos mistérios sobrenaturais que cercam a região. Aqui teve “conflitos não-violentos” com Ahmes, também chamado Pedro Peixoto, um ancião setita que morava em uma fazenda da região e se apresentava como o "Príncipe" local. A pretensão não significa mutio naqueles tempos, pois a cidade era totalmente autônoma, o número de Membros era pífio e cada um cuidava da própria vida (devia ser uma boa época).

O reverendo nunca escondeu de ninguém seu desprezo pelo Ministério. "Como confiar em uma linhagem que ostenta como símbolo a criatura que condenou toda a Humanidade?" É por sua influência que os Membros do Ministério não são tolerados na cidade.

Mas o número de Membros começou a aumentar junto com a população e em 1937 José de Tarso Lira veio como representante da Camarilla para "organizar tudo". O Padre foi o primeiro ancião da cidade a receber o Ventrue que veio acompanhado de seu companheiro Shiro Shimazaki. O apoio dado pelo Lasombra é provavelmente uma das principais razões pelo Clã ser tão influente na cidade, mesmo sendo uma minúscula minoria no secto inteiro.

(Nota: Há de se reparar que nunca me refiro à "Antitribu". Em nossas conversas o reverendo sempre enfatizou que "Antitribu" Lasombra não existe – há os Lasombra da Camarilla e os do Sabá. Judas prefere se qualificar como um "legalista" em oposição aos "rebeldes do Sabá".)

Ahmes morreu no conflito subsequente, embora os detalhes de sua destruição não sejam completamente conhecidos e não se sabe quem deu o golpe final no ancião setita. Sua Reverendíssima nunca me deu detalhes sobre o ocorrido.

Os anos passaram, Magdala cresceu e prosperou. Então veio o Sabá. Padre Judas teve seu refúgio atacado e sobreviveu por muito pouco, auxiliado por sua cria Giuliano Damázio. Buscou segurança no Extremo Oriente, sob as asas do novo Príncipe, Shimazaki, que assumiu após a morte de Lira pelas mãos da Espada de Caim. Os anos seguintes foram marcados por batalhas constantes e o sacerdote escapou mais de uma vez de bandos de guerra enviados para mata-lo – um ponto de honra para os "Lasombra Rebeldes".

Mas, curiosamente, Deus parece mesmo andar ao lado do sacerdote. Ou outra coisa, pois seus inimigos muitas vezes eram caçados por mortais. O Padre tem muitos contatos na Igreja, mas nunca ficou claro como ele conseguiu influência junto à Inquisição – se é que os caçadores são mesmo da Sociedade de Leopoldo, como muitos acreditam.

O Sabá se foi, a paz voltou. A Igreja de São José foi reconstruída e o sacerdote voltou ao centro de sua teia. Desde então ele divide seu tempo entre sua pesquisa e os deveres de Primógeno, mais o primeiro do que o segundo. Ele parece ter pouco interesse por política.

Mas Padre Judas foi fundamental para a recém-iniciada migração em massa dos Lasombra para a Camarilla. Enquanto em outras cidades os novos membros são vigiados atentamente, restringidos de todas as formas, em Magdala o Clã goza de muito respeito. Todo Lasombra é bem recebido desde que ofereça como "prova de compromisso" um ancião Sabá para ser estacado e julgado pelo Sol. Mas o Lasombra precisa também realizar uma cerimônia sob a supervisão de Judas, onde confessa seus pecados, recebe uma penitência e comunga com o Sangue de Cristo – que coincide com o próprio sangue do ancião, o que faz com que todo Lasombra da cidade, seja ou não sua cria, esteja há pelo menos dois passos de um Laço de Sangue com ele. É claro, se o Lasombra nunca tiver sido batizado (algo raro neste país católico), então terá que sê-lo primeiro – mesmo nas noites de hoje o sacerdote leva seus deveres clericais muito a sério.

Giuliano “Cerberus” Damazio

Clã: Lasombra
Geração: 9ª
Idade aparente: 50 anos
Idade real: 175 anos
Como encontrar: Giuliano utiliza um galpão no Distrito Industrial como base e “cadeia”, mas ele também pode ser contatado pela sede da GCM, onde mantém alguns lacaios importantes.

Giuliano Damazio nasceu em Florenza, Itália, em 1844, mas só foi Abraçado em 1.894. Na ocasião estava a trabalho em Coimbra, contratado por uma família italiana para eliminar um “sacerdote intrometido” que havia se envolvido em negócios particulares.

Calhou da tal família ser os Giovanni e seu alvo ser um Lasombra chamado Padre Judas. A situação não terminou bem e Damazio, que então tinha o apelido de “Cerberus”, terminar às portas da morte. O ancião lhe deu duas alternativas: confessar seus pecados, pedir perdão a Deus e receber a extrema-unção, indo enfrentar o Juízo Divino, ou aceitar a benção-maldição de Caim e servir pela eternidade. Há anos que Damazio havia perdido sua fé e não temia a morte, mas acabou por escolher a nova vida no Abraço.

Judas deixou a Europa pouco depois, ciente de que seus inimigos não se deteriam e continuariam enviando assassinos. Levando sua cria consigo, em um primeiro momento instalaram-se no Rio, aproveitando a “paz” entre Camarilla e Sabá para transitar com liberdade. Entretanto, o sacerdote cainita ouviu notícias sobre uma cidade em Minas Gerais onde eventos misteriosos estavam ocorrendo. Foi assim que chegaram à Magdala.

Giuliano continuou a proteger seu Senhor, acompanhando-o enquanto investigava os ermos e estudava os eventos únicos na região. Mais de uma vez teve escaramuças com servos de Ahmes, o ancião Setita que considerava Magdala como seu domínio. Quando Ahmes caiu, ele estava lá (alguns sugerem que Damazio deu o golpe final no setita).

Então a cidade conheceu um momento de paz e prosperidade e Giuliano pode “relaxar” um o pouco. Aí veio o Sabá e uma guerra de verdade. O Lasombra lutou contra bandos Sabá e matou Bispos em ações cuidadosas, destacando-se como um líder militar.

Por isso, quando a guerra acabou e a cidade se reestruturou sob a liderança de Irmã Dominique, Giuliano aceitou o convite da Primigênie para se tornar o novo alcaide.

O ancilla é conhecido por ser agressivo e obcecado quando trabalhando. Ele não costuma ter muita paciência e não dá segundas chances.

Abelardo de Castro Araújo

Clã: Malkaviano
Geração: Desconhecida
Idade aparente: 60 anos.
Idade real: Desconhecida
Como encontrar: Uma mansão no bairro Belo Horizonte.

A única coisa que se pode afirmar com precisão sobre este ancião é que ele não foi batizado como Abelardo e nem é um Castro Araújo – entretanto, “adotou” a família nos anos 50, quando chegou à Magdala.

Abelardo fugiu da cidade quando o Sabá atacou e buscou refúgio em Belo Horizonte, onde intermediou a aliança entre Dom Ademar e Shiro Shimazaki. Embora não tenha tomado papel ativo nos combates, Abelardo mobilizou os fundos necessários para sustentar a guerra contra o secto rival.

O que realmente se destaca em Abelardo é sua incapacidade de violência. Ao que se diz ele nem mesmo é capaz de se alimentar sem pedir permissão. Se confrontado com qualquer violência, o ancião irá tentar evadir-se e, se não for possível, simplesmente entra em estado catatônico. Fora isso, ele é bem cordato e fala com tranquilidade.

Abelardo é um capitalista ultraliberal e fervoroso defensor do livre mercado e sua “mão invisível”, com uma devoção quase religiosa. Suspeita-se que ele seja a pessoa (mortal ou imortal) mais rica de Magdala e talvez do país.